TRADITIONAL "oldschool" METAL (NWOBHM, Epic, etc.) - Call to Arms!!

[Acidmother [RIP]]

É importante para qualquer comunidade (não usaria de todo a expressão «etnia») demarcar-se das outras, ou de formas híbridas que, para o metal no caso dos exemplos referidos do Nu-Metal e do Metalcore acabam por tentar juntar universos bem distantes com resultados tanto melhores ou piores mas que discutivelmente se poderão incluir no que se chama «Metal», incluindo não só a música - que é evidentemente o essencial - mas também toda uma imagética.
Essa demarcação tanto é feita pela positiva (apoiando, como disse o Gornoth, o que de bom se vai fazendo) mas também pela negativa, pela expressão de desagrado. São ambas igualmente legítimas. A obsessão do politicamente correcto não pode chegar ao ponto de se censurar quem mostra que não gosta. Mas é claro que num fórum pouco sentido tem fazer um post a dizer «banda x é uma merda» tanto quanto «banda x é excelente»... importante é sobretudo explicar porquê.

[Winter_Wrath [RIP]]

È como eu defendo!! eu gosto de de todo o metal ( Heavy, Black, Death Thrash, Doom) muitas das minhas bandas favoritas são de black e death mas no entanto a base é sempre o Metal Tradicional tanto é,. que os países que têm uma forte cena no METAL existe sempre uma base sólida de fãs de Heavy Metal classico veja-se o caso da Alemanha, Grecia, Finlandia... O que por exemplo não acontece em Portugal que em termos de Heavy Metal classico só se conhece Iron Maiden......

[Gornoth]

Acidmother, estou muito, muito longe de quaisquer desígnios de politicamente correcto; mas julgo que não vais discordar comigo quando te disser que dizer-te "discordo ou não gosto da tua opinião porque x" é muitíssimo diferente de dizer-te "só dizes merda, está calada". Certo?

[Ripping Corpse]

Continuam sem perceber o que estou a dizer... nunca disse que era contra mim que falavam, mas isso não muda em nada o que eu disse.

Deixem-me trocar por miúdos:
Apoiar o que de bom se faz no Metal -> sobrevivência do mesmo;
Desancar a torto e direito em tudo o que já não nos agrada tanto -> má ideia.

É que, por exemplo, conheço pessoal com 17, 18 anos que considero ter espírito MUITO mais parecido com os ideais da "velha guarda" que os próprios "velha guardas"...

Edit: Acho também importante ressalvar, já agora, que não estou aqui a a) tentar chatear-me com ninguém nem muito menos b) tentar mudar mentalidades à força. Mas acho que com a discussão bem fundamentada de ideias e perspectivas diferentes, todos aprendemos qualquer coisa, e isso é sempre bom.

Edit 2: Rick, agora que reli o teu post, lembrei-me de outra coisa; acho que é péssima ideia definir arbitrariamente uma altura em que as fronteiras do género que há uns anos, como dizes, estavam em pleno processo de definição, pudessem estar definitivamente delineadas e dizer "pronto, já chega, o Metal é isto e não se fala mais no assunto". No meu ponto de vista, a paragem na evolução seja de que sistema for só leva a um resultado inexorável: a extinção por completo. Ainda por cima estando nós a falar de um género musical, em que não vejo grandes hipóteses de deixarem de existir de repente todos os fãs de um qualquer sub-género do mesmo, e não há quaisquer impeditivos de o velho coexistir com o novo... para quê tanto medo?

Façam mas é o que gostam, dêem-lhe tanta qualidade quanto possível, e havendo esforço, dedicação e sorte para isso, há-de sobreviver pelos próprios méritos. O resto é conversa.

