Greves
Greves
Deparei-me com isto há pouco:
« Médicos em greve a 30 de Novembro
Em protesto contra a actual política laboral do Governo, os médicos vão paralisar a 30 de Novembro.
Os clínicos afectos ao Sindicato Independente dos Médicos convocaram uma greve nacional para o dia 30 deste mês, coincidindo com a greve geral da função pública, segundo um comunicado divulgado esta quinta-feira pela estrutura representativa dos médicos.
A actual política laboral, social e de saúde do Governo é, globalmente, o motivo invocado pelo Sindicato Independente dos Médicos.
A paralisação decorrerá entre as 00h00 e as 24h00 do dia 30 de Novembro, de acordo com o pré-aviso de greve.
A paralisação deverá abranger todos os serviços de administração central, regional e local e todos os serviços do sector empresarial público e todos os médicos, qualquer que seja a sua carreira, categoria, função ou vínculo jurídico. »
In http://expresso.clix.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/167719
Parece que está na moda fazer greves já desde há algum tempo.
No caso da greve dos médicos, muitas pessoas vão perder consultas e/ou tratamentos que, apesar de serem compensados noutro dia, podem ser essenciais para evitar uma visita às nossas belas urgências (ou ao crematório). Claro que, se o caso for "mesmo grave", as urgências estarão abertas, mas estas também não são... Fiáveis (para ser boazinha optei por este adjectivo). Passo a exemplificar com situações do mítico Amadora-Sintra: conheço uma senhora (deve ter entre 40 e 50 anos) que esteve no corredor com uma trombose durante três horas e só foi atendida porque se levantou da maca e foi ter com os enfermeiros; há um outro caso bem mais "caricato", de um senhor que estava com uma trombose também, mal conseguia falar, estava cheio de dores, isto horas a fio: a filha dele passou-se, foi procurar os médicos e descobriu que estavam na "hora de descanso" a jogar às cartas. (Depois disto, foi imediatamente atendido, claro.) Houve uma vez que o meu irmão, quase com 40ºC de febre, teve que esperar umas oito horas até ser atendido porque o caso não era "dos mais urgentes" (ok, não era tuberculose, mas, com aquela febre, não faltava muito até os mecanismos termorreguladores falharem). Quando fazia voluntariado nas ambulâncias de emergência, também presenciei casos que me deram imensa pena: às vezes levava doentes de manhã às oito e meia e, ao fim do dia (por volta das oito da noite), quando voltava a passar por lá, voltava a vê-los nos corredores das "urgências" ainda à espera de serem atendidos. Se aqui ao lado acontece disto todos os dias, eu nem quero imaginar se os serviços de saúde fecharem um dia inteiro... Vai na volta e teremos malta a morrer porque há muitos que "precisam".
Falo no caso da saúde, mas há aspectos negativos também quando há greves noutros sectores. Um belo exemplo é o dos transportes. Neste tópico sobre uma greve no metro de Lisboa, houve quem expressasse o seu descontentamento pelo incómodo causado e que não tinha alternativa viável.
Fazem-se greves e mais greves por isto e por aquilo, porém serão tomadas medidas para satisfazer aqueles que se queixam? Não me parece que tenham havido mudanças muito significativas. Para além disso, muita gente sofre com as greves, pessoas inocentes que também se preocupam com os direitos dos trabalhadores. Ora, o facto de serem afectados revolta-os e leva-os a condenar a atitude de quem falta ao trabalho como forma de protesto. Deixam de os apoiar porque estes "não querem saber" dos danos colaterais. Há, inclusivé, pessoas que acham que os trabalhadores que aderem às greves não põem os pés nos protestos para fazerem valer os seus direitos, antes levam a família para um fim-de-semana prolongado. Verdade ou não, este tipo de opiniões fogem ao fulcro da questão - a razão dos protestos - e as greves perdem a sua força: são encaradas como um acto tipicamente português de "não me apetece trabalhar, vou empurrar para os outros". Passamos a olhar para o vizinho que faz greve como um calão que não merece os direitos que tem.
Justificáveis ou injustificáveis, pergunto: vale a pena estar constantemente a fazer greves, paralisando serviços públicos, pela luta dos direitos dos trabalhadores que se sentem lesados? E quanto às pessoas que são afectadas por isto, será que é justo lutar cada um pelos seus direitos (ou dos colegas) sem ter em conta os danos colaterais? Será que as greves surtem efeito junto aos políticos, ou é um não fazer nada consequente de um não fazer nada de jeito? Não haverá outras formas de protesto mais aceitáveis, mais criativas, com efeitos positivos? Ou estamos demasiado presos dentro do nosso ideal de protestar, cruzando os braços?
