Brilhando Escreveu:Para quê? Bastava dizer-lhes para não gastarem aquilo que não têm.
Devias dizer isso aos bancos, era muita dor de cabeça que se tinha poupado.
Brilhando Escreveu:Para quê? Bastava dizer-lhes para não gastarem aquilo que não têm.
Grimner Escreveu: Não deixa, porém, de ser curioso. Se a Banca portuguesa é assim tão "relativamente" isenta da nossa crise, como se justifica que receba quase 30% dos fundos do empréstimo?
Grimner Escreveu:Quanto à consensualidade da Islândia, acho que não há assunto nenhum neste mundo que seja consensual. E até podia ter puxado a brasa à minha sardinha usando o Joseph Stiglitz. Mas poderia ser visto como um apelo à autoridade uma vez que ele é um nobel da economia, e como uma fonte pouco isenta, já que ele discursou em favor dos movimentos Occupy Wall Street. Por isso mesmo, preferi usar uma fonte que não é à partida tendenciosa para a defesa do estado social: O FMI. O link que dei é de um estudo deles, e nesse estudo está linkado outro estudo, já não sobre a Islândia em particular, mas sobre a melhor recuperação dos países onde não se agrava o fosso económico. São bons reforços à teoria de senso comum de que não se cria crescimento económico retirando o poder de compra.
Em qualquer das actividades que poderiam ser tomadas no caso BPN, o governo foi pouco transparente. Detecta irregularidades e abre um dos nossos já famosos inquéritos que não responsabilizam nada nem ninguém, a não ser agora o Duarte Lima, que já está tão queimado que pode servir de bode expiatório. Em todo o caso, em conjunto com as PPPs, as compras de submarinos, os tráficos de influências, os buracos financeiros nos poderes locais, tudo isso são fatias de dívida bastante questionáveis, a que se acrescentam os acordos celebrados com o FMI que de tão pouco vantajosos, apenas têm como consequência o empobrecimento. Se estes endividamentos nestas condições apenas servem para aumentar o problema que nos levou a contraír dívida, não são, pura e simplesmente defensáveis. E bem mais grave que a perda de soberania é a perda de democracia que é um caso real.
raxx7 Escreveu:Grimner Escreveu: Não deixa, porém, de ser curioso. Se a Banca portuguesa é assim tão "relativamente" isenta da nossa crise, como se justifica que receba quase 30% dos fundos do empréstimo?
O problema da banca portuguesa passa muito pelo facto de, tal como não querem emprestar dinheiro ao Estado, não querem emprestar dinheiro à banca portuguesa.
E isso é um problema porque a banca não tem base interna (poupanças dos clientes) suficiente para satisfazer as necessidades de financiamento da economia portuguesa.
Contudo, não tens uma CGD + BCP (well...) + BPI + BES +Santander + etc à beira da falência. Que foi o que aconteceu na Islândia.
E a banca está suficientemente boa para pensar em alternativas aos dinheiro da troika, que não lhes gusta.
spiegelman Escreveu:Ao menos somos a geração que poderá dizer aos netos:
"Nós estávamos lá quando aquela merda deu o berro"
a versão anglo-saxónica tem mais impacto "When all the shit hit the fan"
Brilhando Escreveu:Os bancos só fazem aquilo que fazem de errado enquanto as consequências pelas suas acções não são punidas (isto é, enquanto não entrarem em falência pelas más escolhas na gestão do dinheiro dos outros). Na situação em que estamos, não só não são punidos como ainda recompensados (moral hazard é o termo).
Que os bancos andem em aventuras especulativas, podem perguntar aos queridos e inocentes governos o porquê, pois estes sabem que precisam dos bancos para fingir que estão a "desenvolver a economia" e para vender as promessas que não podem cumprir (o "Estado Social") através das outras duas formas possíveis de o fazer (taxação e impressão de moeda).
Aventuras especulativas essas que são alimentadas pela manutenção das taxas de juros pelos bancos centrais a níveis inferiores àqueles a que o mercado estipularia (isto é, se houvesse poupança e acumulação de capital por métodos saudáveis, haveria mais capital verdadeiro disponível para ser emprestado e investido), levando a um aumento da quantidade monetária em circulação, dando sinais errados aos agentes económicos, e que os leva a conduzir esse dinheiro "excessivo" para áreas que de outro modo não receberiam tanto investimento (sector do imobiliário, por ex) - fase da bolha
Quando os bancos centrais começam ter medo de efeitos inflaccionáriosa, ou quando os próprios bancos acham que andam a emprestar demasiado dinheiro sem contarem que o vão receber de volta, decidem retirar dinheiro de circulação e a "confiança" começa a diminuir, dá-se o rebentar da bolha porque o dinheiro prometido para pagar os investimentos já lá não está mais.
Segue-se a fase recessiva em que ocorrem falências de empresas que viviam às custas da bolha e o capital que sobra começa a ser aos poucos canalizado para áreas verdadeiramente produtivas - ou seja, a recessão não é mais do que a ressaca.
Se os governos intervém neste processo com as infames políticas "anti-crise", como sempre têm intervido, para salvar bancos irresponsáveis e empresas ineficientes, é o contribuinte que paga em último lugar a conta. No nosso caso, o BPN e o "investimento público" socrático que nos colocou em melhor posição para sair da crise [sic], levou-nos ainda mais ao fundo depois de 10 anos de crescimento anémico.
No caso dos EUA, temos o FED a inundar e os seus quantitative easings e Zero-Interest Rate Policy até ao infinito.
De bolha em bolha até ao estouro final, mas o Mercado Livre (livre? lol) é que paga e fica tudo tão fácil para os federalismos e one world governments liberticidas.
Tudo tão fácil, e explicado desde 1913 (via Austrian Business Cycle Theory). Devias dar uma vista de olhos no Mises e no Hayek, Grimner.
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