...eu tb nao quero fazer disto um cavalo de batalha, como dizia o outro, o que quero dizer e que, o pessoal novo, ficam admirados, pelo espirito de uniao e ajuda que havia (e ha), na velha guarda, pois para eles, presentemente, custa acreditar na dita uniao dos 80´s, visto agora ser cada um por si, so isto que quero tentar transmitir...ok

[Acidmother [RIP]]

Acidmother, estou muito, muito longe de quaisquer desígnios de politicamente correcto; mas julgo que não vais discordar comigo quando te disser que dizer-te "discordo ou não gosto da tua opinião porque x" é muitíssimo diferente de dizer-te "só dizes merda, está calada". Certo?

Se estás longe ou perto de politicamente incorrecto é-me absolutamente indiferente, o meu post não foi dirigido a ti. Pareces ter uma certa tendência para os levar pessoalmente, é uma paranóia curiosa. De qualquer modo talvez queiras ponderar melhor posts como este último, que te saiu particularmente infeliz e a roçar o malcriado.

[Brujo [RIP 2009/08/10]]

Acidmother, estou muito, muito longe de quaisquer desígnios de politicamente correcto; mas julgo que não vais discordar comigo quando te disser que dizer-te "discordo ou não gosto da tua opinião porque x" é muitíssimo diferente de dizer-te "só dizes merda, está calada". Certo?

Completamente de acordo.

[Gornoth]

Acidmother, estou muito, muito longe de quaisquer desígnios de politicamente correcto; mas julgo que não vais discordar comigo quando te disser que dizer-te "discordo ou não gosto da tua opinião porque x" é muitíssimo diferente de dizer-te "só dizes merda, está calada". Certo?

Se estás longe ou perto de politicamente incorrecto é-me absolutamente indiferente, o meu post não foi dirigido a ti. Pareces ter uma certa tendência para os levar pessoalmente, é uma paranóia curiosa. De qualquer modo talvez queiras ponderar melhor posts como este último, que te saiu particularmente infeliz e a roçar o malcriado.

Só se me percebeste completamente ao contrário do que pretendia... ou talvez só tenhas lido parte do que escrevi, porque realmente não vejo como o meu post possa parecer malcriado.

E quanto à paranóia, talvez até sofra dela em certa medida, mas estava simplesmente a contrapôr o teu argumento com o meu caso em concreto. Podia também chamar-te paranóica, por aparentemente teres percebido o que eu disse como uma tentativa de mandar-te calar de forma malcriada. Mas prefiro manter o nível da discussão, pode ser?

Se quiseres fazer-me esse favor, relê com atenção o que te tinha dito no post anterior. Estava, em jeito de resumo, a tentar demonstrar-te como, nem sequer entrando no campo do politicamente correcto, há formas produtivas e formas inúteis de se manifestar uma opinião.

[Rick]

Não digo que este teu post seja uma resposta ao que eu disse no tópico sobre o Doom, mas aí nem era sobre essa perspectiva - tua e de muita gente - da evolução do género que estava a insurgir-me. Estava, sim, a comentar a falta de respeito com que membros dessa tal suposta etnia se referem a tudo o que saia do seu espectro restrito de sonoridades, mesmo que o alvo da "crítica" seja algo que, com mais ou menos validade na identidade dessa mesma etnia, leva por tabela ao ser enfiado no mesmo saco que tudo o resto que, como tu dizes, possa não ter nada que ver com a coisa.

O meu post não é propriamente uma resposta a ninguém em especial, é mais uma reflexão pessoal sobre o Metal e sobre estas dicotomias todas que hoje presenciamos. No fundo, quando me reporto a um tempo em que havia união dentro do movimento (definido pelas características que aponto) estou também a ser contra as segmentações exclusivistas. Mantenho um gosto bastante abrangente. Mas creio que neste momento o dito Heavy Metal tradicional é talvez um dos estilos com menos vida em Portugal. E digo com menos vida porque até pode ser muito grande como referência para o pessoal mais novo (tipo objecto de museu), mas enquanto lá fora está bem vivo e com um underground muito activo, cá o pessoal que o apoia activamente é residual, mesmo numa cena tão minguada como a nossa (veja-se o número de pessoas que aparece em Sodom ou Rotting Christ, por exemplo).