« Médicos em greve a 30 de Novembro
Em protesto contra a actual política laboral do Governo, os médicos vão paralisar a 30 de Novembro.
Os clínicos afectos ao Sindicato Independente dos Médicos convocaram uma greve nacional para o dia 30 deste mês, coincidindo com a greve geral da função pública, segundo um comunicado divulgado esta quinta-feira pela estrutura representativa dos médicos.
A actual política laboral, social e de saúde do Governo é, globalmente, o motivo invocado pelo Sindicato Independente dos Médicos.
A paralisação decorrerá entre as 00h00 e as 24h00 do dia 30 de Novembro, de acordo com o pré-aviso de greve.
A paralisação deverá abranger todos os serviços de administração central, regional e local e todos os serviços do sector empresarial público e todos os médicos, qualquer que seja a sua carreira, categoria, função ou vínculo jurídico. »
In http://expresso.clix.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/167719
Parece que está na moda fazer greves já desde há algum tempo.
No caso da greve dos médicos, muitas pessoas vão perder consultas e/ou tratamentos que, apesar de serem compensados noutro dia, podem ser essenciais para evitar uma visita às nossas belas urgências (ou ao crematório). Claro que, se o caso for "mesmo grave", as urgências estarão abertas, mas estas também não são... Fiáveis (para ser boazinha optei por este adjectivo). Passo a exemplificar com situações do mítico Amadora-Sintra: conheço uma senhora (deve ter entre 40 e 50 anos) que esteve no corredor com uma trombose durante três horas e só foi atendida porque se levantou da maca e foi ter com os enfermeiros; há um outro caso bem mais "caricato", de um senhor que estava com uma trombose também, mal conseguia falar, estava cheio de dores, isto horas a fio: a filha dele passou-se, foi procurar os médicos e descobriu que estavam na "hora de descanso" a jogar às cartas. (Depois disto, foi imediatamente atendido, claro.) Houve uma vez que o meu irmão, quase com 40ºC de febre, teve que esperar umas oito horas até ser atendido porque o caso não era "dos mais urgentes" (ok, não era tuberculose, mas, com aquela febre, não faltava muito até os mecanismos termorreguladores falharem). Quando fazia voluntariado nas ambulâncias de emergência, também presenciei casos que me deram imensa pena: às vezes levava doentes de manhã às oito e meia e, ao fim do dia (por volta das oito da noite), quando voltava a passar por lá, voltava a vê-los nos corredores das "urgências" ainda à espera de serem atendidos. Se aqui ao lado acontece disto todos os dias, eu nem quero imaginar se os serviços de saúde fecharem um dia inteiro... Vai na volta e teremos malta a morrer porque há muitos que "precisam".
Falo no caso da saúde, mas há aspectos negativos também quando há greves noutros sectores. Um belo exemplo é o dos transportes. Neste tópico sobre uma greve no metro de Lisboa, houve quem expressasse o seu descontentamento pelo incómodo causado e que não tinha alternativa viável.
Fazem-se greves e mais greves por isto e por aquilo, porém serão tomadas medidas para satisfazer aqueles que se queixam? Não me parece que tenham havido mudanças muito significativas. Para além disso, muita gente sofre com as greves, pessoas inocentes que também se preocupam com os direitos dos trabalhadores. Ora, o facto de serem afectados revolta-os e leva-os a condenar a atitude de quem falta ao trabalho como forma de protesto. Deixam de os apoiar porque estes "não querem saber" dos danos colaterais. Há, inclusivé, pessoas que acham que os trabalhadores que aderem às greves não põem os pés nos protestos para fazerem valer os seus direitos, antes levam a família para um fim-de-semana prolongado. Verdade ou não, este tipo de opiniões fogem ao fulcro da questão - a razão dos protestos - e as greves perdem a sua força: são encaradas como um acto tipicamente português de "não me apetece trabalhar, vou empurrar para os outros". Passamos a olhar para o vizinho que faz greve como um calão que não merece os direitos que tem.
