Bosque - "Passage" (2009)

LeadAether [RIP 2010/09/12]

Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor LeadAether [RIP 2010/09/12] » domingo mar 21, 2010 4:17 pm

juzéam Escreveu:para s perceber as virtudes ou defeitos de uma banda de funeral doom é preciso ter ouvido disso a vida toda?


Não, mas a "perspectiva" modifica-se se se critica depois de se ouvir umas quantas coisas. Não é preciso ser a vida inteira. Eu também podia criticar Holocausto Canibal apenas conhecendo os seus álbuns e uma ou outra coisa de Carcass e Napalm Death, mas não seria o mesmo, ou seria? Por isso, calo-me em relação a bandas desse tipo. Percebeste ou é preciso um desenho?

Leviathan
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Leviathan » domingo mar 21, 2010 9:14 pm

LeadAether Escreveu:O teu problema, pá, é que queres falar de Funeral Doom e não fazes a ponta dum corno do que é, e portanto o analisas do ponto de vista do outsider, isto é, trazes a perspectiva "revista de metal" para o Funeral Doom.


Pronto ok, já percebi que Funeral Doom não é música. Perdoem-me por ter uma prespectiva musical sobre esse sub-género "músical". Bosque assim sendo, já pode conter todos os erros que quiserem, porque não é música.

LeadAether Escreveu:
juzéam Escreveu:para s perceber as virtudes ou defeitos de uma banda de funeral doom é preciso ter ouvido disso a vida toda?


Não, mas a "perspectiva" modifica-se se se critica depois de se ouvir umas quantas coisas. Não é preciso ser a vida inteira. Eu também podia criticar Holocausto Canibal apenas conhecendo os seus álbuns e uma ou outra coisa de Carcass e Napalm Death, mas não seria o mesmo, ou seria? Por isso, calo-me em relação a bandas desse tipo. Percebeste ou é preciso um desenho?


Quer dizer que não posso simplesmente apreciar a qualidade da música para mim, conforme o meu gosto e conforme um limite que deve ser estabelecido para algo, requisitos mínimos para a mesma ser considerada arte, porque não conheço os vossos tesourinhos preciosos enterrados?
Zyklon Escreveu:Vocês são uns patetas!

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Deception Circus
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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Deception Circus » domingo mar 21, 2010 10:23 pm

Costumo apreciar - no bom sentido - os posts do LeadAether mas, desta vez, terei de discordar da visão dele.

Esse tipo de elitismo é exactamente o que permite a tantas bandas sem a mínima qualidade infestarem uma cena já de si saturada.

A meu ver, só há dois tipos de música: a boa e a má. E por mais barulhento/caótico/fúnebre/decadente/alegre/rápido/lento/matemático/simplista que um projecto seja, se tiver qualidade deverá ser reconhecido como boa música, independentemente do ouvinte ser adepto desta ou daquela onda.

Bosque é mal tocado, mas por eu não curtir Funeral Doom já não tenho background/autoridade/estofo suficiente para poder apontar isso?

Acho que muitas vezes, há a tendência para se confundir estética com qualidade musical. Eu posso não apreciar um estilo de música, mas sei reconhecer quando as bandas que o praticam têm qualidade.

Neste caso, verdade seja dita, o tópico já leva tantas páginas porque o álbum foi uma das escolhas do staff da Loud para álbum de 2009. De outra forma, isto não passaria da primeira página.

Tanto mal se diz da Loud, mas a realidade é que tudo o que lá é escrito gera padrões comportamentais. E o resto é conversa porque afinal...

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Última edição por Deception Circus em domingo mar 21, 2010 11:07 pm, editado 1 vez no total.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor juzéam » domingo mar 21, 2010 10:27 pm

LeadAether Escreveu:
juzéam Escreveu:para s perceber as virtudes ou defeitos de uma banda de funeral doom é preciso ter ouvido disso a vida toda?