No meu caso não sou sectário nos moldes que apontas. Entre os concertos que mais curti na minha vida contam-se nomes que vão de Brocas Helm e Manilla Road até Celtic Frost, Sarcófago, Death, Carcass ou D.R.I. Posso não me identificar com a grande maioria do Black Metal que se faz hoje em dia, mas continuo a adorar as bandas dos anos 80/90 que sempre adorei.

*excepto, por exemplo, sobre a tal aproximação do gótico ao metal, da qual acho que saíram projectos muitíssimo bons - e, aliás, gosto de ambos os géneros, portanto não me chateia nada.

Lá por causa disso, até eu gosto de algumas coisas. No geral, não gostei, por várias razões, mas até eu acho que algumas bandas fizeram coisas porreiras.

[Rita [RIP]]

Já agora alguém já ouviu o novo de Leatherwolf com o wade black nos vocals?

eu já ouvi, não tem tanto a ver com os primeiros albums, pode-se dizer que é um album mais ajustado à musica actual, parece-me mais pesado também.

acho piada falarem em Fifht Angel, sendo uma banda com tão poucos albums, mas não deixa de ser boa

falando no Wade Black, Crimson Glory também é uma grande banda.

já agora: Heir Apparent, Voice, Vicious Rumors, Running Wild, Mob Rules..etc

[Rick]

Apoiar o que de bom se faz no Metal -> sobrevivência do mesmo;
Desancar a torto e direito em tudo o que já não nos agrada tanto -> má ideia.

Concordo. Por apoiar o que de bom se faz no Metal é que me insurjo contra o que para mim não é Metal mas quer parecer sê-lo.

Rick, agora que reli o teu post, lembrei-me de outra coisa; acho que é péssima ideia definir arbitrariamente uma altura em que as fronteiras do género que há uns anos, como dizes, estavam em pleno processo de definição, pudessem estar definitivamente delineadas e dizer "pronto, já chega, o Metal é isto e não se fala mais no assunto". No meu ponto de vista, a paragem na evolução seja de que sistema for só leva a um resultado inexorável: a extinção por completo. Ainda por cima estando nós a falar de um género musical, em que não vejo grandes hipóteses de deixarem de existir de repente todos os fãs de um qualquer sub-género do mesmo, e não há quaisquer impeditivos de o velho coexistir com o novo... para quê tanto medo?

Não é o caso. O Metal continuou a evoluir até hoje, e há bandas modernas que são boas, e são Metal. São as excrescências que me chateiam.

Façam mas é o que gostam, dêem-lhe tanta qualidade quanto possível, e havendo esforço, dedicação e sorte para isso, há-de sobreviver pelos próprios méritos. O resto é conversa.

Apoiado!

[Rick]

(não usaria de todo a expressão «etnia»)

Acho que na acepção actual da palavra é perfeitamente adequada. Mas devo estar a ser demasiado técnico. Usa "tribo urbana", ou algo assim, se preferires.

[Razor]

...eu tb nao quero fazer disto um cavalo de batalha, como dizia o outro, o que quero dizer e que, o pessoal novo, ficam admirados, pelo espirito de uniao e ajuda que havia (e ha), na velha guarda, pois para eles, presentemente, custa acreditar na dita uniao dos 80´s, visto agora ser cada um por si, so isto que quero tentar transmitir...ok

Também não era bem assim, havia cenas que não fazem cá falta, como gajos a roubarem as t-shirts aos putos + novos, gajos a injectarem-se nas filas dos concertos (isto cheguei eu a assistir), agressões (quando Thanatos tocou na Cova da Piedade até sangue havia nas ruas), assaltos... Isto não eram casos pontuais mas coisas que aconteciam com bastante frequência em tudo que era concerto em Lisboa e Margem Sul.

[Acidmother [RIP]]

(não usaria de todo a expressão «etnia»)

Acho que na acepção actual da palavra é perfeitamente adequada. Mas devo estar a ser demasiado técnico. Usa "tribo urbana", ou algo assim, se preferires.

