O Estado, ou alguns Estados, há algum tempo que deixaram de garantir a segurança social a médio prazo, ou seja, é-te dito hoje que embora descontes é possível que não venhas a receber nada disso.
Francamente acho que de acordo com os governos possíveis neste pais, olhando para a norma das ultimas décadas, em principio um privado dá-te mais garantias que o Estado. E o mal do nosso Estado é não ter uma mentalidade de “fazer dinheiro”, não só do nosso mas da maioria dos estados ocidentais.
A ideia base é que quem compõe o Estado dá a si mesmo uma nota de incompetência, dizendo que negócio X não dá dinheiro (ou mais vulgarmente, é uma fonte de despesa), depois passam esse negócio para os privados e… milagre, já dá lucro. E depois, ainda mais fantástico, varias vezes as pessoas ligadas à decisão de que determinada coisa não dava dinheiro, entram como administradores dessas empresas. Tens o caso da Câmara de Lisboa em que praticamente todos os ramos passíveis de dar lucro foram privatizados.
Agora, porque motivo é que o estado investe em auto-estradas, ou recebe dinheiro para as fazer e entrega a sua exploração a privados? E depois esse privado é das empresas com melhores resultados, tendo até planos de entrar em mercados estrangeiros. Assim, pode o estado carregar forte nos impostos todos os anos, e lamentar-se que há défice e que a segurança social está perto de ruir.
Nos países nórdicos o Estado tem um papel activo em montes de áreas económicas e no entanto não deixa de haver muita iniciativa privada. Porque haveriam eles, tendo petróleo nas suas costas, por exemplo, de entregar o petróleo a terceiros? Uma das ideias mais ilusórias que nos foi vendida pelos liberais, é que o estado não tem capacidade de gerar dinheiro, ou que é limitador da concorrência e da lei de mercado. Eu acho que o Estado deveria mover-se no mercado, sem a arrogância de controlar o mesmo e possibilitando a livre concorrência. Se as regras forem claras, e o objectivo de dar lucro nunca for abandonado, acho que não há problema nenhum em ter um estado “activo”.
Depois, como nos países nórdicos, as mais valias geradas e os impostos recolhidos voltam ao povo na justa medida e de forma a que o país em geral saia mais forte. Claro que não são sistemas perfeitos, mas parecem ser sistemas mais equilibrados. Acabam por ser Sociais Democracias reais, que souberam compreender tão bem os benefícios do capitalismo como o papel social do estado.
Política - Tens partido? Costumas votar?
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Phobos Escreveu:Depois, como nos países nórdicos, as mais valias geradas e os impostos recolhidos voltam ao povo na justa medida e de forma a que o país em geral saia mais forte.
se nos sectores onde há prejuízo continuam a haver carros novos e "consultores" pagos a preço de ouro ... imagino o que aconteceria com saldo positivo...
e mesmo assim os nossos políticos não se motivam para pôr as coisas a render!
um dos sentimentos que tenho é que cada vez mais acho que a nossa classe politica é formada pelos baldas das faculdades que conseguiram fazer o curso à custa de estarem na Associação de estudantes.... isto não pode ser bom! e mais cedo ou mais tarde vai dar barraca!
god's business, witchfinding!
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olhando para a norma das ultimas décadas, em principio um privado dá-te mais garantias que o Estado
Lembra-te que o objectivo dos privados é fazer dinheiro a qualquer custo, já o Estado não foi feito para fazer dinheiro.
Nos países nórdicos o Estado tem um papel activo em montes de áreas económicas e no entanto não deixa de haver muita iniciativa privada. Porque haveriam eles, tendo petróleo nas suas costas, por exemplo, de entregar o petróleo a terceiros?
Eu sou completamente a favor do Estado ter posições estratégicas em certos sectores, para cuidar dos interesses dos seus cidadãos - coisa que uma empresa nunca fará! Mas isso é um pau de dois bicos: a Noruega considera o sector agrícola um sector estratégico (devido às guerras em que participaram, não querem ser apanhados sem mantimentos) sendo por isso fortemente subsidiado fazendo com que os preço sejam 3x superiores aos nossos. Era um preço que eu estava disposto a pagar, sabendo que o sistema funciona.
A ideia base é que quem compõe o Estado dá a si mesmo uma nota de incompetência, dizendo que negócio X não dá dinheiro (ou mais vulgarmente, é uma fonte de despesa), depois passam esse negócio para os privados e… milagre, já dá lucro.
O Estado para mim não ter que dar lucro, tem é que funcionar. Faz sentido o Sistema Nacional de Saúde dar lucro? Aquilo é para tratar de pessoas, não é um talho.
Quanto a negócio X não dar dinheiro e nos privados conseguirem fazer dinheiro, não é bem assim: uma coisa são gráficos e números que eles apresentam, outra é aquilo que acontece no terreno. Sem me disseres qual é o "negócio X", não consigo elaborar mais.
Depois, como nos países nórdicos, as mais valias geradas e os impostos recolhidos voltam ao povo na justa medida e de forma a que o país em geral saia mais forte.
Exactamente, há ideia de retorno. Lá até pagam mais impostos. A diferença é que eles acreditam no sistema, coisa que cá não acontece muito. Aliás, cá és um herói nacional porque enganaste o estado e fugiste aos impostos, andas de Mercedes e recebes o rendimento mínimo garantido.
Até se pode argumentar que lá há melhores políticos. Tudo bem, aqui também os há por aí. Só nos temos que nos livrar dos maus. Como? Como eu já disse: Votando. Não te identificas com nenhum? Vota em branco.
O que é aconteceria de os 60% de abstenção fossem votos em branco?
Tinhas toda a classe política em cheque.
Última edição por Postmortem em sábado set 01, 2007 12:34 pm, editado 1 vez no total.
Soul of Darkness Escreveu:Pessoalmente, não gostaria que o mundo acabasse
o grande problema esta nas pessoas que se queixam e fazem manifestacoes quando votaram em branco. estao a deixar que outras pessoas decidam por elas. Votar é votar. Escolher um dos partidos, escolher uma das personagens, escolher uma das ideias, uma que se identifique ou aquela que mais se assemelhe aos nossos ideais.
Nao vou deixar que a joaquina e o manuel do fundo da rua decidam quem vai governar o meu país por mim. O Meu voto conta!
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