Não, mas a "perspectiva" modifica-se se se critica depois de se ouvir umas quantas coisas. Não é preciso ser a vida inteira. Eu também podia criticar Holocausto Canibal apenas conhecendo os seus álbuns e uma ou outra coisa de Carcass e Napalm Death, mas não seria o mesmo, ou seria? Por isso, calo-me em relação a bandas desse tipo. Percebeste ou é preciso um desenho?



oh pa vais-m desculpar mas n estamos a falar do funeral doom...estamos a falar de bosque! é preciso sp a tanga das labels para s explicar porque é que as coisas existem?
e sinceramente ja começo a perceber porque é que este topic tem tanta pagina...isto é algo superior. algo que a propria musica e os seus estereotipos nao compreendem. ah...afinal compreendem, pk de facto tem um nome...é funeral doom :P
mas de facto sou um outsider porque nao ouço este tipo de arte.
mas podes sp fazer o desenho na mesma porque é tb uma forma legitima de arte e eu gosto.
the outsider

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor LeadAether [RIP 2010/09/12] » segunda mar 22, 2010 1:47 am

Deception Circus Escreveu:Esse tipo de elitismo é exactamente o que permite a tantas bandas sem a mínima qualidade infestarem uma cena já de si saturada.


Elitismo? Onde? Eu, e outros, só deram as suas razões para gostar disto. Elitismo há, sim, da parte de quem vem para aqui com argumentos da teoria musical para provar o seu ponto de vista. Fazemos assim: deixamos de chamar a isto música. Por mim, tudo bem, já que nem sou coleccionador de discos compulsivo.

Deception Circus Escreveu:A meu ver, só há dois tipos de música: a boa e a má. E por mais barulhento/caótico/fúnebre/decadente/alegre/rápido/lento/matemático/simplista que um projecto seja, se tiver qualidade deverá ser reconhecido como boa música, independentemente do ouvinte ser adepto desta ou daquela onda.


Então, como qualificarias um álbum de Noise ou Industrial? Como distingues um bom álbum de Noise, dum mau álbum de Noise? Há coisas que não se ouve com imparcialidade. Parafraseando o Pessoa, não se consegue estudar a Cabala se não houver uma paixão; torna-se insuportável ler aqueles tratados.

Deception Circus Escreveu:Bosque é mal tocado, mas por eu não curtir Funeral Doom já não tenho background/autoridade/estofo suficiente para poder apontar isso?
Acho que muitas vezes, há a tendência para se confundir estética com qualidade musical. Eu posso não apreciar um estilo de música, mas sei reconhecer quando as bandas que o praticam têm qualidade.


Às vezes a "estética" é mais importante do que a qualidade musical. A mim só faço esta questão: isto, apesar ter esta produção e estar fora de tempo, e etc., diz-me alguma coisa? Se a resposta é afirmativa, chega-me perfeitamente! No entanto, como faço SEMPRE esta pergunta, caso a caso, isso permite-me dizer que gosto deste disco, mas, por exemplo, também me permite dizer algo que pode não fazer sentido: que uma banda como Worship, por exemplo, é sobrevalorizada. E lá está, para perceberes a minha comparação, aqui entra a necessidade de ter alguma perspectiva deste género. E não tem nada a ver com autoridade; tem a ver com falarmos a mesma linguagem.

Deception Circus Escreveu:Neste caso, verdade seja dita, o tópico já leva tantas páginas porque o álbum foi uma das escolhas do staff da Loud para álbum de 2009. De outra forma, isto não passaria da primeira página.

Está explicado, já desconfiava. Por mim é indiferente.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Demoniac » segunda mar 22, 2010 5:34 am

LeadAether Escreveu: também me permite dizer algo que pode não fazer sentido: que uma banda como Worship, por exemplo, é sobrevalorizada.


Não digas coisas dessas! Worship é muito bom!

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Krom » segunda mar 22, 2010 9:07 am

Sinceramente, fico espantado com a quantidade de Eruditos que por aqui anda.
O pessoal tem de se mentalizar que com este tipo de atitudes que fica a perder são as bandas em prol de encher os Egos de algumas crianças que por aqui andam, eu pessoalmente acho que o trabalho em questão não é nada de transcendental mas tem um feeling que para quem gosta acredito que considdere o trabalho bom, existem albuns de black metal bem piores e são de culto.
Saiam de casa, vão aos concertos e deixem-se de merdas.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Deception Circus » segunda mar 22, 2010 10:23 am

LeadAether Escreveu:
Deception Circus Escreveu:Esse tipo de elitismo é exactamente o que permite a tantas bandas sem a mínima qualidade infestarem uma cena já de si saturada.


Elitismo? Onde? Eu, e outros, só deram as suas razões para gostar disto. Elitismo há, sim, da parte de quem vem para aqui com argumentos da teoria musical para provar o seu ponto de vista. Fazemos assim: deixamos de chamar a isto música. Por mim, tudo bem, já que nem sou coleccionador de discos compulsivo.


