Política - Discussão ou algo do género.

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OrDoS
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor OrDoS » quinta nov 25, 2010 6:59 pm

Ermo Escreveu:Fardas desenhadas por Nuno Gama para hospital de São João custam um milhão de euros

Os mais de 4800 funcionários do Hospital de São João, no Porto, vão passar a vestir Nuno Gama.
Contactado pelo PÚBLICO, Jorge Silva, dirigente do SIM, considerou "insultoso" que o hospital avance com esta despesa num momento como o actual, explicando assim o tom da nota publicada no site daquele sindicato, "num dia em que os trabalhadores manifestam o seu desencanto e revolta pelo recurso à arma extrema que é a greve conjunta a nível nacional".

Envolvida precisamente na paralisação, a enfermeira Fátima Monteiro, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e funcionária do Hospital de S. João, estranhou o processo e o momento escolhido pela administração para avançar com o investimento. Esta sindicalista contesta a "ausência de diálogo" com os profissionais que vão vestir as novas fardas - e que deveriam ter sido consultados, nota. Diz ainda não perceber a oportunidade da medida, dado o contexto de crise nacional que, recorda, levou o São João a estabelecer cortes na remuneração dos administradores, no trabalho extraordinário do pessoal, na contratação de novos elementos e, sublinha, no fornecimento de água engarrafada aos doentes.

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Sinceramente... Imagem Imagem Imagem
From word to a word I was led to a word...
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JVELHAGUARDA
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor JVELHAGUARDA » quinta nov 25, 2010 7:23 pm

:roll: Mais um a meter ao bolso :?


Mais de 17 mil pessoas já assinaram a petição Electricidade sem Extras que a Deco lançou às 07.00 de hoje. :o
http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N4168
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1720279

Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » quinta nov 25, 2010 11:05 pm

Ermo Escreveu:
Pedro Lopes Escreveu:Lamento que CDS, BE e PCP mantenham um discurso demagógico e pouco responsável procurando apenas o benefício político.


Pergunta sincera e inocente: estás a falar especificamente de quê?


Deixo agora o PCP:

OE 2011: mais uma brutal ofensiva contra o povo e o país

Este não é o Orçamento do Estado é o Orçamento dos banqueiros!

Mas àqueles que dizem que este é o Orçamento inevitável, que estas medidas são a única solução, nós afirmamos que tais posições e opiniões são falsas!

Primeiro, porque as propostas que apresentam não são a única solução como dizem, nem sequer para combater o défice no imediato. Há outras medidas de contenção da despesa que era possível tomar, como há soluções mais justas no plano social e fiscal do lado da receita que não seja colocar em cima dos rendimentos do trabalho e dos bens de consumo popular a grossa fatia do esforço do aumento dos impostos.

Esta semana realizámos as nossas Jornadas Parlamentares e mais uma vez isso ficou muito claro, com a apresentação de 20 medidas que não só reduziriam substancialmente despesa desnecessária ou supérflua, sem afectar as funções sociais do Estado, os direitos sociais e sem cortar salários e congelar pensões e reformas, como ampliariam a receita sem aumentar a carga fiscal já muito pesada sobre os trabalhadores, os reformados e sobre os micro e pequenos empresários.

Vinte medidas, cinco das quais garantiriam uma receita fiscal significativamente superior àquela que agora querem impor pagar aos trabalhadores e ao povo. São cinco medidas não para o povo pagar, mas para fazer justiça, para começar finalmente a tributar rendimentos e lucros que hoje não pagam impostos, seja através da aplicação de taxas mais justas sobre as transacções e transferências financeiras, de tributação de mais-valias bolsistas, seja com a tributação extraordinária de património imobiliário de luxo, ou ainda pela aplicação de uma taxa efectiva de IRC de 25% ao sector bancário e aos grupos económicos, eliminando os benefícios fiscais que hoje usufruem.

Em relação a esta última medida é bom recordar que a banca o ano passado, segundo a própria Associação de Bancos Portugueses, pagou apenas uma taxa efectiva de 4,3% sobre os seus lucros, metade do que paga o escalão mais baixo do IRS, isto é, um trabalhador com uma baixa remuneração.

Em segundo lugar, é um descarado embuste esta pressa, esta exigência de combate ao défice ao ritmo de mata-cavalos com a justificação da urgência de travar a especulação que os grandes bancos fazem sobre a dívida do Estado e que empurra o país para recessão e para um aumento ainda maior do desemprego.

Há quanto tempo ouvimos esta cantilena do combate ao défice? Há alguns anos e sempre com medidas cada vez mais severas e mais duras que foram justificando o ataque a que temos assistido quer ao sistema de protecção social, quer aos rendimentos do trabalho, quer aos direitos sociais e laborais dos trabalhadores.

Para não irmos mais atrás diziam que era preciso aprovar o OE 2010 para acalmar os mercados e União Europeia. O Orçamento foi aprovado por PS, PSD e CDS e a especulação e as exigências continuaram.

Logo a seguir veio o primeiro PEC. Era preciso apoiar o PEC para acalmar os mercados e a União Europeia. Foi apoiado pelo PS e pelo PSD e as exigências continuaram. Depois vieram as medidas adicionais, o chamado PEC II que PS e PSD aprovaram, mas as exigências continuaram.
Pelo caminho foram ceifando salários e direitos, inclusive dos mais desprotegidos, com a alteração no subsídio de desemprego, a redução das comparticipações nos medicamentos, das taxas moderadoras, na acção social escolar, no Rendimento Social de Inserção, no apoio aos doentes acamados, a pessoas comdeficiência e nas prestações sociais dos idosos do regime não contributivo.

