Documentários sobre Metal e a sua relevância no contexto português.

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Documentários sobre Metal e a sua relevância no contexto português.

Mensagempor Dico » domingo jan 11, 2009 12:37 pm

Sai em Julho, em DVD, o documentário Brasil Heavy Metal, actualmente em preparação. Ao todo, serão cerca de 50 personalidades entrevistadas, entre músicos, radialistas, jornalistas/críticos e donos de lojas.

http://brasilheavymetal.com/

http://www.myspace.com/brheavymetal

http://brheavymetal.blogspot.com/

http://www.youtube.com/BrHeavyMetal

Acho que já era mais do que altura de se fazewr algo do género em Portugal.

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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Void » terça jan 20, 2009 3:28 pm

Basta ir ao youtube e escrever portugal metal.
:P
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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Dico » quarta jan 21, 2009 8:37 pm

Void Escreveu:Basta ir ao youtube e escrever portugal metal.
:P


Void, não é um documentário, é apenas uma reportagem de 15 minutos. Aliás, eu participei nela.

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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Aiwass » quarta jan 21, 2009 11:04 pm

Dico Escreveu:15 minutos.


Chega perfeitamente.
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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Void » quinta jan 22, 2009 8:23 am

Então moço devias mudar o titulo do topic, para reportagem e não documentário. :wink:
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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Dico » quinta jan 22, 2009 8:22 pm

Void Escreveu:Então moço devias mudar o titulo do topic, para reportagem e não documentário. :wink:


Reportagem é a peça que indicaste no Youtube, documentário é o que está a ser feito no Brasil, e é ao documentário que me refiro. O que está a ser feito no Brasil é um filme completo, que julgo não terá menos de uma hora e meia.

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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Dico » quinta jan 22, 2009 8:27 pm

Aiwass Escreveu:
Dico Escreveu:15 minutos.


Chega perfeitamente.


Achas que sim? Deixa-me então dizer-te que tens uma visão extremamente redutora e pouco favorável do Metal nacional. A reportagem está muito bem conseguida, mas devido às naturais limitações de tempo resume de uma forma muito breve apenas alguns aspectos da cena. Muito mais haveria a dizer, e por muito mais gente. E a longa história que o Metal tuga já leva dá para muito mais do que 15 minutos.

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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Aiwass » quinta jan 22, 2009 9:23 pm

Admito que por vezes a minha visão possa parecer algo redutora. No entanto, e sem querer com isto criticar-te ou parecer desrespeituoso, acho que tens uma visão algo hiperbolizada do Metal em Portugal. Não só tem uma história curta como pouco significativa.
E sempre achei que vale mais investir tempo e esforço em fazer história do que em revisitá-la.
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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Dico » sexta jan 23, 2009 11:44 am

De forma alguma considero a tua resposta como crítica ou desrespeito, agradeço-te é a contribuição para o debate. Não sei se terei uma visão hiperbolizada a cena nacional, o que acontece é que como estou imerso nela desde meados dos anos 80 terei eventualmente uma visão mais aprofundada da coisa.

Acho que realmente há muita história. Não há muitas bandas relevantes em termos globais (Moonspell e algumas promessas que infelizmente continuam eternamente a sê-lo) mas o nosso Metal é bastante rico, tendo em conta as limitações que as bandas nacionais sempre tiveram, remontando as suas raízes ao início dos anos 70, com bandas como Ferro & Fogo, Hossana e tantas outras. A minha convicção é que há muito por descobrir (ou relembrar) no fundo do baú.

Aiwass Escreveu:E sempre achei que vale mais investir tempo e esforço em fazer história do que em revisitá-la.


O esforço na recuperação da memória não é incompatível com a feitura de história, muito pelo contrário. Ambos se complementam e até é saudável que coexistam, porque é tão importante conhecer o passado como investir no presente e no futuro. Um não tem que anular o outro.

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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Aiwass » sexta jan 23, 2009 8:56 pm

Como disse anteriormente, o meu comentário não pretendeu desrespeitar qualquer opinião mas, isso sim - e como bem disseste - entrar em debate (coisa já rara por este fórum). Esclarecido que espero estar este ponto, siga a discussão.