Justificáveis ou injustificáveis, pergunto: vale a pena estar constantemente a fazer greves, paralisando serviços públicos, pela luta dos direitos dos trabalhadores que se sentem lesados? E quanto às pessoas que são afectadas por isto, será que é justo lutar cada um pelos seus direitos (ou dos colegas) sem ter em conta os danos colaterais? Será que as greves surtem efeito junto aos políticos, ou é um não fazer nada consequente de um não fazer nada de jeito? Não haverá outras formas de protesto mais aceitáveis, mais criativas, com efeitos positivos? Ou estamos demasiado presos dentro do nosso ideal de protestar, cruzando os braços?
RuySan: Não percebo a obsessão que certas pessoas têm com cuecas.
Zombie_: Tem lá coisas tão giras.
Grimner: Eis o porquê.
Zombie_: Tem lá coisas tão giras.
Grimner: Eis o porquê.
- StabatMatter
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os medicos...a elite...greve por falta de direitos...
"where would we be without black sabbath?" justin E.W. MAD FER IT! dowhatthouwiltshallbethewholeofthelaw
http://www.myspace.com/paranoyadesign http://www.paranoyadesign.deviantart.com
repressão política... só para alguns...
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repressão política... só para alguns...
Os médicos são dos que mais ganham, são uma elite, mas também são bastante massacrados. Especialmente os do interior, que fazem turnos exagerados e ainda são obrigados a fazer horas extraordinárias - resultado da falta de médicos nessas zonas. Depois claro que nenhum médico quer ir para lá, ninguém quer ser tratado abaixo de cão. Compreendo que queiram protestar por isto, afinal estão a ser sobrecarregados.
Mas, dadas as circunstâncias, não será melhor arranjar outra maneira? Muita gente é prejudicada e os objectivos não são verdadeiramente atingidos... Às vezes tenho a ideia de que as greves se tornaram birras de miúdos.
StabatMatter Escreveu:Anyway, a greve é um direito constitucional e face à prestação do Governo, acho que é uma das melhores maneiras de manifestar o descontentamento e de falta de condições.
Mas, dadas as circunstâncias, não será melhor arranjar outra maneira? Muita gente é prejudicada e os objectivos não são verdadeiramente atingidos... Às vezes tenho a ideia de que as greves se tornaram birras de miúdos.
RuySan: Não percebo a obsessão que certas pessoas têm com cuecas.
Zombie_: Tem lá coisas tão giras.
Grimner: Eis o porquê.
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Grimner: Eis o porquê.
- great_king_rat
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- Sir Sardine
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Esta sanha que há contra quem faz greve é compreensível mas não é muito inteligente. O que cada português deseja é que esses malandros dos funcionários públicos se tornem tão precários quanto eles. Estão tão obcecados com a sua inveja pessoal que nem se lembram que, se isso acontecer, as suas situações só se tornarão ainda mais precárias. Quando eles começarem a limpar os funcionários públicos não se esqueçam que vocês vêm logo a seguir.
O que é preciso é começar a ver quem anda a trabalhar a mais, a fazer o trabalho de dois. Definir limites de trabalho aceitáveis para gerar novo emprego. No meu caso isso passa-se e revolta-me. Por isso faço greve no dia 30, em tempo parcial pois tenho revisões marcadas com os meus alunos e não os vou prejudicar.
O que é preciso é começar a ver quem anda a trabalhar a mais, a fazer o trabalho de dois. Definir limites de trabalho aceitáveis para gerar novo emprego. No meu caso isso passa-se e revolta-me. Por isso faço greve no dia 30, em tempo parcial pois tenho revisões marcadas com os meus alunos e não os vou prejudicar.
- MIDnight Killer
- Metálico(a)
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- Registado: quinta jul 19, 2007 12:03 pm
- Localização: Massamá
Pode ser verdade que talvez haja greves a mais, mas vendo bem é a única maneira de terem alguma chance de terem as suas preçes ouvidas...
Outras alternativas? gostava de saber quais... se não houver greves os serviços continuam a funcionar, e como continuam a funcionar os big bosses querem lá saber dos direitos do pessoal...
Outras alternativas? gostava de saber quais... se não houver greves os serviços continuam a funcionar, e como continuam a funcionar os big bosses querem lá saber dos direitos do pessoal...
..useless f*cking hope..
Totalmente a favor das greves!
É uma arma, uma forma de protesto, é uma forma de a "nossa" voz se ouvir.
Tanto no sector público, como no privado (as vezes fica a sensação que só os funcionários públicos é que fazem greve).
