Cheguei na 5ª à noite e ainda fui dar uma olhadela à recepção ao campista - e já lá estavam bastantes campistas instalados àquela hora, mais do que no ano anterior, ou assim me pareceu.
Chego à entrada e só vejo um caminho de areia, desnivelado, estreito e mal iluminado. "Ó faxavor, por onde é o acesso?" "É por aí..." "... Só por aqui? Não há outro?" "Não..."

Meio às apalpadelas lá fui eu, e enquanto descia só pensava o quão penosa ia ser a subida. É que nem vou para nova, nem o meu joelho reumático me permite grandes cavalgadas desportivas. Mas pronto, pelos vistos ou a malta é nova e tem corpinhos Danone, ou então tem que se sujeitar. Sujeitei-me.
Chegada lá abaixo, gostei do espaço que vi, mas só porque não fui acampar para lá. O pessoal que foi que diga de sua justiça e da torreira que apanhou ou não naquele descampado.

O recinto dos concertos em si não está nada mal. O relvado é jeitoso, a orientação do palco é melhor (não se apanha com tanto sol de poente como nos outros anos), o espaço é um pouco mais amplo, dá para mais roulottes de comes e bebes... Mas sinceramente, não sei se não preferia o antigo campo do Calvão, com pó e tudo. É que pó houve na mesma, porque a relva na zona do mosh não durou muito... E aquela bancada deixou muitas saudades (especialmente tendo em conta o cartaz deste ano).
Quanto aos concertos, para mim o 1º dia valeu por Bizarra Locomotiva, que apesar de estarem restringidos ao set mais curto que já os vi fazer, arrasaram na mesma, como sempre. De resto, gostei de ver os Secret Lie a tocarem Vivaldi, gostei do espectáculo de Moonsorrow, de Evergrey já não posso falar porque só ouvi de longe (subi aquele calvário para ir ter com um pessoal e para ir 'a casa' um bocado) e cheguei a meio de Sonata Artica, que não me deixaram com pena de não os ter visto desde o início. Quanto a Lacuna Coil, fiquei por lá a assistir porque vi a setlist no início e soube que iam tocar a Enjoy the Silence. Por nada mais.

O 2º dia já esteve mais composto: Web e Tarântula eram duas bandas que eu já sabia que iam dar um bom espectáculo, e assim foi. Já Rotting Christ eram a minha maior curiosidade neste VOA... e que consoladinha que saí de lá! Ca grande concerto! A amostra foi excelente, agora quero um set com um tempo decente.

Em Iced Earth ainda fiquei um pouco cá atrás a ver... Começaram bem, mas às tantas o gajo começa a cantar fininho e eu achei que era a minha deixa para subir o calvário novamente e ir até à vila um bocado. Por lá me mantive durante Gamma Ray (é a 2ª vez que os apanho num festival e que não consigo ficar a vê-los... gostos, pronto!) e tornei a descer para ver o grande nome do dia. Testament começaram praí com meia hora de atraso, e talvez por isso tenham terminado o concerto de forma inesperada, sem o encore que ainda indiciaram quando o Chuck perguntou algo do género "you want more?", que pôs o pessoal todo a pedir mais, mas para nada. A ideia que me ficou foi a de que alguém lá atrás lhes cortou o pio por causa do atraso. Quanto ao concerto em si, confesso que as expectativas que levava não foram preenchidas... Paciência.
O balanço final desta edição do VOA foi positivo, mas fiquei com saudades do antigo local.
Ok, Vagos é mais central, está-se mais perto de coisas úteis como supermercados, transportes e caixas MB, mas (e falando por mim) em Calvão estávamos bem servidos e o pessoal já se arranjava à sua maneira. Até a oferta de banhos quentes era melhor (a quem interesse, os chuveiros dos Bombeiros eram bons mas ao contrário do que chegou a ser anunciado já não sei onde, não ofereciam privacidade pois não tinham portas. Há quem se importe, há quem não queira saber... Fica a info).
O ponto mais negativo do novo local é mesmo o acesso pedonal, para mim. Vi desgraçados a subir aquela ladeira com as tralhas todas do campismo às costas, na torreira de Sábado à tarde, a tentarem não dar um malho naquele piso irregular, e metiam dó. Espero que para o ano tenham isto em conta e que arranjem uma alternativa - havia um acesso mais plano que ia dar à estrada (um pouco mais atrás da zona das bilheteiras), mas que estava cortado. Obrigaria a dar uma volta maior, mas pelo menos o caminho tinha melhores condições. Eu teria agradecido.
Espero no entanto que a nova aposta tenha dado frutos e que o festival para o próximo ano consiga corrigir as poucas falhas deste, pois mesmo assim tenciono continuar a tradição de lá ir todos os anos, pois no final das contas, o espírito permanece.