Há três semanas, como se não bastasse foi o PEC III. E o que se vê? A especulação a continuar com pequenas variações!
Medidas de austeridade atrás de medidas de austeridade para os trabalhadores e para o povo, sempre mais dolorosas que as anteriores e sem que nenhum dos problemas que o país enfrenta conheça qualquer melhoria.

Depois de tantos sacrifícios é preciso perguntar, porque é que os ditos mercados não acalmam e a especulação continua?

Para que servem os sacrifícios e a quem estão a servir os sacrifícios? É para salvar o país? Não é! É para encher o saco sem fundo dos mega bancos e dos especuladores transformados em deuses!

Em tempos recuados povos havia que para aplacar a ira dos deuses faziam sacrifícios humanos e entregavam os seus bens. Mudaram-se os tempos, mudaram-se os deuses e os seus sacerdotes. Agora são os deuses do mercado a exigirem e os governantes a servirem de sacerdotes.

Agora dizem outra vez que é preciso novamente, dizem, aprovar o Orçamento para 2011, mais uma vez para acalmar os mercados e a União Europeia e à conta da necessidade dos aplacar vem outra vez um conjunto de medidas de austeridade que se somam às outras já anteriormente anunciadas.
Mais uma machadada nos salários pela via de um novo aumento encapotado do IRS, com a redução das deduções fiscais na saúde, na educação, na habitação que atinge sobretudo os escalões das categorias média baixa de rendimentos, mas também pelo congelamento da dedução específica que atinge toda a gente.

Mais uma machada no poder de compra dos rendimentos do trabalho pela via não só pela via da subida da taxa do IVA de mais 2%, mas também pela alteração da estrutura da tabela dos produtos com a passagem de alguns deles de 6% e 13% para 23% - leite achocolatado; óleos alimentares; iogurtes, que para o Ministro das Finanças não são produtos essenciais.

Tudo em cima do que já sabíamos. Os gravíssimos e inaceitáveis cortes dos salários dos trabalhadores da Administração, que poderão atingir os 10%. O novo ataque à protecção social com novos cortes no abono de família e o corte nas verbas de apoio aos desempregados, num momento em que se prevê a subida do desemprego, ao mesmo tempo que decidem o congelamento das reformas e pensões e impõem um novo aumento nas despesas de saúde e nos medicamentos para os utentes.

Medidas que vão rebaixar inevitavelmente a qualidade de vida dos portugueses. Medidas que significarão, por exemplo, com o corte nos contratos da Administração Pública e o congelamento de admissões de pessoal, uma degradação da resposta nas funções públicas na área da saúde, da educação e dos transportes, entre outras.

Medidas que desmentem por inteiro a farsa da distribuição equilibrada dos sacrifícios por todos.
Acenam com uma contribuição a pagar pela banca a que chamam imposto, mas que ao que tudo indica nem sequer é um imposto e cujo montante é de um valor irrisório (entre 100 e 150 milhões de euros na melhor das hipóteses) e que bem podíamos chamar de imposto propaganda. Um falso imposto para deitar poeira para os olhos do povo!

Com as orientações já anunciadas para o OE 2011, com o ataque aos salários e às reformas e pensões e a quebra no investimento, levará inevitavelmente à recessão económica, como aliás têm como mais que certa várias organizações internacionais.

Com a recessão dificuldades acrescidas na nossa economia e mais desemprego. Com a recessão virão outra vez as dificuldades para equilibrar as contas públicas.

Com a estagnação e a recessão em resultado de tais medidas regressarão os especuladores com mais força, agora com o pretexto da estagnação, aumentando a parada das exigências e da chantagem, exigindo a renovação do ciclo dos sacrifícios e novamente regressará o discurso da exigência de novas medidas da União Europeia e do grande capital das reformas ditas estruturais ou seja mais medidas anti-sociais, como já está acontecer, esgrimindo novamente com a rigidez do mercado de trabalho.

É neste círculo vicioso que a política de direita vem enredando o país. A repisada solução dos partidos do rotativismo que estão a condenar o país.

O país precisa de outra política e de uma política de rigor, mas não para “acalmar os mercados”.
Todos eles sabem bem que a especulação não se combate assim, apenas se alimenta porque pela sua natureza e objectivos um especulador vive da especulação.
Os bancos deixarão de especular se o poder político deixar de se submeter ao poder económico em Portugal e na Europa.
Mas em vez de medidas de combate à especulação e de tomadas de posição e acção em defesa dos interesses nacionais, apenas assistimos a sistemáticos jogos de palavras e ataques recíprocos entre PS e PSD numa clara tentativa de branqueamento das suas responsabilidades.

Uns remetendo para a crise internacional toda a responsabilidade da situação do país e das consequências das suas próprias opções políticas.