Mas sou contra as greves em vésperas de fim de semana ou de feriados, contra o fazer greve para ficar a dormir ou ir para a praia ou ter um fds prolongado.
A greve e o protesto de ser feito no local de trabalho, de forma a que o nosso protesto seja realmente válido, dar a conhecer ás pessoas que vão ao nosso local de trabalho as nossas razões.
É uma arma, uma forma de protesto, é uma forma de a "nossa" voz se ouvir.
Tanto no sector público, como no privado (as vezes fica a sensação que só os funcionários públicos é que fazem greve).
Mas sou contra as greves em vésperas de fim de semana ou de feriados, contra o fazer greve para ficar a dormir ou ir para a praia ou ter um fds prolongado.
A greve e o protesto de ser feito no local de trabalho, de forma a que o nosso protesto seja realmente válido, dar a conhecer ás pessoas que vão ao nosso local de trabalho as nossas razões.
RIP
- StabatMatter
- Metálico(a) Compulsivo(a)
- Mensagens: 308
- Registado: terça nov 13, 2007 2:26 pm
great_king_rat Escreveu:StabatMatter Escreveu: Às vezes tenho a ideia de que as greves se tornaram birras de miúdos.
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1. Quanto mais nos baixamos mais nos vêem o cu.
2. Nunca houve tanto lucro para alguns como nos últimos anos. É só uma questão de redistribuir melhor a maçaroca - tão simpes como isso...
Olha mas é os quotes...Foi a Zombie que disse isso, não eu...
Enquanto as houver vá lá, vá lá. Tudo o que seja para irritar o Sócrates é bom
Sou totalmente de acordo com as greves, aliás até acho ridiculo quererem saber os nomes de quem as faz!
Organizem-se e deiam os direitos às pessoas, e distribuam melhor o papel. Se as pessoas viverem melhor não há necessidade disto!
Mas é um direito de cada um e que custou muito a conquistar!
Só quem é trabalhador dependente e que é constantemente lixado e fodido para a classe política ter não sei quantas regalias e popós é que lhe sabe dar o valor!

Sou totalmente de acordo com as greves, aliás até acho ridiculo quererem saber os nomes de quem as faz!
Organizem-se e deiam os direitos às pessoas, e distribuam melhor o papel. Se as pessoas viverem melhor não há necessidade disto!
Mas é um direito de cada um e que custou muito a conquistar!
Só quem é trabalhador dependente e que é constantemente lixado e fodido para a classe política ter não sei quantas regalias e popós é que lhe sabe dar o valor!
- Inmist
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 5259
- Registado: terça nov 14, 2006 4:03 pm
- Localização: Silvares
Intifada Escreveu:Totalmente a favor das greves!
É uma arma, uma forma de protesto, é uma forma de a "nossa" voz se ouvir.
Tanto no sector público, como no privado (as vezes fica a sensação que só os funcionários públicos é que fazem greve).
Mas sou contra as greves em vésperas de fim de semana ou de feriados, contra o fazer greve para ficar a dormir ou ir para a praia ou ter um fds prolongado.
A greve e o protesto de ser feito no local de trabalho, de forma a que o nosso protesto seja realmente válido, dar a conhecer ás pessoas que vão ao nosso local de trabalho as nossas razões.
Eu que até constumo discordar de ti, não posso estar mais de acordo com o que disseste, principalmente a última frase. Palávras bem ditas!

-
- Ultra-Metálico(a)
- Mensagens: 2373
- Registado: quinta mar 22, 2007 1:44 pm
Existe algo que deve estar na base de todo o nosso comportamento civico, humano e social: o Bom Senso!
O Bom Senso permite-nos perceber algo que é essencial: eu, enquanto elemento activo de uma sociedade, tenho direitos e tenho deveres.
Provavelmente não é a sociedade a que gostariamos de pertencer mas se cá estamos temos de saber comportar-nos como elementos fundamentais para o seu crescimento económico e para o seu bem estar social.
Infelizmente, no nosso país, temos bons profissionais e maus profissionais em todas as áreas. Temos aqueles que pelo seu trabalho, seriedade e postura, contribuem para o desenvolvimento do país e temos aqueles que, por meio de esquemas, "chico-espertismo" e ilegalidades procuram salvar a sua pele borrifando-se por completo nos restantes membros da sociedade.
