
MACHADOS AO ALTO!
Para a edição de Julho, chamámos à capa os mais famosos guerreiros Viking da actualidade – os suecos AMON AMARTH têm já toda uma carreira construída a pulso, partindo como uma banda de death metal de minúscula dimensão chamada Scum para atingirem o gigante descomunal que são hoje. Gigantes em todos os sentidos – de popularidade, de influência no seu subgénero específico e também de forma puramente musical, como o novo «Deceiver Of The Gods» amplamente prova. Falámos com as duas “caras” mais visíveis da banda, o vocalista Johan Hegg, grande figura de proa e frontman de excepção, e o guitarrista Olavi Mikkonen, responsável pela maior parte daqueles riffs gélidos e de peso insuportável, e o resultado foram seis páginas a alternar entre o balanço de carreira e o entusiasmo pelo futuro, que ainda se prevê muito longo para os nórdicos.
Nórdicos também, se bem que da Finlândia, são os CHILDREN OF BODOM, banda que também tem granjeado novos e numerosos fãs a cada trabalho, e que obviamente merece a nossa atenção especial pelo disco novo que acabaram de lançar, «Halo Of Blood», uma espécie de regresso à melhor forma que evidenciaram no início da sua carreira.
Sendo estas as principais atracções da LOUD! 148, não se esgota aí, nem de perto, o manancial de metal e derivados que temos para oferecer este mês, na habitual mistura entre nomes estabelecidos e estrelas em ascensão que gostamos de promover – do lado dos estabelecidos, sem dúvida, os MY DYING BRIDE, que lançam novo EP de qualidade superlativa, que justifica inteiramente a bela conversa que mantivémos com o vocalista Aaron Stainthorpe. Noutro “universo” completamente diferente, mas igualmente essenciais e influentes, os já míticos INTEGRITY, uma das bandas de hardcore mais únicas e distintivas de sempre, falam-nos do seu novo disco, obviamente pela intimidante figura do seu líder Dwid Hellion. Em elevada ascensão estão, de formas completamente diferentes, os HUNTRESS e os SHINING – de um lado, um heavy metal com laivos de thrash que combina o tradicionalismo com uma costela vincadamente “mística” e uma frontwoman de respeito, Jill Janus, que nos dedicou parte do seu tempo para uma bela entrevista, do outro, uma entidade em constante mutação, que com o anterior disco «Blackjazz» se tornou subitamente num dos nomes mais focados dentro do metal progressivo mais extremo, e que volta a reinventar-se com o novíssimo «One One One».
Numa edição em que também os TESSERACT, os regressados EXTOL e os THE OLD WIND (com o antigo vocalista dos Breach, Tomas Hallbom!) passam pelas nossas páginas, o destaque em termos nacionais vai inteiramente para os históricos TARANTULA, que num QUADRO DE HONRA muito especial recordam o marcante «Kingdom Of Lusitania», numa conversa que contou com ambos os irmãos Barros.
Como não poderia deixar de ser, demos o devido destaque ao disco novo dos BLACK SABBATH – a nova, necessariamente polémica e universalmente antecipada obra da banda que é indiscutivelmente a nossa “sopa primordial” é dissecada com perícia pelo Ricardo S. Amorim, e ainda tem direito a uma das ilustrações mais memoráveis da “nossa” Stebba Ósk, daquelas que até vai dar gosto guardar para colecção.
O último mês também foi fértil em actividade de palco, e entre outros eventos, temos a análise dos nossos enviados ao grandioso concerto dos IRON MAIDEN na MEO Arena, o que de melhor e de mais LOUD!ável passou pelos palcos do OPTIMUS PRIMAVERA SOUND, e a reportagem completa do SANTA MARIA SUMMER FEST de Beja, por onde passaram alguns dos melhores valores do underground nacional – entre eles, os GÖATFUKK, que finalmente puderam dar um concerto com o seu vocalista Wanderer, ele que também acedeu ao nosso convite de falar sobre a sua arte corporal, sendo assim o objecto de “estudo” do LOUD! INK deste mês. Também passaram por Beja os REVENGEANCE, que acederam ao nosso outro desafio mensal – o LOUD! DJ, no qual não se saíram nada mal, mesmo com uma ou outra curveball habitual.
Com a rainha do underground internacional Kim Kelly a dar-nos mais uma molhada de recomendações por entre as suas RUÍNAS DO APOCALIPSE, o Luís Guerra a continuar a acagaçar-nos a todos com mais uma temível selecção de horror na GAZETA DO CAGAÇO, o Nelson Santos a desenterrar o quase esquecido «Design 19» dos SUNDOWN no TESOURINHO PERTINENTE, e o nosso director José Miguel Rodrigues a desencantar mais três bandas magníficas perdidas nos confins do Bandcamp no regressado EM FOCO, a LOUD! de Julho apresenta-se como particularmente imperdível.
Nas bancas a partir do próximo dia 2, terça-feira. Dois dias depois, na quinta-feira, dia 4, estaremos como habitualmente presentes na FNAC do Vasco da Gama em Lisboa, pelas 18.30, para a apresentação desta edição. É sempre um evento dinâmico, com belas conversas entre o pessoal da LOUD! e os nossos leitores que marcam presença, sobre música e não só. Como bónus, normalmente ainda tocamos uma malha ou outra em altos berros, o que é sempre interessante para ver as caras dos pobres outsiders que passam pela loja na altura. Vale a pena, por isso apareçam e aproveitem para comprar a revista na altura, caso não o tenham feito ainda.