Fui só ontem, a ambos os palcos. Como de início só estava interessada em Enslaved, ainda ponderei comprar bilhete só para o palco deles mas em boa hora resolvi comprar para os dois, senão bem que tinha ido lá só ver uma banda e passar o resto do tempo a micar as t-shirts alheias.

Tanto em PoG como em Mar de Grises e em Skepticism, entrei na sala disposta a experimentar, mas não consegui ficar por mais que 10 minutos em nenhum deles. Tentei, mas tive que me render às evidências e reconhecer que definitivamente, doom daquele não é para mim.

Mas deve ter sido um espectáculo para quem gosta.
Em compensação, Enslaved deram um show do caraças que apenas pecou por duas coisas: por mal se ouvirem as vozes (especialmente os cleans do Larsen, pelo menos do sítio onde eu estava, mais à frente) e por ter uma setlist curtinha. Ia lançada para ver uma Isa e népias. Mas aquela Giants partiu tudo... e a Ethica Odini... e a Fusion... e a cover de Led Zeppelin... Ok, todas partiram tudo.
Quanto ao resto das bandas, apesar de não ter visto nenhuma que não tivesse dado o litro, destaco as prestações dos Archspire e dos Decapitated. Sem ser especial fã de nenhuma das bandas, saí satisfeita. Mas até Fleshgod Apocalypse, banda de um género que não me seduz por aí além, deram um bom espectáculo e tiveram uma boa reacção do público. No geral, todas as bandas que vi estiveram à altura.
Relativamente ao espaço, foi a 1ª vez que fui ao Braga Viva e agradou-me a maneira como adaptaram salas de cinema a salas de espectáculo. Ao princípio fiquei apreensiva por ver os degraus ("o pessoal vai fartar-se de dar aqui grandes malhos", pensei, mas não vi nenhum), mas aparentemente resultaram bem e nem impediram o moshpit na sala 1.
Só um reparo, se a malta do Braga Viva estiver a ler: ponham faixas de sinalização nos degraus das duas salas, se faz favor. Andar ali no escuro era uma tarefa ingrata. Havia gente a tentar iluminar o chão com o telemóvel.

Ah, e já agora, se querem ter recintos com rótulo azul, que haja uma extracção de fumos condigna. Notei que a sala 1 tinha melhor extracção, pois à entrada para novos concertos notava-se o ar mais fresco, mas na outra, nicles. E quando se saía das salas para o átrio, o nevoeiro era visível.

De resto, nada mais a apontar.
A finalizar, uma palavra de parabéns à SWR pela evolução que notei do ano passado para este no Bracara. Pareceu-me que as falhas apontadas em 2010 foram colmatadas este ano (cara ou barata, pelo menos já havia comida disponível no recinto, e não houve urinóis ao lado do merchandise - apesar do WC feminino ser mesmo ali ao lado, mas vá, o espaço não estica.

), e quanto ao cartaz, penso que esteve ao mesmo (bom) nível.
Em jeito de sugestão para futuros eventos, aquilo ontem ficava mesmo à pinha no átrio, quando terminava um concerto numa das salas. O espaço é bom para o tipo de funcionamento do Bracara, mas se para o ano calha de ter maior afluência, o pessoal não se vai poder mexer nem para ir buscar um panado.

Correndo bem, até para o ano.
