Karnak Seti - "In Harmonic Entropy" (2011)
Enviado: segunda dez 26, 2011 12:41 pm
Apesar de já ter recebido a rodela vai para umas semanas, apenas hoje estou a conseguir ouvir o disco dos Karnak Seti, banda madeirense de Death Metal melódico que, ao longo dos últimos anos, tem vindo a quebrar, paulatinamente, as barreiras colocadas pelo Atlântico.
Em mais um álbum gravado nos USS Braga, cada vez mais uma referência no estilo, com gravação a cargo de Pedro Mendes e Produção de Daniel Cardoso, não estaríamos à espera de um som duvidoso. E o primeiro tema, Long Gone Shadow, desde logo nos retira quaisquer dúvidas. Um som equilibrado e consistente, com guitarras "à lá The Haunted" no que à sonoridade diz respeito - sujas mas suficientemente definidas para nenhum detalhe escapar.
Este primeiro tema, abre em toada melódica o disco e, desde logo, apresenta o trabalho vocal de Luís Erre, o primeiro deste camarada em estúdio. A voz, aguerrida, não perde nem por momentos a perceptibilidade. Excelente trabalho, de início ao fim, do "rookie" da banda.
O senhor que se segue dá pelo nome de Only Red Mist Descends e, logo no primeiro riff, leva o ouvinte a uns Arch Enemy de tempos idos. Logo de seguida abandona este registo, aumenta o ritmo do disco e tráz o primeiro solo de Pedro Mendes, curto e grosso, cheio de harmonia. Cheia de melodia, por outro lado, é a prestação vocal de Daniel Cardoso, que empresta um toque extra de genialidade ao tema.
Ao terceiro tema, Loss, já o tempo está em "velocidade-cruzeiro", e aqui e ali começa a cheirar a Heaven Shall Burn ou As I Lay Dying, mas por pouco tempo. A banda construiu um som que, ao longo dos álbuns, e se ignorarmos as óbvias diferenças na voz, se começa a tornar identificável. "Isto é Karnak Seti".
De seguida avançamos para Among the Sleepless, um dos temas avançados antes do lançamento do disco. Neste tema contamos com as guitarras provavelmente mais sujas do disco, e uma melodia catchy, emprestada pela voz de Daniel Cardoso, que teima em ficar no ouvido, e a ser trauteada. Boa escolha para single.
EM Golden Age of Downfalls parece-nos que estamos a ouvir um tema dos bons velhos tempos de In Flames, alargando ligeiramente o espectro de sonoridades que se fazem ouvir no disco. Este tema conta com aquele que será, provavelmente, os melhores momentos rítmicos do álbum, bem ao gosto dos headbangers, bem como alguns dos melhores apontamentos de Juan Pestana, teclista que, de resto, acompanha todo o álbum.
Luctor et emergo volta a subir o tempo, subindo também a agressividade da coisa. Novamente a harmonia de guitarras marca presença, culminando com mais um solo do Pedro Mendes, verdadeiro guitar hero nacional. Nota para a voz no refrão do tema. Muito bom.
De seguida contamos com Stranded by Existence, numa toada morna e com uns teclados quase industriais. Um tema para tomar fôlego, mas com riffs muito bem conseguidos.
Figureless Icons é o tema que antecede o final do disco, com uma bateria a tornar tudo muito mais marcado e agressivo, num trabalho de que, aliás, Luís Barreto se deve orgulhar. Também assinalável ao longo de toda a rodela é o trabalho do baixo de Xouda, responsável por um ambiente pesado e coeso, mesmo quando as guitarras de Tó Jesus e Reno se encontram harmonizadas. Os madeirenses, músicos competentes provam, com este disco, que amadureceram como músicos mas, sobretudo, como colectivo.
A fechar com chave de ouro, a banda apresenta-nos Collateral Dreams, um tema ritmicamente muito marcado, e que nos apresenta outra voz já conhecida do Underground nacional. A presença de Shore, dos The Ransack, acaba por emprestar alguma agressividade à voz de Erre, complementando-se os dois registos num ambiente quase massacrante para quem o ouve, sendo atacado em duas frentes. No final, com uma harmonia de guitarras limpas que faz prever que estamos para acabar, ainda somos surpreendidos por mais um momento de rara melodia no death metal, com as guitarras e o teclado a criarem um ambiente de despedida apreciável. E é com este ambiente que o fade out fecha o disco.
No final do álbum, apenas fica a sensação de este ser um pouco mais repetitivo que o seu antecessor, apesar da diversidade de propostas apresentadas ,e das influências, mais ou menos óbvias, aqui e ali, o que não invalida que este seja, no final da digestão, um dos últimos grandes discos de 2011. Notável evolução dos madeirenses.