Outros, nomeadamente o PSD a desenvolver uma despudorada manobra de alijamento de responsabilidades, tentando passar responsabilidades de medidas que também são suas.
Discutem muito e empolam muito pequenas nuances, para tentarem esconder que no essencial estão de acordo com o fundamental das políticas seguidas.
Ambos estão de acordo nas medidas que doem ao povo e a quem trabalha: o corte nos salários, o corte do subsídio de desemprego, do abono de família, as prestações sociais, o aumento do IVA, entre outras.
Passos não faria diferente do que faz Sócrates se fosse governo, tal como Sócrates não fez diferentes opções no que é estruturante nas políticas seguidas antes por Durão Barroso ou Santana. De vez em quando trocam o passo mas nos passos finais acertam e dançam juntos.
Camaradas:
O país não pode continuar a hipotecar o seu futuro, é preciso assumir uma política patriótica!
O país não pode continuar a adiar a tarefa do crescimento económico, da criação de emprego, da defesa e desenvolvimento da produção nacional.
Digam o que disserem os protagonistas da política de direita, sem mais produção, sem mais criação de riqueza, sem um forte crescimento económico não há solução para o problema do défice das contas públicas, nem do emprego, nem solução para o pagamento da dívida externa.
Já se perdeu tempo demais e querem continuar a adiar o que é preciso fazer!
Apoiar e valorizar prioritariamente o Portugal que produz!
Camaradas:
Estamos aqui, em Guimarães, no Vale do Ave, de forte implantação industrial, e particularmente da indústria têxtil.

De milhares de empresas sediadas nestas freguesias saíram milhares de peças de roupa, de têxteis lar, toneladas de fios, de panos e de tecidos diversos.

Indústria, cujas origens, na região, se perdeu nos tempos.
Como conceber então que ela definhe dia após dia, ano após ano?

Isso só se percebe numa dinâmica conjugada de um patronato agarrado ao modelo da mão-de-obra barata, com políticas que consolidaram um tecido produtivo, de pequenas empresas, subcontratado e que perdeu segmentos importantes da cadeia de valor (fiação e tecelagem), com uma política de claudicação nacional aos interesses dos grandes consórcios industriais europeus que, para garantirem a entrada dos seus produtos de elevadíssimo valor acrescentado, abriram as fronteiras às importações de países que apostam na produção massiva, para melhorar as condições de vida dos seus povos, designadamente das economias emergentes.

Quem não se lembra dos alertas que fizemos quando da entrada de Portugal na então CEE e dos prejuízos que isso criaria à nossa industria tradicional? Dos avisos que fizemos quando da entrada da China na OMC, e foi acordado o desmantelamento da protecção aduaneira dos têxteis a partir do ano 2 000.

Avisos que reafirmámos depois ao propor o accionamento de uma cláusula de salvaguarda que os outros partidos rejeitaram, alertando para as verdadeiras consequências que os acordos feitos no plano internacional iriam ter a partir de Janeiro de 2005, designadamente a subestimação da adesão dos países asiáticos à Organização Mundial do Comércio.

E que voltámos a fazer quando Portugal aderiu à Moeda única, o que representou uma perda de competitividade da nossa economia directamente em mais de 10%.

E que temos vindo repetidamente a fazer denunciando o crime que se está a praticar contra as pequenas e médias empresas e logo contra o país, ao dificultar-lhes o acesso ao crédito e fazê-lo a custos e condições incomportáveis para garantir os lucros monstruosos da banca. Ou ao manter a energia a preços que são dos mais elevados da Europa, de que o recente aumento do preço do gás industrial entre 10 a 20% é um triste exemplo, para assegurar que a EDP e a Galp tenham lucros obscenos de centenas de milhões de euro todos os anos. Ou ao fixar tarifas do tratamento de efluentes desajustadas da realidade. Ou ao anunciar a fixação de uma tarifa nacional para a água sem ter em conta as implicações na tesouraria das empresas. Ou ao empurrar para as autarquias a cobrança de taxas ambientais. Ou ao obrigar ao pagamento de portagens nas SCUT, ignorando a circulação de mercadorias por parte de milhares de micro empresas que prestam serviços a centenas de outras distanciadas umas das outras a num raio de 50 kms.

E que fizemos ainda há poucas semanas quando alertámos no Parlamento Europeu e o governo português para os riscos para a indústria nacional da aprovação uma concessão de acesso ao mercado da União Europeia relativa a 13 categorias de produtos têxteis do Paquistão, os quais passariam a beneficiar de direitos “zero”.
Seriam também contemplados com a cláusula MFN (a cláusula de país mais favorecido), o que significaria outros países exportadores têxteis, igualmente de grande dimensão e potência, como a Índia e a China.

Ora, de acordo com industriais do sector, esta medida agravaria ainda mais a concorrência que já impõem à Indústria Têxtil europeia geral e à portuguesa em particular, obrigando a mais encerramentos de empresas e a mais desemprego, ainda para mais num período particularmente difícil para o sector.

O PCP lançou a Campanha Portugal a Produzir, exactamente para fazer a veemente denúncia da destruição a que o aparelho produtivo tem sido sujeito nas últimas décadas, pelas políticas de direita.

E para afirmar que só com o aumento da produção nacional, substituindo as importações e alargando as nossas exportações, será possível dar resposta à difícil situação a que PS, PSD e CDS nos conduziram.

No sector têxtil, isso significa intervir ao nível dos custos do crédito, da energia, dos transportes e da logística, de forma a melhorar a competitividade da indústria.

E tal implica, como o PCP vem defendendo e propôs já a nacionalização da banca comercial e da energia, para as colocar ao serviço da economia nacional, dos trabalhadores e do povo.

