Dia 1Começo do dia com os portugueses
Oak, chamados para substituir uma das bandas que, à última da hora, cancelaram a sua presença. Funeral doom/death com uma boa e densa atmosfera, deixaram boa impressão. Irei procurar acompanhar a evolução da banda. Seguiram-se, num registo totalmente diferente, os germânicos
Placenta Powerfist que, pelo nome, deu logo para ver ao que iam. Brutal death de inspiração lírica gore, levantaram a primeira poeirada no palco 3. Uma boa festarola para preparar os presentes para as bandas dos palcos principais.
Passagem para o palco 2 (Loud! Dungeon), onde já tocavam os suecos
Firebreather (que já tinham tocado no dia 0, e que foram chamados a colmatar a falha, mesmo de última hora, dos Sourvein). Embora não tenha visto os concertos do dia 0, fico contente que a escolha tenha recaído nesta banda - talvez tocarem stoner/doom tenha ajudado à escolha, não estando muito distantes musicalmente de Sourvein) pois gostei bastante do seu concerto, intenso e enérgico. Daqueles concertos que a pessoa (no caso de não conhecer a banda), tem logo vontade de ir ouvir a discografia (felizmente foi algo que me aconteceu com frequência no fest, o que é uma das grandes mais-valias do SWR). Seguiram-se os sul africanos
Vulvodynia que, não tendo deslustrado, não me convenceram propriamente a ser banda para tocar no palco principal. Aliás, dentro desta sonoridade, até gostei mais da atuação dos Placenta Powerfist. Cumpriram q.b.
Départe voltaram a subir o patamar, com um concerto bem impressivo. Grande parede sonora! Set curto mas bem intenso.
Primeira banda com nome feito a atuar nesta edição, os
Mortuary Drape. Apesar de serem uma banda antiga e respeitada, nunca os segui e, portanto, não tinha qualquer expetativa para o concerto. Pois bem, convenceram-me e de que maneira! Claramente um dos melhores do primeira dia de festival. Foi um espetáculo no verdadeiro sentido da palavra, tanto em termos visuais como musicais. Black/death (whatever) metal de qualidade (vindo de uma altura em que ainda não havia grandes fronteiras entre os géneros mais extremos do metal).
Hexis, que andam em tour com Départe, deram um valente concerto também (pecando apenas por alguma falta de variedade). Com um jogo de luzes minimalista (que resultou muito bem) e um vocalista insano, deixaram bem vincada a sua presença no SWR.
Master's Hammer - um dos grandes nomes do cartaz - mostraram que continuam vivos e de muito boa saúde. Talvez ligeiramente abaixo de Mortuary Drape, mas ainda assim deram um belíssimo concerto! Destaque para os temas clássicos que tocaram. Pena não terem trazido as meninas para comporem mais o palco.
Teethgrinder partiram a loiça toda! Demolidor! Claramente dos concertos mais intensos de todo o fest! Os cabeças de cartaz do primeiro dia -
Exhorder - apesar dos problemas iniciais com a bateria, recompuseram-se rapidamente e deram um bom concerto, levando à maior movimentação do dia no palco principal. Honestamente, não é das bandas de thrash que mais siga (nem de perto nem de longe), por isso não foi um concerto que me tenha impressionado por aí além, mas o que é certo é que o público (maioritariamente) pareceu rendido. De seguida, a banda do 1º dia que mais queria ver -
Obliteration. E que concerto que foi! Confessando já o meu facciosismo, para mim deram o melhor concerto do primeiro dia. Obscuro, cavernoso como um concerto de death metal deve ser, pecou (não por culpa da banda, obviamente), por ser curto. Muito bom mesmo! Espero que não demorem a lançar o follow up ao grande Black Death Horizon. Para fechar o dia nos palcos principais esteve o
Mortiis. Não sendo grande conhecedor da sua música, já sabia (mais ou menos) ao que ia, por isso não me surpreendeu por aí além a sua abordagem musical. Eu até sou dos que acha que a sua presença faz todo o sentido num festival como o SWR, simplesmente o slot escolhido (a fechar o dia) não me pareceu o mais adequado.
No palco 3, vi ainda os
Pestifer, que voltaram a provar ser uma das propostas nacionais mais sólidas no que ao death metal diz respeito.
