A hipocrisia do Heavy Metal
Enviado: sábado mar 24, 2007 11:01 am
A hipocrisia do Heavy Metal:
Dói, na verdade, chegar a uma frase tão prejurativa, sem que no entanto esta, seja uma conclusão definitiva. Olhar de fora, transportarmo-nos
para um plano neutro e livrarmo-nos das nossas crenças e defeitos. Ver as coisas como elas na realidade são.
Num exercício semelhante, faço-vos uma simples pergunta: é mais ignorante aquele que não sabe e não quer saber ou aquele que sabe e não quer saber? Ou seja, é mais ignorante aquele que não é rico e não quer ser rico, ou aquele que é rico e quer evitar a todo o custo ser pobre?
No Metal: é mais ignorante aquele que critica sem saber ou aquele que critica, sabe, mas não quer ser criticado?
Vestir a pele do que não somos é uma ofensa à nossa própria pessoa, obrigarmo-nos a vestir a pele de lobo quando na realidade somos
apenas cordeiros cheios de medo da vida e dos obstáculos que nos são postos. É mais fácil criticar a sociedade, as religiões, os pais, as mães,
os políticos, do que assumir a nossa responsabilidade de seres sociais para com uma sociedade-república que se pretende unida e forte tal como os gregos a idealizaram. Na fabricação de personagens, o Metal é forte. Criam-se ambientes, alter egos, escapes e falsas nostalgias. Será esta tentativa de fuga à realidade mais benéfica do que assumir, compreender e respeitar a esfera que nos envolve?
Tal como o black metaller que usa o seu corpse paint para personificar o demónio, não para dizer que acredita no Diabo (pois este é apenas uma criação da religião organizada, o que na verdade até nem é bem verdade...) mas para afrontar a religião que tanto detesta, o cidadão comum absorve a sua existência no descontentamento geral para com uma sociedade desigualitária que nunca lhe deu oportunidades.
Assim como o acérrimo fã de Metal venera os seus ídolos, devora os seus CD's e acorre aos concertos, o cidadão comum adora os VIP's, os centros comerciais e os telemóveis 3G. Contudo, ambos apostam em empolar situações em que se sentem superiores, para assim sentirem que têm o controlo sobre alguma coisa, mesmo miserável que seja.
Qual a verdadeira diferença entre querer um som podre e mais agressivo possível, (porque senão venderam-se!), e querer-se um telemóvel de
última geração (que está na berra)? Qual a diferença entre o maníaco que espera horas à porta da sala de espectáculos (ou do ginásio improvisado) e a febre desmiolada de ver a Floribella de manhã, à tarde e à noite? As diferenças são ténues, até ausentes. Os extremos de um, não ofendem os extremos do outro, a indiferença do cidadão comum é igual ao desprezo do metaleiro.
Valerá a pena criticar a sociedade que nos rodeia, quando nós próprios fazemos inevitavelmente parte dela? Ainda mais quando toda a revolta que possamos praticar será sempre uma previsão da própria sociedade. A rebeldia actual = a rebeldia dos antigos. A única diferença é que antigamente os meios tecnológicos não permitiam um alastramento transversal pela Internet como actualmente, e nesta nossa era pós-moderna em que cada ser social deixa de o ser para a sociedade e passa a sê-lo para si mesmo e o alienamento é cada vez maior, os nossos actos de semi-rebeldia são apenas gotas num oceano de ignorância e comodidade. E se nós não conseguimos sequer formar uma união livre de perconceitos, quem somos nós para exigir aos outros que nos respeitem por quem nós somos. O respeito é recíproco, a liberdade de expressão fundamental.
Dói, na verdade, chegar a uma frase tão prejurativa, sem que no entanto esta, seja uma conclusão definitiva. Olhar de fora, transportarmo-nos
para um plano neutro e livrarmo-nos das nossas crenças e defeitos. Ver as coisas como elas na realidade são.
Num exercício semelhante, faço-vos uma simples pergunta: é mais ignorante aquele que não sabe e não quer saber ou aquele que sabe e não quer saber? Ou seja, é mais ignorante aquele que não é rico e não quer ser rico, ou aquele que é rico e quer evitar a todo o custo ser pobre?
No Metal: é mais ignorante aquele que critica sem saber ou aquele que critica, sabe, mas não quer ser criticado?
Vestir a pele do que não somos é uma ofensa à nossa própria pessoa, obrigarmo-nos a vestir a pele de lobo quando na realidade somos
apenas cordeiros cheios de medo da vida e dos obstáculos que nos são postos. É mais fácil criticar a sociedade, as religiões, os pais, as mães,
os políticos, do que assumir a nossa responsabilidade de seres sociais para com uma sociedade-república que se pretende unida e forte tal como os gregos a idealizaram. Na fabricação de personagens, o Metal é forte. Criam-se ambientes, alter egos, escapes e falsas nostalgias. Será esta tentativa de fuga à realidade mais benéfica do que assumir, compreender e respeitar a esfera que nos envolve?
Tal como o black metaller que usa o seu corpse paint para personificar o demónio, não para dizer que acredita no Diabo (pois este é apenas uma criação da religião organizada, o que na verdade até nem é bem verdade...) mas para afrontar a religião que tanto detesta, o cidadão comum absorve a sua existência no descontentamento geral para com uma sociedade desigualitária que nunca lhe deu oportunidades.
Assim como o acérrimo fã de Metal venera os seus ídolos, devora os seus CD's e acorre aos concertos, o cidadão comum adora os VIP's, os centros comerciais e os telemóveis 3G. Contudo, ambos apostam em empolar situações em que se sentem superiores, para assim sentirem que têm o controlo sobre alguma coisa, mesmo miserável que seja.
Qual a verdadeira diferença entre querer um som podre e mais agressivo possível, (porque senão venderam-se!), e querer-se um telemóvel de
última geração (que está na berra)? Qual a diferença entre o maníaco que espera horas à porta da sala de espectáculos (ou do ginásio improvisado) e a febre desmiolada de ver a Floribella de manhã, à tarde e à noite? As diferenças são ténues, até ausentes. Os extremos de um, não ofendem os extremos do outro, a indiferença do cidadão comum é igual ao desprezo do metaleiro.
Valerá a pena criticar a sociedade que nos rodeia, quando nós próprios fazemos inevitavelmente parte dela? Ainda mais quando toda a revolta que possamos praticar será sempre uma previsão da própria sociedade. A rebeldia actual = a rebeldia dos antigos. A única diferença é que antigamente os meios tecnológicos não permitiam um alastramento transversal pela Internet como actualmente, e nesta nossa era pós-moderna em que cada ser social deixa de o ser para a sociedade e passa a sê-lo para si mesmo e o alienamento é cada vez maior, os nossos actos de semi-rebeldia são apenas gotas num oceano de ignorância e comodidade. E se nós não conseguimos sequer formar uma união livre de perconceitos, quem somos nós para exigir aos outros que nos respeitem por quem nós somos. O respeito é recíproco, a liberdade de expressão fundamental.