E implica reverter a decisão de portajar as auto-estradas, o que penaliza muitíssimo as nossas empresas, proposta que apresentámos novamente na passada quinta feira e contra a qual PS, PSD e CDS estiveram bem unidos! Bem podem simular diferenças. Nas horas chave lá estão, todos juntos.

Mas defender a produção nacional e também a indústria têxtil é indissociável da defesa dos direitos dos trabalhadores e desde logo do aumento dos salários, do combate à precariedade e às baixas qualificações.

Temos afirmado muitas vezes que o aumento dos salários é não só socialmente justo, para compensar o trabalho, como é necessário do ponto de vista económico, para alargar o mercado interno e a necessidade das empresas produzirem.

E é por isso que nos vamos bater até ao fim para que se cumpra o acordo de aumento do Salário Mínimo Nacional para 500€ em 2011, com o objectivo de chegar a 600€ em 2013.

À boleia das medidas de austeridade do Governo, já anda para aí um certo patronato a tentar roer a corda, e já o Governo dá o dito pelo não dito. E sobre esta matéria ninguém ouve uma palavra aos líderes do PSD e do CDS.

Dissemo-lo ontem e continuamos a dizer hoje. A indústria têxtil e de vestuário não tem que estar condenada!


Jerónimo de Sousa dispara por todo o lado apontando culpados para a crise! Soluções? A tributação das mais valias e das transacções financeiras? Ah! Espera! Aqui temos a nacionalização da banca e da energia! Pelo menos dinheiro e electricidade não vão faltar.

Acho particular interesse à campanha "Portugal a Produzir"! E quem investe? Os privados? Mas só se não tiverem lucros! Não! Deve ser o Estado! Não sei é com que dinheiro!
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??

Pedro Lopes
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Pedro Lopes » sexta nov 26, 2010 12:07 am

Ermo Escreveu:
Pedro Lopes Escreveu:Lamento que CDS, BE e PCP mantenham um discurso demagógico e pouco responsável procurando apenas o benefício político.


Pergunta sincera e inocente: estás a falar especificamente de quê?



Relativamente ao CDS, mesmo a propósito, fica aqui a entrevista hoje de Paulo Portas no programa Grande Entrevista.

http://ww1.rtp.pt/blogs/programas/grand ... post=12614

Ataques ao Sócrates, ao governo, etc,etc. Tudo dentro da normalidade.

Piscar de olho aos idosos, pensionistas, desempregados, jovens, ao FMI. Tudo normal.

Ataques às PPP's (será que ele se lembra de qual foi o governo que criou as PPP's), às grandes obras, aos ordenados dos administradores. Normalissimo.

Vi apenas uma referência em termos de crescimento económico. Substituir as importações investindo na agricultura. :shock:

Momento Zen: Pensei que o homem ia chorar quando falou de Timor.

Este homem é aquilo a que se chama "enguia". Ele sabe perfeitamente que não precisa de defender qualquer medida impopular pois o PSD terá naturalmente que vir ter com ele para formar governo.

Portanto, o CDS é diferente do PSD mas o PSD é o partido que está mais próximo do CDS.

36 minutos de populismo e ainda assim esqueceu-se de falar na segurança e na imigração.

Isto vindo de quem vem! Onde será que andam os documentos que desapareceram com as alterações ao programa de contrapartidas relativas à compra dos submarinos? Será que os entregou ao Abel Pinheiro ou será que estão no Dubai?

Em Abril de 2005, após quase três anos como ministro da Defesa e número 2 dos governos de Durão Barroso e Santana Lopes, Paulo Portas optou por uma semana de férias num local exótico e sibarítico: o Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

O líder do CDS-PP instalou-se num dos melhores hotéis da região, o Palace of the Royal Mirage - luxuoso resort junto à praia onde uma noite podia então chegar aos 4000 euros. Os relatos dessa semana divergem, conforme feitos pela imprensa - "Os 1001 luxos de Portas nas Arábias", escreveu o 24 Horas - ou pelo próprio Paulo Portas: "Não tenho à minha disposição qualquer casa com dois quartos, sala de estar e jantar, casa de banho, escritório e até kitchnete (...) tão pouco aluguei qualquer piscina privada ou jardim privativo" ou sequer seguranças privados. Mas foi numa dessas "Garden Villa" que o jornal o contactou.


E vem esta besta falar dos idosos e pensionistas.
Eu fui aprovado nos testes de "stress"!!! E tu??

Vooder [RIP 2011/01/03]

Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Vooder [RIP 2011/01/03] » sexta nov 26, 2010 1:13 am

Mete aí uma do PS e do PSD também...

Ex-SCUTS
«Manuel Monteiro Matos
Rua da Gandra, 90 hab 24-G
4445-122 Alfena
Bilhete de Identidade nrº 5810608
Contribuinte nrº 158608232


Assunto: Pagamento de Passagens na Ex-SCUT de Alfena

Exmos. Senhores,

Sendo morador em Alfena e trabalhando no Porto, utilizo, como sempre utilizei, o seguinte trajecto: Porto-VCI-A3-A42-Alfena, sendo o regresso feito em sentido inverso utilizando as mesmas vias.
Não vou dissertar agora no facto de que Vas. Exas. me estão a cobrar a utilização de uma via que foi construída com os meus impostos e com as verbas provenientes da União Europeia, porque esse infelizmente é assunto ultrapassado pelas Leis abusivas deste País.