Elitismo quando assumes que, para ti, um fã de - por exemplo - Swallow the Sun - não tem capacidade para discernir qualidade (ou falta dela) num álbum de Funeral Doom menos mediatizado. Elitismo pela forma como te referes a determinadas bandas e ao facto delas serem mais ou menos badaladas em determinado momento. Exemplos?

LeadAether Escreveu:(...)que já o ouvia antes de passar a ser moda dizer que se gosta de Esoteric e Mournful Congregation. Se querias referir boas bandas deste estilo, tinhas dito uns Profetus, isto para pegar em bandas recentes; e não essas merdas deslavadas, com produções de caca a copiar os Shape of Despair que por aí andam aos magotes.


LeadAether Escreveu:
Deception Circus Escreveu:A meu ver, só há dois tipos de música: a boa e a má. E por mais barulhento/caótico/fúnebre/decadente/alegre/rápido/lento/matemático/simplista que um projecto seja, se tiver qualidade deverá ser reconhecido como boa música, independentemente do ouvinte ser adepto desta ou daquela onda.


Então, como qualificarias um álbum de Noise ou Industrial? Como distingues um bom álbum de Noise, dum mau álbum de Noise? Há coisas que não se ouve com imparcialidade. Parafraseando o Pessoa, não se consegue estudar a Cabala se não houver uma paixão; torna-se insuportável ler aqueles tratados.


É simples: ouço e avalio racionalmente, apenas de acordo com uma variável: "Isto é boa ou má música?". Eu posso nem sequer ouvir metal e conseguir aperceber-me de qualidade num álbum de noise. Nada se ouve com imparcialidade, mas tudo é passível de ser avaliado com ou sem background dentro da àrea.

LeadAether Escreveu:
Deception Circus Escreveu:Bosque é mal tocado, mas por eu não curtir Funeral Doom já não tenho background/autoridade/estofo suficiente para poder apontar isso?
Acho que muitas vezes, há a tendência para se confundir estética com qualidade musical. Eu posso não apreciar um estilo de música, mas sei reconhecer quando as bandas que o praticam têm qualidade.


Às vezes a "estética" é mais importante do que a qualidade musical. A mim só faço esta questão: isto, apesar ter esta produção e estar fora de tempo, e etc., diz-me alguma coisa? Se a resposta é afirmativa, chega-me perfeitamente! No entanto, como faço SEMPRE esta pergunta, caso a caso, isso permite-me dizer que gosto deste disco, mas, por exemplo, também me permite dizer algo que pode não fazer sentido: que uma banda como Worship, por exemplo, é sobrevalorizada. E lá está, para perceberes a minha comparação, aqui entra a necessidade de ter alguma perspectiva deste género. E não tem nada a ver com autoridade; tem a ver com falarmos a mesma linguagem.


Aqui é que estamos em total desacordo. No meu caso, a estética é secundária em relação à qualidade musical.

[E estou a curtir o debate de ideias. É possível trocar opiniões contrárias de uma forma madura e inteligível. Embora, seguindo o padrão de outros users (nata da nata do fórum?), esta fosse a altura em que nos deveríamos começar a insultar e tu enviavas-me PM a combinar um embate num concerto teu. Algo do género: Eu sei que não passas de um cromozinho que não é capaz de criar nada e claramente vive destas disputas online onde estás seguro atrás do teu monitor. No entanto dou-te o prazer de receberes este desafio, aliás não existe maior vergonha do que sermos entidades completamente diferentes quando a nossa identidade está em jogo..]

Phobos [RIP 2012/08/19]

Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Phobos [RIP 2012/08/19] » segunda mar 22, 2010 10:55 am

Isto é um pouco off-topic, mas no meio disto tudo acho que ninguém vai levar a mal.

A questão da estética vs qualidade até é (ou pode ser) bastante interessante. Quanto a mim a música (e a arte em geral) é essencialmente uma experiência estética. Olho para a minha colecção (física) de música e a verdade é que não tenho lá qualquer erudito da música clássica ou do jazz. Quero dizer, embora goste quer de música clássica quer de Jazz, a verdade é que os meus "investimentos" são feitos em música que me apela mais pelo seu sentido estético do que pela qualidade musical, aliás, sendo honesto, posso até dizer que me estou bem a cagar para a qualidade, mas isso sou eu que sou um poser e não um erudito como o grosso dos users deste fórum. Por isso aceitem a minha ignorância.

