De baixo orçamento, com praticamente um cenário só, com actores sofríveis, é um filme que vale pelo argumento, e que rapidamente se tornou objecto de culto (quanto mais não seja, por ter sido oficialmente disponiblizado nas internets).
Passados dez anos de carreira, um professor universitário decide despedir-se do seu departamento para rumar a destino incerto. Durante a reunião de despedida com os seus colegas, revela, após a insistência destes, as razões pelas quais terá que ir embora: na verdade tem 14 000 anos. É um argumento de ficção científica que rápido se transforma em inquérito filosófico. Chega a tocar pontos bastante interessantes e é uma espécie de recriação do debate interdisciplinar sobre certos temas: entre os colegas de John Oldman, há um arqueólogo, um biólogo, um psiquiatra, um antropólogo e uma teóloga.
Embora seja uma ideia muito interessante, foi explorada de forma intelectualmente pouco sofisticada. Não é que este cro-magnon, entre muitas outras coisas, também foi Jesus? É aí que começa a vir à tona um certo sabor zeitgeistiano que me faz querer morrer. (E já nem falo no final que é um verdadeiro lulz).
Mesmo assim, quem se interessa pelo tipo de debates acima referido, deve tentar ver.
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