
Desde que Mortuus entrou para a banda, os veteranos Marduk sofreram uma revitalização, como uma Fénix que se ergueu de novo das chamas do inferno. E desde então esta nova reencarnação tem dado os seus frutos proibidos cada um mais venenoso que o outro.Trazendo-nos desta vez este maldito e apetecível Serpent Sermon.
Já lá vão os tempos das blitzkriegs e panzers, em que só a velocidade e agressividade eram a ordem do dia. Tal como os os seus conterrâneos Ondskapt e Watain, os Marduk moldaram a sua sonoridade para algo mais obscuro e maléfico, apesar da rapidez e ferocidade ainda estarem presentes apenas mais refinadas. E o Serpent Sermon é mais uma prova de uma fúria requintada por momentos de sublime malvadez e outros de ritmos ritualisticos e tenebrosos, criados por Morgan enquanto Mortuus declama os 11 sermões da serpente ao longo do albúm.
Tal como uma serpente o albúm enrola-se à nossa volta e que nos aperta e morde. E são as dentadas mais venenosas que merecem ser mencionadas.
Serpent Sermon o tema título que contém um riff melódico e contangiante, algo semelhante ao que fizeram com a Whorecrown no disco anterior, um excelente começo para abrir as hostilidades.
Temple Of Decay um ritmo hipnótico e ritualistico de riffs e percursão com côros assombrosos que nos atraiem para este templo da decadência.
MAMMON tem aqueles arpéggios dissonantes que arrepiam a espinha, mais caracteristicos de uns franceses BAN ou DO.
World Of Blades um belo tema com um ritmo mais lento e com momentos a fazer lembrar uns irlandeses Primordial.
Coram Satanae é o bónus com uma vertente mais melódica, mais hipnótico e ritmado e com um riff memorável, sem dúvida o melhor tema do disco.
Quanto ás restantes dentadas não mencionadas são aquilo que qualquer conhecedor de Marduk já sabe temas furiosos e impiedosos que são a trademark da banda.
Serpent Sermon é para já um dos melhores trabalhos da banda sueca e dos que mais me cativou.
E que esta nova reencarnação continue por muito tempo a produzir frutos cada vez mais venenosos.