E talvez por isso me custe a compreender o fundamento do que se tem vindo a discutir aqui. Mas vá siga a luta do azul vs amarelo.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Demoniac » terça mar 23, 2010 1:13 am

Phobos Escreveu:Isto é um pouco off-topic, mas no meio disto tudo acho que ninguém vai levar a mal.

A questão da estética vs qualidade até é (ou pode ser) bastante interessante. Quanto a mim a música (e a arte em geral) é essencialmente uma experiência estética. Olho para a minha colecção (física) de música e a verdade é que não tenho lá qualquer erudito da música clássica ou do jazz. Quero dizer, embora goste quer de música clássica quer de Jazz, a verdade é que os meus "investimentos" são feitos em música que me apela mais pelo seu sentido estético do que pela qualidade musical, aliás, sendo honesto, posso até dizer que me estou bem a cagar para a qualidade, mas isso sou eu que sou um poser e não um erudito como o grosso dos users deste fórum. Por isso aceitem a minha ignorância.

E talvez por isso me custe a compreender o fundamento do que se tem vindo a discutir aqui. Mas vá siga a luta do azul vs amarelo.


Lá está! Bem dito! Vou alimentar só este ponto de vista e depois fugir (Dado estar farto desta parvoeira toda).

Eu gosto bastante de Jazz (uma recente paixão que vai desde Miles Davis/John Coltrane passando pelo grande baterista Max Roach(ou o PaPa J ) até ao Michel Petrucciani) e realmente é inegável que é sempre fascinante ouvir boa música bem tocada.
É um desafio humano bastante apelativo para qualquer músico!
Outro dia (leia-se num espaço de meses ou semanas) estava a ver na TV 2 um programa de jazz onde um saxofonista que já tocou com o Max em inicio de carreira e tal disse algo que me abriu muito a pestana (por assim dizer): "Quando começamos (ele e o max) ng queria tocar connosco! Nós éramos mesmo maus! Durante alguns períodos só tocávamos nós os 2 na garagem do Max, até que chegamos ao ponto onde estamos hoje" (para quem não tem a noção antigamente era muito comum quartetos de jazz, era extremamente raro 'bandas' de duos - não que não existisse).

Isto parece uma constatação do óbvio, mas a meu ver ao mesmo tempo não o é. Muitos pensam que ao ver estes grandes animais a tocar eles nunca foram 'maus' mais que 2 semanas, mas não é a verdade. Um músico para dominar 1 ou vários instrumentos demora tempos e tempos. Entre o periodo de ser mau e bom, existem muitos momentos de criatividade.
A criatividade mesmo quando mal executada se tem essência e é honesta (não querendo soar a outra banda por exemplo) e são aquelas notas que nos atormentam a mente durante tempos - tem bastante FORÇA!
Para mim aqui reside a essência da música! Aquela paixão humana incontornável de transpor emoções para música. Muitos eruditos (e muitos pseudos tb) iriam atacar a música pela sua matemática, pelas suas batidas equidistantes e divisões 'complexas' de tempo (notas e meia, notas e meia de tercinas etc...etc...). Para muitos pode ser muito engraçado estar a ouvir musica e apanhar os pregos (como se um ser humano tivesse a capacidade de notar uma falha de tercina em semi-colcheia com notas e meia pelo meio......mas tudo bem!) e dps dizem "ves ele falhou ali". Tudo bem.
Isto acontece diariamente. O meu professor de bateria que está no mundo do Jazz profissional faz já uns anos já me disse que muitas vezes não aprecia muito um concerto pq notou ali algumas falhas e isso quebra um bocado o momento para ele.
É algo que temos de respeitar! E sinceramente ao vivo as falhas são muito mais imperdoáveis que em estúdio (pelo menos antigamente, hoje em dia com a era digital a fasquia mudou por completo).
Sem querer divagar muito - Black Sabbath tem oscilações de tempo! Led Zeppelin tem oscilações de tempo nos seus álbuns - Minimas e a meu ver audíveis após as 20 audições dos álbuns em questão. Mas estão lá! São um fruto da época e da maneira como eram gravados os álbuns - Era preciso ser-se um grande herói do instrumento para se gravar daquela forma. Não é ao calhas que só hoje em dia é que é banal existirem musicas de 40 e 60 minutos - Think about that.