Também estou envolvido na cena nacional há diversos anos, embora não tantos quanto tu. Creio que, modéstia à parte, também tenho uma visão bastante aprofundada da situação e estou certo que, em certos pontos, temos opiniões convergentes.

O que discordo em absoluto contigo é da riqueza da história do Metal nacional, independentemente das suas limitações. Não posso concordar que seja uma história rica, tanto em quantidade como fundamentalmente em qualidade. Naturalmente que tivemos, e temos, coisas boas mas será que, em termos meramente artísticos, temos uma história rica? Longe disso, na minha opinião.

Não posso aceitar que se considerem coisas boas tendo apenas em conta a sua época. A arte, quando tem qualidade - e não querendo entrar em discussões condenadas à subjectividade - é intemporal. Hellhammer ouve-se agora como em 84. Possessed tem o mesmo encanto para um puto de 15 anos que os descobre em 2009 como teve para quem ouviu em 85. Ok, estou a falar de grandes referências mas sempre achei que nos devemos nivelar por cima.

Se calhar existem discos nacionais que foram bastante falados na altura em que saíram (era um acontecimento, sair um disco) e hoje perguntamo-nos como foi possível termos gostado daquilo. O valor que hoje detêm é meramente nostálgico, não artístico. Acho sinceramente que a nossa história é pobre (não miserável, mas pobre).

Ainda hoje me faz urticária aquele chavão dos anos 90 do "fazemos coisas tão boas quanto lá fora". Ok, merda faz-se em todo o lado pois a merda não tem pátria. Podemos fazer merdas tão boas ou melhores que as lá de fora mas gostava de ver mais bandas a fazer coisas boas, tão boas ou melhores que as boas lá de fora.

E a discussão vai acabar sempre nos Ferro & Fogo, nos Alkateya, nos Tarântula e no diabo a sete... serão essas as nossas referências? Perdoem-me a sinceridade mas boa merda de história que temos então. Tinham limitações na altura? Pois, os Black Sabbath, os Sepultura, os Vader e muitas outras bandas também as tinham e não deixaram que isso os impedisse.

Quanto ao esforço com a recuperação do passado, não é efectivamente incompatível com a construção do futuro e concordo com o que dizes. Mas num país tão pequeno, numa cena tão pequena, com tão pouca gente com iniciativa de levantar o cu da cadeira e fazer alguma coisa, acho que seria um desperdício empregar esse espírito empreendedor, tempo e recursos no passado.

É como um miúdo estar na escola a aprender a contar. Em vez de aprender a contar até 100, aprende até aos 20 e fica o resto das aulas satisfeito por já saber contar até 20 e gaba-se aos colegas de como aprendeu a contar até 20.

Acho que um documentário é uma ideia interessante, o conteúdo é que ainda seria pouco. 15 ou 30 minutos talvez chegassem.

Perdoem-me a intervenção nada politicamente correcta, mas acredito piamente no que acabei de escrever e acho que isto espelha um dos maiores males (quiçá o pior) da cena nacional.
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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Dico » domingo jan 25, 2009 12:59 pm

Aiwass Escreveu:Esclarecido que espero estar este ponto, siga a discussão


Também espero que este ponto esteja esclarecido, porque na resposta anterior disse que não tinha levado a mal (nem havia razão para isso), portanto não percebi bem porque é que bateste no ceguinho outra vez.

Aiwass Escreveu: O que discordo em absoluto contigo é da riqueza da história do Metal nacional, independentemente das suas limitações. Não posso concordar que seja uma história rica, tanto em quantidade como fundamentalmente em qualidade. Naturalmente que tivemos, e temos, coisas boas mas será que, em termos meramente artísticos, temos uma história rica? Longe disso, na minha opinião.


Até ao início dos anos 90 havia sem dúvida uma enorme défice de qualidade nas bandas nacionais. Aliás, já o disse publicamente diversas vezes. A nível geral, tecnicamente as bandas eram muito, muito fracas, assim como em termos de composição, escrita de letras, etc.