Não, etnia pressupõe uma afinidade genética, para além de outras de índole cultural. Comunidade é o termo adequado. Ou tribos urbanas, seja.

[Rick]

Etnia não pressupõe uma afinidade genética. O termo é definido em bases apenas culturais. Cientificamente, não há bases biológicas adequadas para dividir grupos humanos, pelo que o conceito de etnia é o que se usa nos estudos antropológicos em substituição do de raça, hoje obsoleto.

[Mordred]

Não tenho muito mais a acrescentar ao que já escrevi e ao que o Rick tb escreveu. Uma coisa me deixa satisfeito... Afinal não há tão poucas pessoas aqui que ainda poderiam formar uma "cena" mais tradicional. E é refrescante ver uma mulher jovem (a "Rita") a falar em nomes como HEIR APPARENT e tal...

Há pouco tempo estive na Grécia, em Atenas. Convivi durante uma semana no "habitat natural" de uma das cenas mais old school da Europa hoje em dia. Muito mais consistente do que a Alemã (há muitos "tradicionais" na Alemanha... Mas estão bastante espalhados e a Alemanha é um país grande)! E gostei particularmente de saber como é que um punhado (sim, literalmente um punhado) de pessoas conseguiram erigir um "edifício" que hoje em dia tem uma dinâmica invejável. Pois... A Grécia em meados dos 90's era mais ou menos como Portugal é hoje: muito Metal Extremo, alguns fãs das bandas maiores (MANOWAR, IRON MAIDEN, ICED EARTH), mas nada a unir o underground tradicional. E entao um dia o Greg Varsamis (da Eat Metal Records), o irmão Nick (hoje nos LITANY e WRATHBLADE), o Manolis Karazeris (dos BATTLEROAR) e mais dois ou três começaram a fazer esforços para unir os "tresmalhados" e ao mesmo tempo procurar pessoal mais novo que se identificasse com sons mais tradicionais. Começaram a frequentar foruns... A passar CDR's, a escrever fanzines e outras coisas do género para mostrar bandas desconhecidas mas cheias de valor... Passados uns tempos, começou a crescer. E em 2001 resolveram fazer uma maluqueira! Juntaram-se todos, meteram dinheiro e resolveram pagar a viagem aos BROCAS HELM para irem lá tocar. E assim foi... O concerto teve praí 100 pessoas... Mas acima de tudo, começou a juntar o pessoal. E alguns "descrentes" viram que havia ali um grupo com espírito. E o pessoal novo começou a aderir.

Há dois meses resolvi ir lá ao festival Up The Hammers, primeiro porque o cartaz era apelativo e depois porque ao longo das minhas idas ao Keep It True fiquei bastante amigo de alguns Gregos, curiosamente os iniciadores da "nova ordem". A recepção não podia ter sido melhor! Fizeram de TUDO para me fazerem sentir bem-vindo... No mesmo bairro da cidade haviam 7 ou 8 lojas de Metal: desde lojas com material mais mainstream ás lojas mais underground. Curioso o facto de às tantas estarmos a confraternizar na loja da Eat Metal e entrar um gajo americano... Quem era ele? O Kenny Powell dos OMEN (que nem estavam no cartaz), que tinha ido passar umas férias a Atenas e aproveitado para estar com os amigos. À noite (isto nos dias antes do festival) os caminhos iam dar sempre ao Texas Bar, um bar dedicado ao Metal. E ali era a loucura! Lembram-se das tardes metálicas no RRV? É mais ou menos a mesma coisa! Mas com música ainda mais "surpreendente"! Francamente, estar a beber copos com pessoal bacano, a ouvir aos altos berros SAVAGE GRACE, MEDIEVAL STEEL, MANILLA ROAD, OMEN (altura para levantar o Kenny Powell em braços), etc, e praí 50 ou 60 metálicos a cantar as letras todas em uníssono é algo que nunca esperei ver! Ah! E a propósito.. Também passou o Star Riders de ALKATEYA... Aclamado com muito furor!

Moral da história: será possível fazer o mesmo por cá?