Falando mais do que o Phobos falou e apanhando a parte da criatividade que eu falei um bocado a cima. Criatividade se for boa é smp aceite. Especialmente quando o ambiente presente é extremamente emocional. Estou a lembrar-me agora de uma banda um bocado ignorada dentro do espectro do BM: Deinonychus, que tem um momento numa música (agora falha-me o nome) onde eles deixam de tocar bem (e eles são competentes o suficiente) e começam mm a foder os tempos proporcionalmente ao despoletar de emoções que acontecem dentro deles durante aquele riff.
Resumindo musica emocional mal tocada (claro que tudo tem os seus limites - depende do ouvinte - é tudo relativo) pode ter o seu devido impacto e até é bem-vindo! Agora podem dizer que existe muita música clássica e orquestrada que é emocional e é violentamente bem tocada (lembro-me do génio Arvo Pärt - oiçam a Spietato do álbum de 2005 Lamentate). A meu ver é outro tipo de ambiente e outro tipo de emoção.
Eu adoro Mütiilation, Vlad Tepes e toda essa cangalhada toda que tem musicas com produções que fazem comichão a muita gente, está mal tocado, oscilam violentamente nos tempos....na guitarra eléctrica os dedos da mão direita (suponho eu) interferem com as palhetadas........pá mas eu gosto! Aquilo é BOM! Aquilo é MUITA BOM!

Já tentei reproduzir algumas dessas malhas em ambiente de ensaio e já ouvi falar de bandas que tentaram reproduzir malhas desses senhores para tocar ao vivo e não gostavam do resultado final! É fácil entender o pq! Pq não conseguem tocar como eles .....mal como eles e embora mal tocado existem momentos de puro génio!(atenção isto é relativo - para os eruditos).
Até parece que perde o feeling se for mal tocado.

Daí eu ter dado uma opinião num dos meus posts a dizer que nós não somos uma àrea básica de calcular (com a do quadrado por exemplo), somos uma integral com variantes quimico-emocionais. Quando estas variações/oscilações nas linhas que contornam a área da nossa alma sobressaem de uma forma quase ridícula ou bizarra não se deve estranhar, mas sim aceitar a sua humanidade (ou falta dela).

Para mim música é arte e arte é emoção. A emoção não é calculável - é sentida. Pode sim ser sentida de uma forma calculável.....e feito de forma calculável pode ser sentida, mas não significa que a emoção em si seja calculável.

Não gostam da banda, não gostem! Ele está se nas tintas e quem gosta da banda tb está(pelo menos eu estou - não falo por mais ng).

Voltando a citar o meu bom professor: "Não é errado, são técnicas diferentes - gostas como soa ? então usa!"

Ou até interpretando(à minha maneira) o que o Phobos disse: "Que se foda a qualidade se a música mexer comigo e proporcionar-me os momentos que eu procuro!"

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor LeadAether [RIP 2010/09/12] » terça mar 23, 2010 1:43 am

Demoniac Escreveu:
LeadAether Escreveu: também me permite dizer algo que pode não fazer sentido: que uma banda como Worship, por exemplo, é sobrevalorizada.


Não digas coisas dessas! Worship é muito bom!


In my book, é só bom. O culto que existe deve-se muito ao suicídio do Max e tal... De qualquer forma, passei a gostar muito mais do álbum depois de ler a história que conta.

LeadAether [RIP 2010/09/12]

Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor LeadAether [RIP 2010/09/12] » terça mar 23, 2010 1:57 am

Deception Circus Escreveu:Elitismo quando assumes que, para ti, um fã de - por exemplo - Swallow the Sun - não tem capacidade para discernir qualidade (ou falta dela) num álbum de Funeral Doom menos mediatizado. Elitismo pela forma como te referes a determinadas bandas e ao facto delas serem mais ou menos badaladas em determinado momento. Exemplos?
LeadAether Escreveu:(...)que já o ouvia antes de passar a ser moda dizer que se gosta de Esoteric e Mournful Congregation. Se querias referir boas bandas deste estilo, tinhas dito uns Profetus, isto para pegar em bandas recentes; e não essas merdas deslavadas, com produções de caca a copiar os Shape of Despair que por aí andam aos magotes.


Não é elitismo; é falarmos a mesma linguagem. Se tu criticas um álbum de Funeral Doom conhecendo apenas Swallow the Sun (que não tem nada a ver) ou Shape of Despair, e desconhecendo clássicos como... (não vale a pena dizer mais) ... então a tua avaliação é sempre limitada. Quando muito, aqui estarei a projectar a minha visão do que é FD e por aí, realmente, podes dizer que sou tendencioso.