Os "produtores" não eram melhores. Como costumo dizer, o som geal das demos (e dos raríssimos álbuns dessa altura) era tão mau e as gravações tinham tantos defeitos que se percebia logo que era português. Apenas os Ramp, Mortífera, Tarantula, Alkateya, Ibéria, Sacred Sin, Procyon, W. Noise e mais meia-dúzia de bandas se distinguiam pela técnica apurada e profissionalismo. Neste ponto da qualidade estamos de acordo.

Já não concordo contigo no aspecto da quantidade. Na segunda metade dos anos 80 havia uma banda de Metal praticamente em cada esquina. A "cena" fervilhava de bandas, aind que 99% delas não tivesse chegado a lado nenhum. Gravavam-se imensas demos e havia muitos concertos de bandas nacionais (não tantos como agora mas havia uma razoável oferta).

Aliás, até havia mais espaços onde as bandas tocavam. Faziam-se inúmeros concertos em colectividades, juntas de freguesia (agora faz-se na JF de Panóais e pouco mais) e outras salas locais. Até em cinemas se faziam concertos (cheguei a ver um no Cinema Alvalade). Inclusive, cheguei a ver na Aula Magna Censurados e outras bandas de Hardcore cujo nome agora não recordo. Estás a ver agora Tara Perdida tocar na Aula Magna?

Aiwass Escreveu:Não posso aceitar que se considerem coisas boas tendo apenas em conta a sua época. A arte, quando tem qualidade - e não querendo entrar em discussões condenadas à subjectividade - é intemporal. Hellhammer ouve-se agora como em 84. Possessed tem o mesmo encanto para um puto de 15 anos que os descobre em 2009 como teve para quem ouviu em 85. Ok, estou a falar de grandes referências mas sempre achei que nos devemos nivelar por cima.


Mas essa conclusão tiraste tu, não fui eu que disse que as coisas são boas só porque pertencem à época "X". Seria estúpido da minha parte dizê-lo. O exemplo que dás, de Hellhammer, foi muito bem escolhido. Como há putos de 15 anos a curtirem-nos agora também os há a curtirem Thormentor, Ibéria, Dinosaur, V12, Alkateya, W.C. Noise. Basta falar com o pessoal e andar pelos fóruns para constatar isto muito facilmente. Não estou a inventar nada. Ou seja, estas bandas podem não ter tido a influência global que Hellhammer tiveram mas marcaram muita gente em Portugal e têm canções que resistiram ao teste do tempo. Qualquer um te confirmará isto. E embora a maior parte das nossas bandas não tivesse músicos de grande qualidade acabaram por influenciar e construir o underground português, garantindo um lugar na sua história.

Aiwass Escreveu:Se calhar existem discos nacionais que foram bastante falados na altura em que saíram (era um acontecimento, sair um disco) e hoje perguntamo-nos como foi possível termos gostado daquilo. O valor que hoje detêm é meramente nostálgico, não artístico. Acho sinceramente que a nossa história é pobre (não miserável, mas pobre).


OK, o primeiro álbum dos Tarântula (então com o acento circunflexo) é apenas um exemplo, mas se formos a ouvir álbuns antigos de algumas bandas estrangeiras também nos rimos um bocado, sabes que é verdade.

Aiwass Escreveu:Ainda hoje me faz urticária aquele chavão dos anos 90 do "fazemos coisas tão boas quanto lá fora". Ok, merda faz-se em todo o lado pois a merda não tem pátria. Podemos fazer merdas tão boas ou melhores que as lá de fora mas gostava de ver mais bandas a fazer coisas boas, tão boas ou melhores que as boas lá de fora.