Venham mais destes, aí do meio do atlântico.
Em mais um álbum gravado nos USS Braga, cada vez mais uma referência no estilo, com gravação a cargo de Pedro Mendes e Produção de Daniel Cardoso, não estaríamos à espera de um som duvidoso. E o primeiro tema, Long Gone Shadow, desde logo nos retira quaisquer dúvidas. Um som equilibrado e consistente, com guitarras "à lá The Haunted" no que à sonoridade diz respeito - sujas mas suficientemente definidas para nenhum detalhe escapar.
Este primeiro tema, abre em toada melódica o disco e, desde logo, apresenta o trabalho vocal de Luís Erre, o primeiro deste camarada em estúdio. A voz, aguerrida, não perde nem por momentos a perceptibilidade. Excelente trabalho, de início ao fim, do "rookie" da banda.
O senhor que se segue dá pelo nome de Only Red Mist Descends e, logo no primeiro riff, leva o ouvinte a uns Arch Enemy de tempos idos. Logo de seguida abandona este registo, aumenta o ritmo do disco e tráz o primeiro solo de Pedro Mendes, curto e grosso, cheio de harmonia. Cheia de melodia, por outro lado, é a prestação vocal de Daniel Cardoso, que empresta um toque extra de genialidade ao tema.
Ao terceiro tema, Loss, já o tempo está em "velocidade-cruzeiro", e aqui e ali começa a cheirar a Heaven Shall Burn ou As I Lay Dying, mas por pouco tempo. A banda construiu um som que, ao longo dos álbuns, e se ignorarmos as óbvias diferenças na voz, se começa a tornar identificável. "Isto é Karnak Seti".
De seguida avançamos para Among the Sleepless, um dos temas avançados antes do lançamento do disco. Neste tema contamos com as guitarras provavelmente mais sujas do disco, e uma melodia catchy, emprestada pela voz de Daniel Cardoso, que teima em ficar no ouvido, e a ser trauteada. Boa escolha para single.
EM Golden Age of Downfalls parece-nos que estamos a ouvir um tema dos bons velhos tempos de In Flames, alargando ligeiramente o espectro de sonoridades que se fazem ouvir no disco. Este tema conta com aquele que será, provavelmente, os melhores momentos rítmicos do álbum, bem ao gosto dos headbangers, bem como alguns dos melhores apontamentos de Juan Pestana, teclista que, de resto, acompanha todo o álbum.
Luctor et emergo volta a subir o tempo, subindo também a agressividade da coisa. Novamente a harmonia de guitarras marca presença, culminando com mais um solo do Pedro Mendes, verdadeiro guitar hero nacional. Nota para a voz no refrão do tema. Muito bom.
De seguida contamos com Stranded by Existence, numa toada morna e com uns teclados quase industriais. Um tema para tomar fôlego, mas com riffs muito bem conseguidos.
Figureless Icons é o tema que antecede o final do disco, com uma bateria a tornar tudo muito mais marcado e agressivo, num trabalho de que, aliás, Luís Barreto se deve orgulhar. Também assinalável ao longo de toda a rodela é o trabalho do baixo de Xouda, responsável por um ambiente pesado e coeso, mesmo quando as guitarras de Tó Jesus e Reno se encontram harmonizadas. Os madeirenses, músicos competentes provam, com este disco, que amadureceram como músicos mas, sobretudo, como colectivo.
A fechar com chave de ouro, a banda apresenta-nos Collateral Dreams, um tema ritmicamente muito marcado, e que nos apresenta outra voz já conhecida do Underground nacional. A presença de Shore, dos The Ransack, acaba por emprestar alguma agressividade à voz de Erre, complementando-se os dois registos num ambiente quase massacrante para quem o ouve, sendo atacado em duas frentes. No final, com uma harmonia de guitarras limpas que faz prever que estamos para acabar, ainda somos surpreendidos por mais um momento de rara melodia no death metal, com as guitarras e o teclado a criarem um ambiente de despedida apreciável. E é com este ambiente que o fade out fecha o disco.
No final do álbum, apenas fica a sensação de este ser um pouco mais repetitivo que o seu antecessor, apesar da diversidade de propostas apresentadas ,e das influências, mais ou menos óbvias, aqui e ali, o que não invalida que este seja, no final da digestão, um dos últimos grandes discos de 2011. Notável evolução dos madeirenses.
Venham mais destes, aí do meio do atlântico.