Deception Circus Escreveu:
LeadAether Escreveu:Então, como qualificarias um álbum de Noise ou Industrial? Como distingues um bom álbum de Noise, dum mau álbum de Noise? Há coisas que não se ouve com imparcialidade. Parafraseando o Pessoa, não se consegue estudar a Cabala se não houver uma paixão; torna-se insuportável ler aqueles tratados.


É simples: ouço e avalio racionalmente, apenas de acordo com uma variável: "Isto é boa ou má música?". Eu posso nem sequer ouvir metal e conseguir aperceber-me de qualidade num álbum de noise. Nada se ouve com imparcialidade, mas tudo é passível de ser avaliado com ou sem background dentro da àrea.


Se nada se ouve com imparcialidade, como é que podes avaliar a qualidade, de modo racional, num estilo de que não gostas? Quanto a avaliar com ou sem "background", apenas tem a ver com fazer uma avaliação com ou sem perspectiva. Com certeza eu não avalio agora Candlemass com a mesma perspectiva com que o fazia há uns anos, em que nem sequer sabia que àquilo se chamava Doom (então na altura inventei algo como Metal Mórbido e quando me perguntavam «que estilo é?» eu dizia «é mórbido»).

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Deception Circus » terça mar 23, 2010 11:25 am

Rematando a conversa para não tornar isto num ciclo vicioso em que nos repetimos e, acima de tudo, evitar longos e estéreis testamentos:

Demoniac Escreveu:Ou até interpretando(à minha maneira) o que o Phobos disse: "Que se foda a qualidade se a música mexer comigo e proporcionar-me os momentos que eu procuro!"


Concordo em absoluto. A questão é que a música que me proporciona os momentos que eu procuro costuma ser bem tocada. É essa a diferença.


LeadAether Escreveu:Se nada se ouve com imparcialidade, como é que podes avaliar a qualidade, de modo racional, num estilo de que não gostas? Quanto a avaliar com ou sem "background", apenas tem a ver com fazer uma avaliação com ou sem perspectiva. Com certeza eu não avalio agora Candlemass com a mesma perspectiva com que o fazia há uns anos, em que nem sequer sabia que àquilo se chamava Doom (então na altura inventei algo como Metal Mórbido e quando me perguntavam «que estilo é?» eu dizia «é mórbido»).


Certo. A percepção do receptor vai-se alterando ao longo do tempo. Concordarás que, quando recuperas álbuns que consideras basilares mas que não ouvias há alguns anos, vais sentir sensações diferentes, uma vez que o background que foste "coleccionando" assim o proporciona.

O ponto que eu tentei passar foi o de que qualquer estilo é passível de avaliação, independentemente daquilo que, usalmente, se ouve. Eu posso não apreciar Funeral Doom mas sei reconhecer valor ou apontar defeitos num álbum do género.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Demoniac » terça mar 23, 2010 12:50 pm

Deception Circus Escreveu:Rematando a conversa para não tornar isto num ciclo vicioso em que nos repetimos e, acima de tudo, evitar longos e estéreis testamentos:

Demoniac Escreveu:Ou até interpretando(à minha maneira) o que o Phobos disse: "Que se foda a qualidade se a música mexer comigo e proporcionar-me os momentos que eu procuro!"


Concordo em absoluto. A questão é que a música que me proporciona os momentos que eu procuro costuma ser bem tocada. É essa a diferença.



Ai o problema é teu! Não de Bosque. Eu procuro das duas coisas e são esses dois mundos que encontras na minha prateleira.

Aliás se fores músico e andares enamorado com o metrônomo todos os dias(strange life I have), irás reparar que o que tu pensavas ontem que era bem tocado hoje já não é e assim sucessivamente. Como é que vocês se regem se daqui a 50 anos alguém disser que a banda X (que era ultra precisa) tem falhas que na altura ng detectou......passa a ser mau ?

Musica é para sentir não para pensar....e andar ali à procura de falhas. Ouvir música não é como ler o 24horas ou a revista Maria.... pelo menos para mim.

E não vou falar mais disto....enjoei por completo.

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Re: Bosque - "Passage" (2009)

Mensagempor Deception Circus » terça mar 23, 2010 1:29 pm

- "Então, curtes chocolate?"
- "Não, mas sou do Belenenses!!!1"

Penso nisto sempre que leio replys que nada têm que ver com o que foi escrito anteriormente.


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