Irlandeses dizem não ao Tratado de Lisboa
- BetinhoDoSludgeDrone
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misanthropy666 Escreveu:E o que é que ter havido crimes nos regimes comunistas faz do salazarismo bom? Que raio de argumento. Ou achas que toda a gente que fala mal do estado novo são fervorosos defensores do comunismo?
se nao sao todos poucos devem ficar de fora
Claro. Fora comunas, toda a gente suspira pelo regresso do rapador de bolos.

E ainda bem que respondeste à minha primeira pergunta.

- misanthropy666
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- misanthropy666
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- warrior of wisdom
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Ataegina Escreveu:tal como esta senhora devem estar muitos portugueses, eu apesar de não estar tao mal como ela admito que também pouco sei sobre o assunto, sei as alterações mas não faço ideia do que representam para Portugal. Gostava de saber mais para caso fosse votar saber em quê, mas não acredito que muitos portugueses estejam preocupados com isso, por isso não concordo com o referendo.
A regra da dupla maioria é uma das novidades trazidas pelo Tratado de Lisboa. Isto significa que em vez das regras "cada estado um voto" e da ponderação de votos por país passa a vigorar um sistema de maioria qualificada . Depois de aprovada uma decisão por maioria qualificada ainda é necessário que ela passe pelo crivo de estar representada 65% da população da UE. Problema: basta a Alemanha aliar-se a mais um ou dois estados e tem o poder de veto garantido. Os pequenos e médios países saem prejudicados pois não basta que dois ou três desses países se unam, numa posição comum,para conseguirem inquinar uma certa decisão. Enquanto que à Alemanha basta ter uma concertação de posição com a Lituânia ou a Irlanda para inquinar uma decisão após ela ser tomada por maioria qualificada, Portugal teria de se juntar à Bélgica, Holanda, Finlândia, Polónia, Suécia, Rep. Checa, Hungria etc. Ou seja, quantos mais países forem necessários, mais dificeis se tornam as negociações para chegar a uma posição comum, num curto espaço de tempo, e fazer com que a dita decisão não passe na segunda maioria exigida.
Com o Tratado de Lisboa, as matérias submetidas à regra de votação por dupla maioria passam a ser mais de 80!
Esta é apenas uma das alterações mas terá concerteza grande impacto na forma de funcionamento da UE.
As presidências rotativas da UE vão cessar. Vai passar a existir o cargo de Presidente da UE, cujo mandato será de 2 anos e meio.
Outra novidade é o cargo de Alto Comissário da UE para a política externa e segurança comum com um âmbito de actuação que abrange muitas matérias que dantes só estavam ao dispor dos ministros dos negócios estrangeiros de cada estado.
De momento estas são as alterações de que me recordo.
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warrior of wisdom Escreveu:Ataegina Escreveu:tal como esta senhora devem estar muitos portugueses, eu apesar de não estar tao mal como ela admito que também pouco sei sobre o assunto, sei as alterações mas não faço ideia do que representam para Portugal. Gostava de saber mais para caso fosse votar saber em quê, mas não acredito que muitos portugueses estejam preocupados com isso, por isso não concordo com o referendo.
A regra da dupla maioria é uma das novidades trazidas pelo Tratado de Lisboa. Isto significa que em vez das regras "cada estado um voto" e da ponderação de votos por país passa a vigorar um sistema de maioria qualificada . Depois de aprovada uma decisão por maioria qualificada ainda é necessário que ela passe pelo crivo de estar representada 65% da população da UE. Problema: basta a Alemanha aliar-se a mais um ou dois estados e tem o poder de veto garantido. Os pequenos e médios países saem prejudicados pois não basta que dois ou três desses países se unam, numa posição comum,para conseguirem inquinar uma certa decisão. Enquanto que à Alemanha basta ter uma concertação de posição com a Lituânia ou a Irlanda para inquinar uma decisão após ela ser tomada por maioria qualificada, Portugal teria de se juntar à Bélgica, Holanda, Finlândia, Polónia, Suécia, Rep. Checa, Hungria etc. Ou seja, quantos mais países forem necessários, mais dificeis se tornam as negociações para chegar a uma posição comum, num curto espaço de tempo, e fazer com que a dita decisão não passe na segunda maioria exigida.
Com o Tratado de Lisboa, as matérias submetidas à regra de votação por dupla maioria passam a ser mais de 80!
Esta é apenas uma das alterações mas terá concerteza grande impacto na forma de funcionamento da UE.
As presidências rotativas da UE vão cessar. Vai passar a existir o cargo de Presidente da UE, cujo mandato será de 2 anos e meio.
Outra novidade é o cargo de Alto Comissário da UE para a política externa e segurança comum com um âmbito de actuação que abrange muitas matérias que dantes só estavam ao dispor dos ministros dos negócios estrangeiros de cada estado.
De momento estas são as alterações de que me recordo.
Estes resumos são óptimos pois tive a infeliz ideia de tentar ler o tratado e é completamente imperceptível para um cidadão comum como eu.
- X-FrEaK
- Ultra-Metálico(a)
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eu sei que isto é parvo mas quem me explica o que é que o Tratado de Lisboa veio trazer de novo sff, eu pergunto à minha mae e ela diz que também não sabe. É que durante dias so via noticias do Tratado de Lisboa mas nunca disseram do que é que o Tratado tratava
se me arranjassem um link ou assim tb nao me importava, ja vi algumas alteraçoes por aqui mas gostava de saber todas

