Brincadeiras de Praxe

[Ego Liberare [RIP]]

Disparates hierárquicos. Se estão na faculdade ESTUDEM mas é em vez de andar a brincar às dominações.

Eu passei pelas 2 experiências: da primeira vez que entrei na fac fui praxada. Damn, era jovem e influenciável e acabei com a cara pintada. Mas fugi às outras praxes todas. De resto dei-me bem com os meus veteranos. Quando mudei de faculdade, fui para um curso onde não há prática de praxe. E ainda bem, ninguém me chateou e sinceramente pouco me importa se há convívio ou não, se estou na universidade é para estudar. Levo o meu curso bastante a sério, já tive tempo suficiente a anhar antes de entrar neste.

[raxx7]

Que confusao! Qual é a diferença entre doutores e veteranos? Pelo que percebi os veteranos estao acima dos doutores, é possível um doutor nunca chegar a veterano?

Para te confundir ainda mais, a nomenclatura varia entre as Universidades.

[Ermo [RIP]]

Se estão na faculdade ESTUDEM mas é em vez de andar a brincar às dominações.

Nao sei o que é que estar/participar na praxe, impede alguem de estudar ou faz com que esse alguem leve menos a sério a faculdade do que tu.

É obvio que eu nao estava a comparar as praxes com a pedofilia, apenas que nao é preciso ter-se sentido certas situaçoes na pele para se ter uma opiniao.

Nao sei se me exprimi bem ... mas tudo o que referi em relação à praxe (sobre o facto de alguem ser contra ela, sem ter visto ou passado pela praxe porque simplesmente ouviu historias na televisao de que uma caloira andou com merda na cara ou um gajo que teve de andar nu em cima de uma bicileta sem assento ) era sobre a praxe na minha faculdade.

Mas como a praxe nao é obrigatoria e, pelo menos onde eu ando, nunca vi ninguém a ser discriminado por nao se querer envolver em praxes, acho que nao há razao para se falar em desrespeito ou abuso (a nao ser em casos de pseudo-praxes e espectaculos de gente frustrada, que os há ...)

[Ego Liberare [RIP]]

Praxe é coacção.
Quando o caloiro diz que não chateiam-no mais.
Quando diz que sim é por não ter coragem.

Espanta-me a lata dos que a confundem com supostas «tradições» e «integrações» e outros argumentos falsos.

Mas meu amigo se gostas mesmo de andar a fazer figura de urso, dá-lhe.
Entre bichinhos subservientes e papões preversos, prefiro manter-me fiel à minha dignidade.

[Ermo [RIP]]

Ok Dona Iluminada. Primeiro nao percebi essa da "lata dos que a confundem com supostas «tradições» e «integrações»" .. A Praxe Académica é um conjunto de tradições, com alguns séculos de existência, geradas entre estudantes universitários, quer acredites, quer não ... não me interessa. Agora falando de mim, a praxe ajudou-me (quer acredites, quer não) a criar laços (algo em que tenho muita dificuldade, por ser inibido) com pessoas espectaculares com quem convivo diariamente e que me têm ajudado em todos os sentidos. Ao contrário de ti, nao vejo a Universidade como um local apenas "para estudar".

[Ego Liberare [RIP]]

Tradições? Em Lisboa nunca o foi. A geração dos meus pais que o diga. E mesmo que o tivesse sido nunca seria tarde de mais para acabar com isso.

Praxe para fazer amigos? Humilhação para compensar inépcias sociais? Suponho que haja livros sobre isso, que ensinam a fazer amigos sem ter de estar de gatas ou comer relva...
...aconselhamento aos novos alunos, com possíveis convívios são ideias simples que não indicam a boçalidade de certas práticas recorrentes no meio universitário. Práticas essas de sentido de humor deveras duvidoso. Ou é para ti inconcebível que possa haver convívio sem praxe? Muito honestamente, acho isso triste.

[raxx7]

Esta discussão está a tornar-se estéril. Pessoas diferentes tiveram experiências diferentes com a praxe. Vivam com isso e deixem de pensar que são superiores por terem passado pela praxe ou por a terem rejeitado.

A questão da coacção é complicada. Por um lado, a praxe não é obrigatória, os que se declaram anti-praxe não têm problemas (na maioria das Universidades). Por outro lado, os caloiros nem sempre sabem isso.

A integração é, para mim, indiscutível. Já vi outras iniciativas de integração, ortogonais à praxe. O resultado tem sido quase nulo. Se não for por mais, pelo menos os caloiros que passam pela praxe acabam por ter um padrinho/madrinha a quem se podem dirigir.

A questão da humilhação varia caso a caso. Há situações de verdadeira humilhação. Mas na maioria dos casos, são apenas brincadeiras que só incomodam quem não é capaz de se rir de si próprio. A humilhação não é um conceito objectivo. Para haver humilhação, é preciso que o sujeito se sinta humilhado.

[Ermo [RIP]]

Sim tens razão. Simplesmente, como disseste, tenho tido boas experiencias com a praxe, por isso defendo-a ... Mas talvez nao faça sentido.

[Vento_Nocturno]

desculpem la e nem me tenho metido na conversa, e acho que cada um sobre este assunto tem todo o direito (e alguma razão) tanto em ser contra ou favor de praxes mas...

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 Tradições? Em Lisboa nunca o foi. A geração dos meus pais que o diga.