Axia - no que foi o seu primeiro concerto - fecharam o dia. Death metal (com grind vocals), deram um concerto interessante e intenso o suficiente, para me manter até final da sua atuação.
Dia 2Amputate cancelaram à última hora a sua presença, por isso a primeira banda do dia acabou por ser
Carnal Decay. Mais uma banda de brutal death do cartaz que, não sendo propriamente a minha praia (não é mesmo, de todo.

), resultou muito bem, sendo até das bandas do palco 3 que mais pessoal reuniu lá à frente. Cumpriram muito bem.
Necrobode abriu o dia nos palcos principais. Ainda não os tinha visto ao vivo, portanto tinha bastante curiosidade em os ver (e ouvir, pois também não o tinha feito). Trata-se, sem dúvida, de mais um projeto com o selo de qualidade do Vulturius. Gostei bastante. Pareceu-me (mas corrijam-me se estiver enganado) ter mais influência de bandas como Blasphemy, Profanatica, do que propriamente à cena europeia (norueguesa) do black metal. Lookinf for an Answer animaram, e de que maneira, o público presente no 1º concerto do dia no palco principal. Death/crust bem intenso e enérgico! Só pude ver metade da atuação de
Flageladör, mas mesmo assim deu para curtir bastante o seu concerto! Speed/thrash à maneira, com um espírito bem old school que aprecio particularmente. Apesar de ser uma banda brasileira, apenas o vocals esteve presente, sendo os restantes membros (para este concerto) de bandas nacionais.
Interment deram uma verdadeira masterclass de swedish old school death metal. Atuação portentosa! Um dos melhores concertos do festival. Elevaram bastante a fasquia para as bandas seguintes. Nada que impressione os
Process of Guilt, que voltaram a mostrar ser uma das grandes bandas nacionais. Foi excelente, como sempre. Se Interment tinha colocado a fasquia bem elevada para os headliners do dia,
Nifelheim superou-a com distinção. Concerto do dia 2! Black/thrash com todos os condimentos na dose, provaram porque, apesar da sua escassa atividade - pelo menos no que diz respeito a novos lançamentos - continuam ser das bandas mais respeitadas no underground. Concerto que vai perdurar na memória do SWR. E, para se seguir a Nifelheim, nada melhor do que
Malignant Tumour para o bailarico da noite no palco 2. Grande rock que estes checos debitam de cada vez que visitam o fest. E podem voltar novamente, pois já se sabe que a festa está garantida!
Suffocation, os headliners do segundo dia, tinham a tarefa dificultada pela excelência das atuações anteriores. Cumpriram perfeitamente, deram um bom concerto, garantiram um grande bailarico no palco principal, mas uns furos abaixo de Interment e Nifelheim.
Filii Nigrantium Infernalium foi a última banda do dia no palco 2 e, como sempre, foi bem entretido (no melhor dos sentidos!) e blasfemo.

Foi só de mim, ou nalguns momentos as músicas pareceram ser tocadas a um ritmo mais elevado do que as versões de estúdio? Por exemplo, na Matéria Negra custei a reconhecer a música (nao fosse o Belathauzer talvez ainda tivesse tido mais dificuldades.XD). Ainda assim, Filii não falha e estiveram no geral bastante bem. A finalizar os concertos no palco principal,
Evil Invaders deram um excelente concerto. Grande atitude, uma energia inesgotável e grandes malhas de speed metal. Se já tinha gostado quando os vi no RCA, desta vez gostei ainda mais. Pareceram-me mais maduros musicalmente mas sem perder a irreverência em palco.
No palco 3,
Lóstregos deram um um bom concerto, não exatamente aquilo que esperava - pensava que se tratava de uma banda de black metal, e afinal não é bem assim, tendo influências pagan/folk. Boa forma de terminar o dia de concertos para mim. Quem ficou para ver Totengott que se pronuncie.
Dia 3Começo do dia com duas bandas brasileiras no palco exterior (três, se contarmos com os palcos principais), a primeira das quais -
Helllight - a tocar um género que eu não associo muito ao Brasil - funeral doom. E fizeram-no bem, deram um bom concerto. Mas lá está, não era banda de brutal death, logo foi a primeira banda do palco 3, nos três dias, que teve menos público. De seguida, num registo completamente diferente - heavy/thash - deram, para mim, o melhor concerto dos três dias das primeiras duas bandas do palco exterior. Grande energia e ritmo contagiante que criou um grande bailarico lá à frente.
