Após ver o comentário do Revage no tópico "Blackmetal, is it just me or dying" sobre as festas de trance lembrei-me de deixar aqui em aberto uma questão.
Sempre detestei música electrónica pela frieza maquinal do som e a futilidade dos seus representantes, pelo que sempre fugi a sete pés de discotecas e tudo o que tivesse martelada a sair das colunas. No entanto, à algum tempo, mais concretamente no Festival de Paredes de Coura, decorreu no 1o dia uma festa de trance. Posso dizer que fiquei muito bem impressionado pois toda a gente estava ali com vontade de apreciar o som, festejar e curtir muito, sem ostentações parvas e sem "danças de galo" para engatar a mais produzida da festa. Para além disso não se viam os "cromos" habitués das discos e todo o ambiente era de um misticismo cativante.
Fiquei então curioso e tentei investigar um pouco do que realmente é o trance. Apercebi-me então que é mais uma subcultura da música electrónica, neste caso muito mais underground do que a maioria dos outros subestilos (como o house, techno, etc...) e que constitui todo um modo de cultura que não acaba na música.
Digamos então que o trance será como que uma das ovelhas negras da música electrónica (ovelha negra no bom sentido), tal como o metal o será para o rock em geral. Para além disso lida com todo um imaginário muito espiritual que, para quem aprecia essas questões, torna o estilo muito interessante enquanto veículo para manifestar essas mesmas preferências.
Assim, hoje em dia existe um estilo de música electrónica que me agrada que é o trance, e ainda espero curiosamente por ir à minha primeira grande festa. No entanto, isso não quer dizer que coloque o metal de lado, longe disso. O metal é, e sempre será, o meu estilo musical de eleição pois é para mim absolutamente viciante e que, desde que se sinta, não se abandona. Como em tudo, será uma questão de capacidade de discernimento. Consoante as ocasiões e estados de espírito, ouvirei determinado tipo de música, mas haverá sempre um favorito pelo qual, por dignidade, terei que lutar. Por isso mesmo reafirmo o que disse no outro tópico, que alguém que nunca vai a concertos porque prefere ir a uma festa de trance não será, obviamente, um metaleiro.
Dia 11 de Outubro soube que vem a Portugal um dos melhores/mais caros "live acts" do mundo do trance e gostaria muito de ir. No entanto, o meu bilhetinho para ir ver Hypocrisy já está na minha carteira e, depois, se houver dinheiro, lá irei TALVEZ à festa.

Aguardo comentários.
Bem hajam!