
TEMAS...
1. Plague Evockation (Pestilentiam Intus Vocamus, Voluntatem Absolvimus Part I)
2. Lex Ego Exitium (Pestilentiam Intus Vocamus, Voluntatem Absolvimus Part II)
3. Tetravirulence (Pestilentiam Intus Vocamus, Voluntatem Absolvimus Part III)
4. Trials
5. Rift/Apex
6. Parasignosis
7. Banishment (Undecaphosphoric)
8. Kathenotheism
9. Untitled
10. Untitled
11. Ambient Outro
Shawn Hache - Vocais, Guitarra
Nick Yanchuk - Vocais, Guitarra, Baixo
Karl Godard - Bateria, Teclas
É tarefa quase surreal falar ou pensar sequer o que seja, sobre este "Parasignosis"
Se já me haviam impressionado em larga escala com o longa duração, "Archaeaeon" de 2008, onde se podia testemunhar que a banda já tinha o "pé na porta", prontos para tudo rebentar, agora se revelam.
Creio que se torna exasperante tentar definir um estilo único para esta banda. A mistura sagaz e atormentada de Death/Black, tornam a audição deste "Parasignosis" obrigatória. Impossível de ultrapassar ou ignorar.
"Parasignosis" define-se desde a primeira faixa, como uma incansável e mortificante viagem, pleno de atmosferas discordantes e longe do corriqueiro lirismo gore sangrento. Vagueia mais num misticismo negro e turbulento.
Claro que existem referências subtis a outras bandas, Morbid Angel, entre elas, mas o que aqui se ouve ultrapassa as fronteiras da mera suposição.
Uma densa parede sonora foi forjada. O som revela-se de tal forma colossal que falar meramente de sufoco ou claustrofobia, não lhe faz justiça. As vozes, que ultrapassam a própria razão, unem-se a esta torrente sonora, suspiradas, graves e profanas.
Estão definidas as mais primitivas e aterradoras bases que tornarão este um dos grandes trabalhos de uma nova geração de extremismo sonoro.
É fundamental ouvir este monstro e deixar entrar todas as sensações, por mais negras que sejam.
Os temas são autênticos manuais de loucura cirúrgica. Escutemos o que nos dizem e na complexidade que destilam. Na brutal mistura de peso arrastado, descomunal... Qualquer acérrimo adepto de Funeral Doom o poderá venerar. As descargas viciosas, virulentas de Death Metal abissal forjado numa fúria monumental, o efeito ritualista, esbatido de cinzento do Black Metal ortodoxo; está tudo aqui, neste mutante de escuridão.
As referências sonoras não terminam por aqui. Até se pressentem pinceladas Drone e piscadelas ao absoluto terror sonoro de Mories e seu projecto psicopata "gnaw their tonges".
Para que se tenha noção basta apenas escutar o tema "Tetravirulence (Pestilentiam Intus Vocamus, Voluntatem Absolvimus Part III)", onde a complexidade sonora de que acima falei nos surge em todo seu esplendor! Contraí-se e expande-se. Maciço, denso, implacável! Aglomera tantas e tantas camadas que se torna, tal como tudo o resto, distorcido, torturante...
Portanto, falo de triunfo absoluto. Uma inexplicável obra-prima de lógica terrível e assustadora. Tudo envolto num obscuro universo de violência sonora sem limites.