Não sabes bem o que dizes...
Só para tua educação:

1º pela que deduzo da tua idade os teus pais devem ter estudado ou consciencia disso no Pós 25 de Abril de 1974. Se não sabes o que isso significou em termos de choque e ruptura cultural com as tradições e em termos da quase perseguição que estas sofreram por este país nomeadamente em Coimbra, entao investiga.

2º E antes dos teus pais recomendo-te ver o filme português da década de 40 (senao estou enganado) com o Vasco Santana chamado a canção de Lisboa onde tanto quanto sei surgiu o Fado do Estudante. Mesmo que nao aprecies este tipo de filmes basta veres com atenção os primeiros 15-20 minutos para veres algumas das tradições e espirito academico aqui mesmo em Lisboa (senao me engano eles andam a anuncia uma garriada em pelna praça do comercio).

3º Contrariamente aquilo que muitas individualidades intelectuais ou pseudo intelectuais gostariam de reconhecer o espirito academico e de vivencia universitaria estao directamente ligadas aos espiritos de boemia e tertulia, de discussão de ideias e das artes, que tantas figuras hoje queixam se ter perdido e que saudosamente falam desde os tempos do maio de 68 ou se calhar ate do tempo de figuras como o Antero Quental.

4º E para finalizar os lisboetas estarão sempre associados historicamente às praxes e tradições académicas pelo simples facto de que o traje deriva da indumentária que os "meninos" de lisboa usavam na Universidade Coimbra nos principios do sec XX (senao nao me falha a memoria) quando para la iam estudar. E só a titulo de curiosidade a capa é originária dos antigos liceus de Évora a que o frio das noites junto ao mondego nao tera sido alheio.

[Razor]

Vento_Nocturno, o teu 3º argumento pode ser muito bonito mas os tempos sao outros, quer-me parecer que o espirito académico de "tertulia, de discussao de ideias e das artes" estará um pouco ultrapassado. Lembro-me de ver na tv, há cerca de um mes, um reporter que foi fazer perguntas de cultura geral para a porta de faculdades e grande parte dos alunos mostrou uma ignorancia constrangedora, muitos nem sequer sabiam quem era o Primeiro Ministro portugues (houve até quem dissesse que era o Jorge Sampaio)! Que discussao de ideias pode esta gente ter?

[AK47 [RIP]]

Só por acaso...

Esta semana vi na SIc uma noticia de um tuno que morreu devido as praxes dos seus "amigos" da tuna!!!!

Isso é que é espirito....

Sodomizar e ser sodomizado na universidade é uma grande preparação para a vida!!!!!

[Ermo [RIP]]

Praxe ? Achas que aquilo teve alguma coisa a ver com a praxe académica ?

Que discussao de ideias pode esta gente ter?

Esta gente aka Estudantes universitários ? Nao achas que é feio e preconceituoso baseares-te na resposta de dois ou três repolhos para tirares conclusoes acerca do que é que for ?

[Ego Liberare [RIP]]

De facto esse 3º argumento...

No ano passado, quando deveria ter de facto havido uma união estudantil para pôr em causa a questão das propinas, não foi isso que aconteceu. Aliás, quem for do ISCTE que o diga: enquanto uns acampavam no pátio em sinal de protesto, outros (os meninos da praxe) fizeram questão de os tirar de lá para poderem ter espaço para pintar os caloiros. Muito sinceramente, essa gente que se foda. Não são capazes de mexer um dedo para se mobilizar e lutar pelos direitos da classe estudantil, mas para se armarem em parvos a integrar/humilhar/pintar os novos estudantes, estão lá todos.
Depois não me venham falar de debates e tertúlias porque é mais do que óbvia a incapacidade de mobilização ou sequer de ter uma ideologia coerente destas pessoas.

Devem é repensar as suas acções, sobretudo quando elas põem em causa não só questões de dignidade humana (enfim, nem quero ir por aí) mas o próprio estatuto da classe estudantil. Acham que alguém leva os estudantes universitários a sério? Ainda me lembro de ouvir gente no autocarro a chamar o universitário de parasita e imprestável. E estas pessoas não estão de todo erradas... é triste o ponto a que as coisas chegaram.

e James:

não chega a ser preconceituoso se tivermos em conta que dos que lá estão, poucos são os que levam o seu curso a sério. Ao contrário do que se quer fazer pensar, o ensino superior não é para toda a gente. Exige muito trabalho. Há quem entre com notas negativas, o que quanto a mim deveria ser impensável.

[raxx7]

Primeiro, não generalizes a partir de casos especificos. Também não são poucos os casos em que as mesmas pessoas que participam na praxe são as mesmas que representam os estudantes junto dos orgãos de interesse. Nem é raro ver estudantes trajados (simbolo da praxe) em protestos.
Segundo, "as pessoas" também não têm boa opinião de quem ouve metal e se veste de preto.

Enfim, é sempre curioso ver um fã de metal a fazer generalizações.

[Ermo [RIP]]

Pronto, eu ja nao digo mais nada. Agora sou Ival por andar trajado e por defender esta tradição.


E Ego Liberate : Eu tenho amigos trajados. Uns levam a sério o curso, outros nem por isso. Nao consigo estabelecer uma relação causa-efeito entre Praxe e Mau desempenho/Desinteresse no curso. Desculpa, mas nao consigo.