OrDoS Escreveu:
Ele passa uma ideia errada? Ele passa a ideia certa, apenas concluíu que as pessoas se esfolam a trabalhar nesse sistema, e às vezes tanto se esfolam que não fazem mais nada do que trabalhar, dormir no assunto e voltar a trabalhar para poder subir na carreira ou ganhar prémios,, não vejo em lado nenhum onde se passa a ideia errada. E se há gente que lida muito bem com esse tipo, há outros que não aguentam a pressão e pelos vistos poucos se apercebem que essas pessoas não estão bem, chegando ao ponto de ruptura.
A solução pode não passar por mudar o sistema, mas sim por melhorá-lo e introduzir características mais humanas e preventivas, embora isso possa não ser muito óbvio para quem comanda as grandes empresas. Quantas empresas se podem dar ao luxo de ver alguém a esfalfar-se e depois dizer para ir relaxar para casa quando está num pico de actividade? Do ponto de vista de produtividade é capaz de ser ridículo, mas do ponto de vista humano arriscam-se a que esses bons funcionários tenham "meltdowns" e desapareçam do mapa, seja por se matarem ou por ficarem literalmente esgotados e apenas desistirem do seu ofício
Vamos lá a ver se eu consigo explicar melhor:
A culpa não é do modelo. A TQM surge exactamente não só para melhoria da produção mas também para dar resposta ás necessidades tanto de clientes externos como de clientes internos. E com "clientes internos" quero eu dizer as pessoas que trabalham nas organizações. Se pegares numa empresa/organização que não tenha qualquer modelo implementado, vais ver que as pessoas continuam a esfolar-se a trabalhar e a ganhar pouco. O que refiro é que a culpa passa pela má liderança. Essa ideia de que em empresas com modelo TQM tudo se baseia num cumprimento de objectivos para obtenção de prémios é grande treta. A qualidade pressupõe um real trabalho em equipa, com comunicação horizontal e vertical. Isto é, existe um grau hierárquico, de facto, mas as pessoas são, todas elas, importantes. Aliás, verifica-se exactamente a ideia de que, quem está em campo, é que deve dar opinião. No caso Toyota, em concreto, ninguém exerce um posto de gestão sem passar alguns meses a trabalhar na linha de produção, de forma a perceber os problemas que a componente hierárquica operacional tem que enfrentar (não é por acaso que, por exemplo, a ergonomia também se acabou por associar à qualidade...).
Mais uma vez, e faço finca-pé quanto a isso, a culpa não é dos modelos de gestão. A culpa é dá má aplicação dos mesmos. E o senhor está a passar a ideia de que os SGQ's são maus, que as medidas de melhoria contínua são e más e bla bla bla, quando não o são. Bem pelo contrário.