Ha aquele medo/paranóia da primeira vez que se sai à rua/escola com uma shirt de uma banda ou com um casaco de cabedal, há todo aquele "será que estão a olhar para mim", "será que me estão a excuir", passado uns meses tudo isso passa a ser normal, a pressão parece que desaparece à medida que vamos convivendo com as pessoas, que nos vamos concentrando cada vez mais nas nossas vidas, nos nossos trabalhos. Enfim, ganhamos auto confiança. Passamos por um policia, uma velhota, um gajo qualquer e somos um cidadão normais, podemos ser nós próprios dentro daquilo que nos identifica e faz sentir bem que já nada faz impressão a ninguem. E isto aconteceu tudo tão rápido! Porque não foi ha muito pouco tempo que eu e alguma da malta com quem andava eramos os drogados bezanas do lixo que toda a gente tinha nojo lá na escola. (Era um liceu, o que torna as coisas mais compreensíveis)

O "metaleiro" de agora parece que perdeu a razão de ser e tem de arranjar represálias custe o que custar para continuar a viver. Para isso agora isola-se, anda ainda mais de preto, ouve musica ainda mais grotesca, chama as atenções e faz ar deprimido e solitário, quase que abdica da sua maneira de ser para marcar uma estética, uma posição, sei lá... E claro, as pessoas acham triste essa maneira de ser e gozam-nos pela figura de palhaço que alguns ostentam. Depois todos aqueles comportamentos estandardizados sem sentido, todos os clichés que se foram formando, a ilusão da "Comunidade Metaleira" a necessidade constante de demonstrar que se é metaleiro através de exibicionismos e atitudes. Depois admiram-se que são gozados.