Vas. Exas. em conluio com os (des)governantes deste País, não prestam nenhum serviço... disponibilizam uma determinada estrutura (estradas) que caso queiramos utilizar terão que ser pagas, mas como vocês, pobrezinhos, ganham pouco e não têm dinheiro para criar postos de trabalho, não disponibilizam nenhum funcionário para receber o que devo no fim da utilização desses serviços...

Assim, de acordo com a leitura sobre as diversas formas de pagamento, cheguei à conclusão de que não vou comprar nenhum dos dispositivos que V. Exas. têm(??) à venda, nomeadamente o DECP, o DEM ou o DT, uma vez que tal não faz sentido!

Desgraçadamente, mesmo que quisesse adquirir uma dessas máquinas registradoras, as mesmas encontram-se esgotadíssimas.... porque se calhar vos dá jeito cobrar os "serviços administrativos" que são um autêntico roubo.

Então EU é que compro o dispositivo da v/ cobrança??? Isso tem tanta lógica como ir a um café, pedir umas águas que custam €0,80 e cobrarem-me €0,90 sendo que os 10 cêntimos a mais são como contribuição por o café ter comprado a sua máquina registadora... NÃO FAZ SENTIDO!!!

Atentem nesta "JÓIA" exemplificativa de autêntica extorsão: No trajecto A3-Alfena, utilizando cerca de um quilómetro da A42.... o valor da passagem são 0,20? e o valor do serviço administrativo são.... 0,30? !!!!!! É para RIR???? então o custo administrativo é superior ao custo do Serviço??? Vão gozar com o c..........lho!!!!!!

Posso realmente fazer o pagamento postecipado, conforme foi divulgado por Vas. Exas., mas... dou o exemplo concreto de um pagamento que efectuei e do qual junto cópia: No passado dia 21-10-2010 fui a uma Payshop e o recibo total foi de 5,02 Euros... sendo que esta verba diz respeito às parcelas de 2,60? de custos de portagem e... €2,42 de CUSTOS ADMINISTRATIVOS!!!!! 93% de aumento!!!!!

AINDA POR CIMA, O REFERIDO RECIBO NÃO IDENTIFICA OS LOCAIS EXACTOS DAS PASSAGENS NEM AS HORAS... NADA! Como eu utilizo uma viatura da Empresa onde trabalho, acabo por não ter forma de justificar se os recibos são referentes a utilizações particulares ou em serviço da Empresa....

Verifico ainda que, quando termino a passagem das Ex-Scut, no respectivo local, não tendo ninguém para me cobrar a passagem, nem sequer tenho UM LIVRO DE RECLAMAÇÕES!!!!!

Não me venham dizer que tal livro está ao meu dispôr na VIA VERDE ou em qualquer uma das Lojas existentes neste País..... Porque qualquer Empresa onde eu vá, tem Livro de Reclamações nas suas filiais, não me mandam para a SEDE a reclamar....

Tenho o Direito de reclamar no local onde me foi prestado o Serviço, não sou obrigado a deslocar-me para o fazer!!!!!

Ainda por cima, com tantos nomes nas estradas, nem sei se estou a utilizar um serviço da Ascendi, da Brisa ou de qualquer um dos outros Exploradores de cidadãos deste País.... pelo que nesses casos podiam sempre dizer "Ah! coisa e tal.... a sua reclamação não é para a Brisa... é para a Ascendi.... ou é para não sei quem.... olhe, pague e não bufe...."

Face ao exposto, considerando que a inexistência do Livro de Reclamações no Local onde o Serviço me é prestado; considerando também que não tenho que suportar os custos das v/ máquinas de registos; considerando ainda um abuso que seja eu a pagar uma comissão de 93% ao payshop que se substitui a vocês para efectuarem a v/ cobrança que, lembro, não fizeram porque não estavam presentes no respectivo local quando eu passei e quis pagar...

Vou continuar a utilizar a ex-scut em questão, sendo certo que aguardarei que no respectivo local esteja alguém da v/ Empresa! se isso não acontecer, QUERO utilizar o respectivo Livro de Reclamações (podem pendurar no último poste antes da saída para Alfena, é uma sugestão...). CERTO mesmo, é que não pagarei mais multas (custos administrativos, comissão do Payshop, ou outro nome que lhe queiram dar), por não efectuar o pagamento atempadamente por CULPA VOSSA!!!

MALDITOS PORTUGUESES, REBANHO DE CORDEIROS: NINGUÉM TEM UNS PNEUS QUE ME EMPRESTE PARA QUEIMAR NA SAÍDA DAS SCUT'S?!!! NINGUÉM RECLAMA?!? TODOS FALAM E NO ENTANTO PAGAM E CALAM?!! PORTUGAL TEM MESMO O QUE MERECE...

Dava-lhes os meus cumprimentos, mas só se fosse ao murro seus f.p.

Manuel Monteiro Matos»
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Nando » sexta nov 26, 2010 1:20 am

Em relação ao penúltimo comentário do Pedro Lopes.