se me arranjassem um link ou assim tb nao me importava, ja vi algumas alteraçoes por aqui mas gostava de saber todas
- warrior of wisdom
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Mais alterações trazidas pelo Tratado de Lisboa:
Parlamento Europeu - a sua competência será alargada a mais matérias. O processo de co-decisão com o Conselho Europeu aumenta significativamente embora a Comissão mantenha o controlo das propostas de actos legislativos. Ou seja, o PE não pode legislar livremente. A "supervisão" feita pela Comissão mantem-se. O PE vê a sua competência alargada em matérias de acordos internacionais e orçamento europeu.
As alterações efectuadas no que toca ao PE prendem-se com as criticas de falta de legitimidade democrática que têm sido dirigidas à UE.
A distribuição de lugares no PE também irá mudar fazendo com que Portugal perca representação.
Comissão - os critérios especificos de nomeação dos comissários continuam obscuros. Além disso, com o Tratado de Lisboa, deixa de ser possível estarem nela representados todos os estados-membros. Por outro lado, a representação dos estados-membros na comissão será sempre feita de acordo com um critério de posição geográfica e demográfica, o que invalida a hipótese de rotatividade pura na comissão. É a história do tal directório: Alemanha, França, Reino Unido e Itália.
Como é a comissão que detem o poder de impulso legislativo, esta pode ser uma maneira de bloquear a hipótese de serem submetidas a apreciação propostas representativas da posição de estados-membros mais pequenos, em certas matérias.
Outra novidade do Tratado é a inserção de uma norma que permite que os cidadãos da UE possam apresentar ao PE uma proposta de promoção legislativa. São necessários pelo menos 1 milhão de cidadãos.
Parlamento Europeu - a sua competência será alargada a mais matérias. O processo de co-decisão com o Conselho Europeu aumenta significativamente embora a Comissão mantenha o controlo das propostas de actos legislativos. Ou seja, o PE não pode legislar livremente. A "supervisão" feita pela Comissão mantem-se. O PE vê a sua competência alargada em matérias de acordos internacionais e orçamento europeu.
As alterações efectuadas no que toca ao PE prendem-se com as criticas de falta de legitimidade democrática que têm sido dirigidas à UE.
A distribuição de lugares no PE também irá mudar fazendo com que Portugal perca representação.
Comissão - os critérios especificos de nomeação dos comissários continuam obscuros. Além disso, com o Tratado de Lisboa, deixa de ser possível estarem nela representados todos os estados-membros. Por outro lado, a representação dos estados-membros na comissão será sempre feita de acordo com um critério de posição geográfica e demográfica, o que invalida a hipótese de rotatividade pura na comissão. É a história do tal directório: Alemanha, França, Reino Unido e Itália.
Como é a comissão que detem o poder de impulso legislativo, esta pode ser uma maneira de bloquear a hipótese de serem submetidas a apreciação propostas representativas da posição de estados-membros mais pequenos, em certas matérias.
Outra novidade do Tratado é a inserção de uma norma que permite que os cidadãos da UE possam apresentar ao PE uma proposta de promoção legislativa. São necessários pelo menos 1 milhão de cidadãos.
- otnemeM
- Ultra-Metálico(a)
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otnemeM Escreveu:Uma das promessas do programa do PS que foi a votos e ganhou com maioria absoluta, dizia exactamente que seria feito referendo para esta questão. Foi nisso que os portugueses votaram.
A isto acrescento e saliento as manobras a nível nacional e europeu que se puseram em marcha para impedir a todo o custo que isto acontecesse. O medo da vontade própria dos povos assusta, eu compreendo

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