Aqui estamos novamente de acordo. Posso começar por dizer que não duvido que há bandas nacionais que fazem tanto ou melhor do que as estrangeiras (e não me refiro aos Moonspell, porque só nos anos mais recentes considero que tenham alcançado nível para competir com as bandas estrangeiras). Tens cá bandas como Hyburis, W.A.K.O., Assacínicos (OK, eu sei que não gostas da banda), The Firstborn, Theriomorphic e dezenas de outras bandas que facilmente ombreiam com as estrangeiras mas que não têm meios suficientes para encetar uma carreira internacionalmente visível. Além disso, o que falta m Portugal como disse o Fernando Ribeiro na reportagem sobre Metal Português na Terrorizer é que falta aos nosos grupos uma mentalidade de "kleaders, not followers". É verdade. Falta invar, fazer sacrifícios, trabalhar arduamente, querer fazer a diferença. Mas, acima de tudo, faltam condições e visibilidade global.

Aiwass Escreveu: É como um miúdo estar na escola a aprender a contar. Em vez de aprender a contar até 100, aprende até aos 20 e fica o resto das aulas satisfeito por já saber contar até 20 e gaba-se aos colegas de como aprendeu a contar até 20.

Acho que um documentário é uma ideia interessante, o conteúdo é que ainda seria pouco. 15 ou 30 minutos talvez chegassem.

Perdoem-me a intervenção nada politicamente correcta, mas acredito piamente no que acabei de escrever e acho que isto espelha um dos maiores males (quiçá o pior) da cena nacional.


Discordo. Acho que a situação é ao contrário, precisamente. Com a tua opinião (que respeito, diga-se) esás é a exprimir um velhíssimo esterótipo de que tudo o que é nacional é uma merda, o que vem de fora é que é bom. É o velho cântico do desgraçadinho tuga que se acha inferior a tudo e a todos. Acho que esta visão miserabilista das coisas não nos leva a lado nenhum.

E se a nossa história pobre do Metal não vale o esforço de fazer uma reportagem com mais de 15 ou 30 minutos, então porquê a realização do documentário Heavy Metal In Bagdad (http://www.heavymetalinbaghdad.com/), sobre a única banda iraquiana, os Assicauda? Na época em que o documentário foi feito não havia mais nenhuma banda no Iraque (não sei se agora haverá mais alguma), ou seja, o país não tem história no Metal. Só tem uma banda, que ainda por cima só é conhecidsa localmente. E fez-se um documentário sobre ela. Portanto, não vejo o espanto de haver matéria suficiente para retratar os 30 anos de história do Metal português num documentário de 90 minutos.

OK, o facto de o Iraque ser um país sempre em guerra, pobre, etc. terá sido razão com forte peso par fazer o filme, mas não foi só, certamente. E no documentário Global Metal (http://www.globalmetalfilm.com/) falou-se da cena israelita (minúscula e praticamente nada influente), chinesa e indonésia, por exemplo, que se limitam a ter alguma expressão local e nada mais. Portanto, não é preciso um país ter uma cena gigantesca, altamente influente no mundo, para dar um passo destes. Somos pequenos? Só os Moonspell têm influência palpável? OK, mas há muitas bandas, muita história para retratar. E isso é que é pensar mais à frente, valorizar aquilo que temos. Realmente a imagem de que os outros são bons e nós somos os desgraçadinhos não cola comigo. Há que ser ambicioso tanto no presente/futuro como na recuperação das memórias do passado.

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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Dico » domingo jan 25, 2009 1:10 pm

Aliás, Acrassicauda.

Já agora, outro aspecto: se hoje os concertos não se limitassem a fazer-se em bares e espaços do género a cena estaria melhor. Se além desses espaços se apoveitassem as juntas de freguesia e colectividades, como nos anos 80 e até meados dos 90 se fazia, a oferta de concertos seria muito maior.

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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Aiwass » domingo jan 25, 2009 4:57 pm

Dico Escreveu:De forma alguma considero a tua resposta como crítica ou desrespeito


Desculpa, mas aqui em vez de ler "de forma alguma", li "de alguma forma". Não queria bater no ceguinho mas pelos vistos tenho de trocar de lentes. É giro como a troca de ordem das palavras muda completamente o seu sentido, mas tudo não passou de um mal entendido.

