
Merzbow - 1930
Não vos vou falar das virtudes do Noise de Merzbow e muito menos tentar racionalizar o que me leva a achar este trabalho tão bom. Nem tão pouco tentar explicar, até para mim mesmo, como é que uma hora de agressão auditiva pode acabar por ter resultados libertadores.
A verdade é que este álbum, apesar de poder ser só um fruto de um acaso em que diferentes elementos num sistema caótico produzem uma ordem, resulta inesperadamente bem. Tão inesperadamente como quando nos magoamos sem querer e para nossa surpresa essa dor resulta em algo prazeroso ou quando nos deparamos com uma imagem de algo consensualmente horrível e nos é impossível ignorar o seu lado belo.
Aproveito para realçar que isto é Noise, como tal, não procurem musicalidade por estes lados.