Depois de várias Super Bock para aquecer o sangue e a mente [cá fora estava um vento e um frio desagradáveis], era altura de entrar no recinto para dar início ao espectáculo em si.
Mr. Miyagi - Entrei já tinham começado. O espaço ainda estava naturalmente meio vazio, com o público disperso e pouco caloroso. Som muito mau e uma prestação q.b., tendo em conta as condicionantes de serem a banda de abertura. Não me cativaram.
We Are the Damned - Bem melhores que os anteriores. O som melhorou imenso e o Correia tentou animar as hostes, ainda um pouco tímidas, salvo raras excepções. Deu para mexer mais e as incitações para que o concerto não parecesse com um de jonas brothers resultaram suficientemente bem para que vários pedissem mais uma no final da actuação. Como diria alguém durante o concerto 'isto vale 100 vezes mais ao vivo do que em cd'.
Prayers of Sanity - Tal como muitos dos presentes, esta era também a banda que mais queria ver do lote das 4 nacionais. A abertura com a já famosa 'Religious Blindness' deu o mote para o primeiro grande concerto da noite. O som estava um pouco embrulhado, uma das guitarras pouco perceptível e o baixo um pouco alto, mas a qualidade foi progredindo consoante o avançar do set. Thrash old school sem grandes reticências, directo ao objectivo e sem piedade. Excelente prestação do quarteto algarvio, já com o público a aderir em larga escala. E não devo ter sido o único a achar um bom concerto, atendendo ao número camisolas que vi de PoS já no fim da noite. Seguiram o conselho do vocalista e ainda bem.
W.A.K.O. - Reconheço-lhes qualidades, boa entrega e bom espírito. Mas depois de Prayers of Sanity, pareceram-me um pouco desenquadrados. Aquele death metal não me soou muito bem ali entre PoS e MW. Desliguei um pouco do palco, mas ainda deu para ver o vocalista a descer até ao pit e a participar agressivamente no mesmo. Ainda bem que tocaram pouco porque as ânsias por MW já eram incontroláveis.
Municipal Waste - Fiquei logo com o coração a mil só de ouvir o riff da Mind Eraser ainda com as cortinas fechadas. Assim que começa aquela intro tape, começou também a paródia. 'We're MW from Richmond, Virginia!' e cá vai disto... Que abertura, claro está, com a Mind Eraser! Imediatamente o cenário tornou-se caótico e vários decidiram fazer jus ao facto de MW ter o record de mais crowdsurfers num concerto. Foi a loucura ali à frente. Corpos a cairem, a ziguezaguearem e a largarem as toneladas de energia acumuladas até então. 'Headbanger Face Rip', 'Thrashin of the Christ', 'Thrashin is my Business' foram as jardas seguintes, patrocinadas por uma wall of death e inúmeros circle pits. O Tony Foresta parecia estar a adorar o espírito do público português e já fazia promessas de um regresso para breve. 'Sadistic Magician', 'Terror Shark' [com o pessoal com a mão erguida na cabeça em pleno pit], a tumultuosa 'Unleash the Bastards', 'Black Ice' e a tocada em dois tempos 'I Want to Kill the President' foram outros momentos inesquecíveis.
Não quis acreditar quando a banda já anunciava a sua despedida. O tempo correu demasiado depressa e uma hora e picos soube a muito pouco, apesar do visível cansaço que já afectava muitos dos presentes. Para o fim ficou a Born to Party que fez com que MW abandonasse o palco ao som de 'Municipal Waste is gonna fuck you up!'
Depois de ouvir tanta gente prometer a presença de pranchas e outros artefactos, fiquei um pouco desiludido por só ver uma de bodyboard ahah. Talvez o espaço demasiado grande não fosse convidativo para esse tipo de 'aventuras'. Realmente fiquei a pensar como seria ver MW num local mais 'aprochegado'.
Anyway, pecou essencialmente pelo pequeno setlist. Estava à espera de algo mais longo, visto ser o último concerto da tour. Mas fica para uma próxima. Grande jarda de concerto que fica para posteridade!