O país não vive sem investidores privados mas também não pode viver obcecado neles.
Vivemos, neste últimas duas décadas principalmente, no apogeu do investimento privado e na hegemonia dos mercados e estamos na situação que estamos: nem empregos, nem prosperidade, nem estado-social... nada! Prometeram-me que o livre mercado substituiria o estado-social [com todas as suas empresas privatizadas, com o carga de impostos alta para quem mais ganha] e todos viveríamos bem na mesma. O que eu vejo é um futuro sombrio, onde me esperam o contrato precário, os baixos salários [e a mordaça que isso acarreta - http://jornal.publico.pt/noticia/25-11- ... 693112.htm] o desemprego e a falta de apoios do estado: reforma nula, ensino pago, saúde paga... Estamos sem nada. E as previsões é que ainda vamos ficar prior quando o sistema da segurança social falir. E tenho as minhas dúvidas que esta situação da crise do emprego melhore a longo prazo.

A verdade é que eu acho que existe muito "mercado" e muito "investidor" para taxar. Há medida que as desigualdades avançam acho que a solução tem de passar por quem é mais rico partilhar mais! Sinto que existem reformas muito profundas para serem feitas. Autenticas mudanças paradigmáticas que urgem fazer e que estão ao nível da revolução. Não vejo outra solução (com as limitações que a ignorância me poderá impor, claro). Continuar com o aumento de impostos para todos e continuar com os cortes cegos à despesa pública é deixar-nos a todos na miséria. Estamos a beber absinto para curar a ressaca.

Acho que parte do problema é que as medidas mais relacionadas com a ala esquerda estão descredibilizadas... Defender os direitos laborais é ser um careta de um sindicalista comuna. E defender que os mercados especulativos estavam bem era na puta que os pariu é ser um anarca comuna drogado. A verdade é que eu tento analisar o que se passa à minha volta (com a visão mais imparcial que consigo) e só vejo a solução que já falei atrás... Existe muita merda de esquerda que não faz sentido, existe outra que sim. A mesma coisa para a direita. E é por isso que devemos de deixar de olhar o mundo com o filtro da dicotomia esquerda/direita. Temos de começar a ser lógicos e não ideológicos.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Nando » sexta nov 26, 2010 1:24 am

Já agora um texto interessante que encontrei e que acho merecedor de partilha:

Muito tem sido falado sobre o mercado e seu domínio sobre a sociedade. Especialmente com a ampliação do livre comércio, que possibilitou uma até então inimaginável especulação financeira, cresce a crença num assim chamado "poder invisível" do mercado. O Estado de bem-estar social e a democracia são mundialmente apresentados como obstáculos à "ordem econômica". Governos devem possuir sempre menos poder, especialmente nos "países em desenvolvimento", de forma que os investidores não temam em investir seu dinheiro ali. Aliás, o dinheiro especulativo, que representa 90% do dinheiro que diariamente circula pelo mundo, é denominado como "ajuda" e aceito como decisivo fator de desenvolvimento. Para que os governos possam ser bem credenciados a "atrair" investimentos, eles devem oferecer uma alta taxa de juros, com os quais seus países se tornem mais "atrativos". Nisto estão incluídos a privatização de empresas, a queda de impostos, o racionamento do crédito e o combate à inflação como pressupostos para a "atratividade" do mercado. Mas, afinal de contas, quem decide sobre o mercado?

Assim como nos anos 90 a globalização fôra aceita como inevitável, agora é aceito o argumento de que nenhum governo pode renunciar aos investimentos especulativos. Se um governo pretende renunciar à especulação, já se assinala um quadro de caos, porque os especuladores, então, tirariam seu dinheiro do país e poderiam investí-lo em outro. A única alternativa dos governos seria oferecer as melhores condições aos especuladores e esperar que o dinheiro, de fato, seja investido em seu país. Através desta concepção, os especuladores já possuem mais poder que os Estados Nacionais e podem, inclusive, influenciar eleições, apoiando candidatos que a eles melhor se adaptem.

No Brasil, por exemplo, George Soros, um dos maiores especuladores do mundo, se pronunciou a favor de Serra, candidato do atual governo, ao afirmar que uma possível vitória da oposição significaria o caos. "Ou Serra ou o caos" serviria para mostrar que o povo brasileiro sequer teria outra alternativa a não ser a de concordar com os "interesses do mercado". A ameaça é tão forte que Lula, candidato da oposição, se sente obrigado a se adaptar sempre mais ao mercado e não expressar nenhuma opinião que possa ocasionar uma "fuga de investimentos".

Já é de notar que por detrás da concepção de supremacia do mercado estão escondidos interesses políticos que, claramente, confrontam com os interesses das nações. Mas por que os governos têm feito tão pouco contra isso? Eles possuem realmente tão pouco poder diante do crescente mercado especulativo? Podemos partir do pressuposto de que sem decisões políticas o mercado especulativo nem sequer existiria. Instituições internacionais foram criadas, reuniões de chefes de Estado aconteceram e regras foram acordadas para que o livre comércio pudesse ser ampliado. Os governos que apoiaram estas instituições e regras são responsáveis pela atual situação. Mas, exatamente estes governos, agora que os problemas sociais já são tão visíveis, procuram responsabilizar o mercado pelas suas próprias decisões. Se não existissem regras seria impossível negociar, porque todos os negócios dependem de regras. Sem obediência e aceitação das regras, nenhum investidor ou comerciante está seguro de que será pago, o que pode comprometer a lógica do mercado.