Conheco bons medicos e maus medicos, bons professores e maus professores, bons politicos e maus politicos, bons empresários e maus empresários, bons funcionários publicos e maus funcionarios publicos, etc, etc, etc.
A própria greve pode ser uma forma justa de luta ou pode ser um mero estratagema para gozar umas folgas.
Já assisti a ambos os casos.
Conheço inclusive elementos de sindicatos que são mais de direita que o Paulo Portas e que se entretêm a distribuir panfletos, viajando pelo país, gozando de um privilégio que em nada dignifica a imagem dos sindicatos perante a opinião pública.
Lá está! Falta de Bom Senso!
O 25 de Abril já lá vai há muitos anos! Os caciques sindicais têm de aproximar os interesses dos trabalhadores dos novos contextos em que a economia portuguesa se encontra.
E no sector privado, existe algo que faz parte da regra do Bom Senso: qualquer trabalhador, em qualquer empresa, representa um capital humano que é fundamental para que essa empresa possa crescer e gerar riqueza. Se isso acontecer, o empresário não vai mandar embora o trabalhador nem o trabalhador encontrará motivos para fazer greve.
No sector público, o Bom Senso é mais dificil de ser aplicado. Infelizmente temos uma despesa publica elevadissima provocada por 33 anos de ocupação por parte dos aparelhos partidários (qualquer um deles) em alguns dos principais lugares de decisão. Neste contexto, o despesismo e o clientelismo são notórios mas de muito dificil resolução.
Ou seja, a optimização e a reforma do sector publico são fundamentais para que o país crie contenção na sua despesa mas, para isso, a classe politica dirigente deveria ser a primeira a dar os bons exemplos.
Outra enorme falta de Bom Senso passa-se ao nível da capacidade de intervenção da nossa Sociedade Civil. Se os principais interesses do nosso país são o Futebol e a Maddie não nos restam muitas esperanças.
O Bom Senso permite-nos perceber algo que é essencial: eu, enquanto elemento activo de uma sociedade, tenho direitos e tenho deveres.
Provavelmente não é a sociedade a que gostariamos de pertencer mas se cá estamos temos de saber comportar-nos como elementos fundamentais para o seu crescimento económico e para o seu bem estar social.
Infelizmente, no nosso país, temos bons profissionais e maus profissionais em todas as áreas. Temos aqueles que pelo seu trabalho, seriedade e postura, contribuem para o desenvolvimento do país e temos aqueles que, por meio de esquemas, "chico-espertismo" e ilegalidades procuram salvar a sua pele borrifando-se por completo nos restantes membros da sociedade.
Conheco bons medicos e maus medicos, bons professores e maus professores, bons politicos e maus politicos, bons empresários e maus empresários, bons funcionários publicos e maus funcionarios publicos, etc, etc, etc.
A própria greve pode ser uma forma justa de luta ou pode ser um mero estratagema para gozar umas folgas.
Já assisti a ambos os casos.
Conheço inclusive elementos de sindicatos que são mais de direita que o Paulo Portas e que se entretêm a distribuir panfletos, viajando pelo país, gozando de um privilégio que em nada dignifica a imagem dos sindicatos perante a opinião pública.
Lá está! Falta de Bom Senso!
O 25 de Abril já lá vai há muitos anos! Os caciques sindicais têm de aproximar os interesses dos trabalhadores dos novos contextos em que a economia portuguesa se encontra.
E no sector privado, existe algo que faz parte da regra do Bom Senso: qualquer trabalhador, em qualquer empresa, representa um capital humano que é fundamental para que essa empresa possa crescer e gerar riqueza. Se isso acontecer, o empresário não vai mandar embora o trabalhador nem o trabalhador encontrará motivos para fazer greve.
No sector público, o Bom Senso é mais dificil de ser aplicado. Infelizmente temos uma despesa publica elevadissima provocada por 33 anos de ocupação por parte dos aparelhos partidários (qualquer um deles) em alguns dos principais lugares de decisão. Neste contexto, o despesismo e o clientelismo são notórios mas de muito dificil resolução.
Ou seja, a optimização e a reforma do sector publico são fundamentais para que o país crie contenção na sua despesa mas, para isso, a classe politica dirigente deveria ser a primeira a dar os bons exemplos.
Outra enorme falta de Bom Senso passa-se ao nível da capacidade de intervenção da nossa Sociedade Civil. Se os principais interesses do nosso país são o Futebol e a Maddie não nos restam muitas esperanças.
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