
Gold - é pela possibilidade de descobrir novas bandas que eventualmente me possam interessar que não gosto de chegar atrasado a gigs ou fests. Nunca se sabe quando se pode descobrir algo interessante. E foi precisamente isso que me aconteceu com esta banda holandesa que eu desconhecia por completo. Simplesmente, adorei o concerto! Grande rock, com uns toques de psychedelic, alternative (é difícil de categorizar, mas é rock after all) e com uma vocalista que faz o contraponto perfeito com a música. Com uma voz angelical e uma presença bastante sui generis em palco, tem um efeito deveras magnetizador. Já fui checkar a discografia e, das malhas tocadas, destaco You Too Must Die, Summer Thunder e I do my own stunts. Grande descoberta!
Novembers Doom - o vocalista esclareceu logo o mistério de tocarem tão cedo (tinham vedo bastante cedo no dia seguinte). Olhando para o alinhamento do dia, a banda tinha claramente estatuto para tocar mais tarde. Já os tinha visto uma vez (na última edição do Caos), e voltaram a mostrar ser uma banda extremamente competente no subgénero melodic death/doom e, particularmente, com um vocalista excelente, apresentando um registo vocal variado que se adequa às diferentes abordagens requeridas pelos temas. Do alinhamento, que contou também com alguns temas do mais recente, destaco maior para as mais velhinhas Autumn Reflection, Rain e Amour Reflection. Excelente atuação, que passou muito rapidamente.
Process of Guilt - chamados à última hora para substituir os Funeralium, provaram ter sido a escolha mais óbvia e acertada. No festival de doom por excelência, não podia ter faltado a maior (e melhor) banda nacional do género. Continuam uma autêntico rolo compressor ao vivo. Hipnótico, arrasador, foi uma verdadeira tareia sonora que nos presentearam. Estão num patamar elevadíssimo e, a cada ocasião que os vejo, essa impressão sai sempre mais vincada.

Acherontas - apesar de ser um festival de doom, nada como haver alguma variedade no cartaz do fest. Por isso, a presença de outros estilos, desde que façam sentido no contexto do fest, são muito bem vindos. Assim foi com a presença dos gregos Acherontas. Desde logo, um pequeno desabafo - já tinha saudades de um concerto de black metal! Não estava muito por dentro da música da banda (não sigo muito a cena grega, confesso), por isso não tinha qualquer expetativa. Black metal ritualístico (prefiro este termo a religioso...) que me deixou bem impressionado. Contaram com um som impecável (estes e Ahab foram os que tiveram melhor som mas, no geral, todas as bandas tiveram um som bom) o que ajudou imenso a que cada nuance se notasse muito bem. Destaco Legacy of Tiamat como um dos momentos altos numa atuação irrepreensível.
Ahab - estes germânicos não brincam mesmo em serviço. Após a excelente atuação no SWR, não fizeram a coisa por menos no Under the Doom. Como já referi, tiveram um som excelente que ajudou, e de que maneira, a que todo o peso da sua música fosse esmagador (e demolidor!). Talvez por conhecer melhor a banda agora, ainda gostei mais que no SWR. A The Hunt (que monumento!), foi mesmo a cereja no topo de um bolo (atuação) muito bom. Funeral doom magistral.
In The Woods... - começo com a já esperada (e magistral) Yearning the Seeds of a New Dimension, a marcar desde logo a atmosfera do concerto, com um dos melhores momentos do set, e que agarrou o público para uma atuação muito esperada. A banda mostrou-se bastante enérgica em palco e comunicativa q.b. (let the music do the talk). A setlist foi a esperada, recheada de belíssimos tema, alguns do Pure (destes gosto especialmente da Cult of Shining Stars) e outros clássicos da banda, como Heart of the Ages, In The Woods e, a finalizar, a The Divinity of Wisdom (que foi mesmo divinal). (mais um) excelente concerto! Fecharam da melhor forma um dia de festival fantástico!