Como não existe mercado sem regras, as decisões políticas são responsáveis pela manutenção ou mudança da situação econômica. Mas a política é influenciada pela economia e, normalmente, os governos são tão subservientes que os interesses do capital são simplesmente aceitos como interesse do Estado e nem sequer ainda são limitados pelos governos. Isso significa que não basta ter governos ou reforçá-los; é necessário que a população em geral se organize politicamente na sociedade civil, que troque governos e que os coloque sob pressão quando confrontam os interesses públicos.

Por detrás do poder do mercado estão, evidentemente, os interesses do capital, que procura cada vez mais decidir a política dos países a favor de seus privilégios. Apesar desse poder ser apresentado de forma ideológica como um sistema autônomo, ele só é tão significativo porque existem governos que consentem aos interesses do capital e porque, nos últimos dez anos, os movimentos sociais recuaram sensivelmente. Mas já há sinais de uma resistência política. O surgimento do movimento internacional de crítica à globalização neoliberal, o qual muitos nem poderiam imaginar na década de 90, é uma demonstração de que a humanidade não se adapta tão simplesmente à lógica do mercado, especialmente porque esta lógica aprofundou a desigualdade social e não vem ao encontro aos interesses da maioria. Novamente fica claro que democracia e liberdade não são uma oferta do mercado ou do Estado e que somente poderão ser alcançadas através da sociedade organizada.


http://www.espacoacademico.com.br/014/14andrioli.htm

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Cthulhu_Dawn » sexta nov 26, 2010 8:34 am

É isto que mais me faz confusão nesta nossa terra. Podemos discutir imenso se a globalização é ou não neo-liberal, se nos deixa mais pobres ou não e se estamos ou não totalmente dominados pelos "mercados". Mas antes de mais, o nosso problema continua a ser um problema de gestão (de falta dela) e de responsabilização (de falta dela)

Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas (TC) ao Aeroporto Civil de Beja conclui que a infra-estrutura onde já foram investidos cerca de 34 milhões de euros "não tinha assegurada a sua viabilidade económica".

A Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja, S.A. (EDAB), entidade responsável pela construção do aeroporto de Beja, instada pelo TC a explicar a falta de investidores, reconhece o clima de incerteza: de um projecto "desta natureza, que se encontra totalmente dependente da evolução das varáveis económicas regionais e nacionais, não se poderia esperar "milagres" da sua imediata transformação num projecto rentável no curto prazo".

Mas o tribunal sublinha que "já se passaram quase 10 anos" desde o início da criação da empresa, tendo as datas para o início da operação "sido sucessivamente adiadas". A EDAB explica que "a prossecução desta estratégia foi protelada pela crise económica e financeira, cujos efeitos ainda se fazem sentir", vaticinando o Verão de 2011 como a data prevista para início de operações.

Enquanto empresa pública constituída sob a forma de sociedade anónima, a EDAB "nunca apresentou qualquer plano de negócios" e vem acumulando "prejuízos há quase dez anos", decorrentes do facto de estar a "operar num quadro de total incerteza de viabilidade económica e financeira", realça o TC. Em consequência, constata-se que a operacionalidade do aeroporto de Beja, na fase actual, "está bastante comprometida" na medida em que "nenhum objectivo estratégico se mostra cumprido", nem existe concretização de "qualquer contrato de negócio aeroportuário" com companhias de aviação


Muito simplesmente, é corolário de como desbaratar dinheiro público e a prova acabada de que ao fim destes anos todos, o Estado não sabe e não quer saber como gerir o dinheiro que tem e o que não tem. E agora pergunto, em que é que se traduz esta auditoria do TC? Há responsáveis? De que forma se pretende corrigir esta situação?

Como o simpático rapaz assessor/empresário em nome próprio que, na prática, burlou o IEFP em milhares de euros? Em comparação, o meu pai por exemplo por uma aparente falha na escola da minha irmã em fazer chegar à Seg. Social os comprovativos para fins do abono escolar, levou a que durante 3 meses estes fossem pagos pela própria Seg. Social que veio agora (e bem) pedir 40€ de volta...

E depois chega uma pessoa a casa, tarde e a más horas, liga o Jornal das 9 e vê uma figura como o Afonso Candal do PS a dizer que a factura dos desmandos dos últimos 35 anos vão ser pagos pelas gerações futuras, ou que as medidas de austeridade vão ter consequências "a longo prazo" ou com o Miguel Frasquilho a rir-se e a agradecer o "acto de contrição" do deputado, que só peca por tardio...Não há, de facto, naquela AR e n meio daquela gente toda, a mínima noção do país em que vivem e que deviam estar agora a fazer os possíveis e os impossíveis para tentar resolver os problemas que o afligem...

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spiegelman
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor spiegelman » sexta nov 26, 2010 9:57 am

Até concordaria com uma maior flexibilização para os privados (mais ainda??) se a iniciativa privada portuguesa não fosse uma nulidade e não estivesse em última análise dependente do estado. O pequeno e médio empresário português, que é (ou devia ser) essencialmente o tecido da economia não tem formação, capacidade de gestão, educação e cultura salarial, democrática e de visão de investimento.

A ideia do empresário português de investir é pagar miseravelmente, explorar o assalariado, fugir aos impostos, subornar o autarca e modernizar a empresa com jipes novos para a filha. Desrespeita o funcionário porque na sua maior parte tem mais civismo, educação e formação superior do que o patrão, caindo no maior vício de todos o português: O Pequeno Poder.

E aqui não estou a falar dos serviços de telecomunicações, seguros, banca, comércio ou serviços que essencialmente estão centrados nos grandes centros urbanos da capital ou do Porto.