Já nos palcos principais, tocou mais uma banda brasileira - os
Andralls. Apesar da competência demonstrada, ficaram uns furos abaixo dos Jackdevil.
Altarage eram uma das bandas que mais queria ver, e não defraudaram em nada. Grande parede de som, atmosfera densa e pesada e aquele sentimento, no final do concerto, de me terem sugado qualquer energia positiva, portanto, é sinal que estiveram muito bem! De
Black Panda, só vi o último tema, portanto quem tenha visto mais tempo que se pronuncie. Segunda vez que vi
Dyscarnate no SWR, portanto já conhecia a prestação dos britânicos. Death metal moderno, (que não é nada a minha cena), que não tendo assim muita variação, pede sempre um grande bailarico, que foi o que aconteceu, portanto missão cumprida.
Irae era outro dos highlights do dia três e corresponderam plenamente! Excelente concerto, mais uma vez a focar-se no último álbum, o que se compreende, pois há muitos temas por onde escolher! Da Brandoa com Ódio, Master Goat e A um Passo do Fim foram os maiores destaques. Seguiram-se os
Agathocles, banda histórica do grind. Foi o concerto mais curto dos headliners do fest - uns meros 30 minutos - mas, caramba, os homens já não vão para novos e a atuação foi de uma intensidade brutal! Gostei bastante! Já de
Suma, tenho mixed feelings... Instrumentalmente gostei, mas aquela voz não me agradou mesmo nada, e a cadência por vezes muito lenta também não ajudou. Provavelmente se fosse uma banda apenas instrumental ter-me-iam agradado mais. Quanto a
Carpathian Forest, headliners do dia 3 do festival, desde já tenho a dizer que, embora seja grande fã de black metal (ou se calhar precisamente devido a isso), não os considero, nem de perto nem de longe, no top do black metal norueguês. Por isso nunca entendi tanto alarido em torno desta banda, que pelo menos em tempos até teve uma legião de seguidores considerável. Assim, o meu interesse e expetativa era mais por vê-los ao vivo pela primeira vez, e não tanto por ouvir este ou aquele tema. O Nattefrost é assim uma figura bastante pitoresca, digamos assim... Desde movimentos hilariantes, até atirar bolachas (sim, bolachas), de tudo um pouco fez. No meio disso tudo, deram um bom concerto de black metal. Não foi fantástico, mas foi bom e justificou plenamente a presença no SWR. Tocaram ainda duas covers, de The Cure e Turbonegro. Dos restantes membros, recrutados recentemente, tiveram uma postura bem mais "habitual" em palco para um concerto de BM. Seguiram-se os
Nekromantheon - para mim, outra das bandas de maior destaque em todo o cartaz - que, muito simplesmente, arrasaram por completo com o palco 2 e zona circundante, dando um concerto memorável! Isto sim, é puro thrash! E aquele final com a Rise Vulcan Spectre...simplesmente apotéotico (claramente o melhor concerto do palco 2 e um dos melhores de todo o fest! Foi o meu favorito)!

Após o verdadeiro vendaval que dado pelos noruegueses, era pouco expectável que algo mais me despertasse a atenção. Enganei-me e bastante! A fechar o palco principal, os japoneses Church of Misery deram um dos melhores concertos do fest, com um stoner simplesmente delicioso! Grande rock a fechar mais uma grande edição do SWR!

No palco 3, ainda vi os Theriomorphic darem mais um bom concerto! Terminaram com dois temas do novo EP (a que terei de dedicar atenção brevemente).
E assim terminou mais uma grande edição do SWR! Excelentes concertos, com o som quase sempre muito bom, condições melhoradas (pavimento, casas de banho) e, principalmente, um ambiente único, que só lá vai é que sabe a que me refiro!
Abraço a todos os Musers que me acompanharam e que por lá encontrei (e também aos que, por incrível que pareça, não vi - Xapas).
Havendo saúde (e algum dinheiro), lá estarei em 2019!