Muito haveria por discutir sobre este assunto e parece-me que, em muitos aspectos, estamos de acordo. É verdade que no início dos anos 90 havia mais imaginação e iniciativa mas as realidades também mudam. Lembro-me de ver concertos no liceu onde estudava em que o palco era feito com as mesas das salas de aula, ou nem sequer havia palco. Não havia PA, era o som dos amps e da bateria directo.

Mas será que uma banda hoje em dia se deve sujeitar a isso? Há muito mais condições e sítios para tocar, seja em bares, armazéns ou juntas de freguesia. Acho que a falta que hoje dia temos é de salas de médias dimensões (estilo Hard Club e Garage, ou o Man's Ruin que faz imensa falta a Lx) pois os concertos underground de bandas em inicio de carreira vão-se fazendo um pouco por todo o lado e todos os fins-de-semana, basta espreitar a secção de concertos deste fórum. Não me parece que haja pouca oferta de concertos, ainda por cima tendo em conta a afluência que se verifica nos mesmos.

Parece-me que no que discordamos é essencialmente no factor de qualidade. Não creio padecer desse mal do "português = merda" que muito afectou a cena nacional mas partiu-se desse estereótipo para o seu extremo oposto, sendo o resultado bastante mais perverso:

- Se ficarmos com o pé atrás com as bandas portuguesas devido à sua nacionalidade, estas terão de trabalhar muito mais para mostrar o seu real valor.
- Se as valorizamos apenas pela sua nacionalidade, se calhar as próprias bandas ficam iludidas relativamente ao seu valor.

Temos muitas bandas boas, mas também temos muitas bandas com vários anos de carreira que são más ou medianas e, devido a este nosso nacional-porreirismo, não sei se nos falta coragem, honestidade ou apenas lata para dizermos o que realmente valem essas bandas.

Continuo a ir montes de concertos por todo o país. Uns bons, outros menos e outros mesmo péssimos e por vezes fico chocado com a secção de Rescaldo deste fórum sobre o que se escreve dalguns concertos em que estive presente. Não por achar que a minha opinião é mais válida que a de outrem, nada disso. É que todo e qualquer juízo que possa ser feito relativamente ao concerto que se viu é ensombrado pela premissa de ser uma banda portuguesa, ou de ser a banda daquele gajo fixe.

Toda a questão das condições, infra-estruturas e visibilidade global é verdadeira mas a solução para tudo isso tem que estar nas mentalidades. Temos que nos virar para o futuro e em fazer coisas novas mas esta própria afirmação causaria um choque em muita gente. Com fazer coisas novas não implica que seja fazer “sons novos”, até pode ser uma banda de NWOBHM mas se quer vingar em Portugal, já sabe que não pode ficar presa neste pequeno circuito nacional (tanto em tamanho como em mentalidades). Um exemplo: Ironsword. Fazem um som tradicional e não são gajos novos na cena. Aprenderam foi com a experiência.

Sobre a pertinência do documentário do Iraque, embora ainda não o tenha visto acho que tu próprio respondeste à pergunta. Sobre o Global Metal, que vi, acho que esses apontamentos (que não são mais que isso) pretenderam demonstrar que até nos países à partida mais improváveis existe uma cena Metal. E se na China e na Indonésia existe, não haveria de existir num país da Europa Ocidental? Não me parece é que seja de grande interesse, mas são opiniões.

Pena é que a discussão esteja limitada a dois utilizadores, não queres mudar o título do topic para algo mais apelativo aos curiosos?

Também achei curioso mencionares os Tara Perdida, que vão ter uma data própria no Coliseu dos Recreios já em Fevereiro.
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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Wisdoom » domingo jan 25, 2009 5:07 pm

O topico nao era sobre o Metal Brasuca? 8)

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Re: Documentário Brasil Metal em preparação

Mensagempor Aiwass » domingo jan 25, 2009 5:14 pm

E depois falou-se na possibilidade de um documentário sobre a realidade portuguesa, caso não te tenhas apercebido.
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