Estou a falar do moribundo aparelho produtivo do resto do país. A indústria morreu porque quando entrámos na CEE a primeira coisa que se lembraram foi de construir estradas, a segunda coisa que se lembraram foi construir estradas e pontes e a seguir lembraram-se de construir mais estradas para passar debaixo e por cima das pontes.

Depois vieram os subsídios onde o empresário descrito acima queimou os subsídios com os jipes para a filha. As quotas de mercado mataram a agricultura e as pescas, a crise do petróleo e o euro mataram as exportações.

Hoje dependem de subsídios do estado quando entram em falência e esgotam os cofres da previdência enviando milhares para o fundo de desemprego enquanto a filha faz sessões de felacio diário aos colegas de faculdade com o jipe que o papá ofereceu, ao mesmo tempo que o papá vai às escondidas ao Banco Alimentar.

A maior parte dos lucros das empresas portuguesas que dão lucro são lucros baseados em especulação e serviços. É a banca e as telecomunicações, áreas que contribuem zero para o aparelho produtivo do país e baseiam-se não em trabalho mas no sobe e desce das taxas de juro e das oscilações da bolsa.

Os lucros do BCP criam postos de trabalho? Aumentam as exportações?
A venda da VIVO criou postos de trabalho? Ajudou as empresas portuguesas a produzir?

Afinal o que é a iniciativa privada? O que é a capacidade de criação de emprego?

Onde? Como? Com o quê? O que é que o estado, enquanto estado pode fazer para ajudar a iniciativa privada a criar emprego e a produzir?

Flexibilizar o código do trabalho? Os despedimentos? Os horários? Com que objectivo? O lucro imediato para abrirem falência dois anos depois e porem toda a gente no olho da rua?

São capazes de me dizer honestamente que uma medida destas não serviria para senão criar um tecido empresarial português que em muito se assemelharia a uma floresta de eucaliptos?

Seriam as empresas portuguesas e os investidores estrangeiros capazes de se comprometer em ficar no país anos e anos em troca das condições que exigem? Ou ao primeiro problema saltavam fora do país ou da produção deixando a terra seca?

Será que há mesmo noção do país em que estamos e das pessoas que aqui vivem?

Julgam que isto é a Suécia?
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor aftermath » sexta nov 26, 2010 12:53 pm

Receita para o desastre

"A crise financeira foi provocada pelo aprofundamento do fosso entre pobres e ricos. A conclusão é dessa organização de cariz socialiazante conhecida por Fundo Monetário Internacional. Tal como acontecera na Grande Depressão, a crise financeira resulta da concentração de riqueza detida pelos mais ricos e o crescente acesso ao crédito dos mais pobres, sem recursos para viver nas sociedade modernas, explica o estudo do FMI.

Nos EUA, entre 1983 e 2007, o rendimento detido pelos cinco por cento mais ricos aumentou de 22 para 34 por cento, resultando disso mesmo, o endividamento da restante população (94 por cento) duplicou nesse período. Tudo muito semelhante ao que acontecera entre 1920 e 1928.

O estudo, pensado para os EUA, foi replicado para outros países desenvolvidos. E quando chega a Portugal revelou o que já sabemos: é o segundo país da zona euro onde há maior desigualdade na distribuição da riqueza. E isso ajuda a explicar o nosso nível de endividamento.

Podemos tirar três conclusões deste estudo: que o endivimanto não resulta de uma bebedeira consumista que leva os povos a viver acima das suas possibilidades, mas de um desvio dos recursos disponíveis de parte da população para os mais favorecidos; que a crise não resulta, como nos querem vender, de um excesso de Estado Social, [u]mas de um falhanço no papel redistributivo do Estado; e que as medidas que estamos a aplicar, com redução de prestações sociais e dos custos do trabalho, apenas agudizarão a crise.

Como em quase todos os estudos que vão saindo, os números contrariam a lenga-lenga que nos vendem todos os dias."

Daniel Oliveira
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Brilhando » sexta nov 26, 2010 1:18 pm

Foda-se, lol.
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor otnemeM » sexta nov 26, 2010 2:10 pm

Total ausência de extrapolações, sim senhor.

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor aftermath » sexta nov 26, 2010 2:20 pm

otnemeM Escreveu:Total ausência de extrapolações, sim senhor.


Embora não me admire, prometo que assim que me for possivel vou ler todo o estudo do FMI! Pode ser que dessa maneira possamos ficar mais elucidados, mas, algo me diz que por estas paragens nem assim ficam convencidos!!!
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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor Vooder [RIP 2011/01/03] » sexta nov 26, 2010 2:22 pm

Sai um Imagem para o FMI.
Há muito boa gente, musers incluidos, que nem que nosso senhor jesus cristo descesse novamente à Terra dizer estas e outras coisas evidentes, não queriam...

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Re: Política - Discussão ou algo do género.

Mensagempor otnemeM » sexta nov 26, 2010 2:34 pm

Mas que coisas evidentes? E os números da crise do subprime, ficaram na gaveta? E os outros todos que não me apetece enumerar porque tenho mais que fazer?

Há muitas razões para o estado das coisas, com certeza a injusta redistribuição e anterior taxação terão o seu papel, mas fazer um cherry-picking que sirva para suportar extrapolações que nos convêm é simplesmente desonestidade intelectual.


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