UnknownOne Escreveu:Este foi o melhor video/reportagem que encontrei em todos os média![]()
Ironia das ironias ser do CM...
Deu um porreiro da Sic! E há artigo brutal no Público de ontem.
UnknownOne Escreveu:Este foi o melhor video/reportagem que encontrei em todos os média![]()
Ironia das ironias ser do CM...
Na segunda etapa do Super Bock Super Rock, no Parque Tejo, em Lisboa, não houve divisões. Trinta mil estavam lá por uma razão: os Iron Maiden, que deram um concerto irrepreensível
À nossa esquerda, uma trintona de calções de ganga e camisa rosa grita e ergue as mãos ao ar, indicador e mindinho esticados para a famosa saudação "metaleira". O filho, de uns 12 anos, olha para ela entre o assustado e o aborrecido. À nossa frente, um pai que trouxe o filho para o ritual iniciático, ergue-o nos braços para que possa ver as maravilhas em palco. À frente deles, uma multidão vestida de negro entoa as melodias das guitarras, simula tocá-las no vazio, abana freneticamente a cabeça e responde à incitação do mestre-de-cerimónias: "Scream for me Portugal! Scream for me Lisbon!"
Quando o pai ergue o filho, este vê pirotecnia rebentar, vê o mestre-de-cerimónias transformar-se em atleta correndo da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, vê um esqueleto gigante (e armado de arma sci-fi) caminhar pesadamente. O pai, imaginamos, explicará ao filho que a música que ouve naquele momento é Seventh Son Of The Seventh Son, dir-lhe-á que aquele simpático monstrengo é Eddie, o símbolo dos Iron Maiden.
Em tempos muito distantes, ali nos anos 1980, a banda inglesa foi acusada de satanismo, foi considerada um perigo público e demoníaca corruptora da juventude. Actualmente, quando arrastam 30 mil até ao Parque Tejo, onde começou quarta-feira a etapa lisboeta do Super Bock Super Rock, são uma instituição respeitável e o espectáculo que oferecem é para qualquer família, qualquer idade.
Digressão de clássicos
Esta digressão faz-se exclusivamente de clássicos e lá vemos veteranos, de barriga respeitável e camisa quadriculada, emocionados com a viagem ao passado. Com eles estão outros veteranos, ainda fiéis aos casacos de ganga, sem mangas e cobertos de estampas, com eles estão miúdos que andam pelo mundo há menos tempo que os Maiden, mas que sabem todas as letras e cantam todos os solos de guitarra.
Quarta-feira houve mais concertos, dos medíocres Avenged Sevenfold aos Slayer, a segunda lenda em cartaz, mas a noite era só deles. Estavam por todo o lado, nas t-shirts da esmagadora maioria dos presentes: Iron Maiden na capa de Fear Of The Dark, Iron Maiden na t-shirt oficial da digressão de 1993, Iron Maiden nas mesas de matraquilhos ao fundo do recinto, Iron Maiden entre aqueles que, ao lado, assistem a um concurso de bandas amadoras.
O dia dedicado ao metal do Super Bock Super Rock, que congregou menos público que em anos anteriores, começou às 17h. O público foi-se acomodando ao recinto, bebendo as primeiras cervejas para aplacar o calor, foi contando o tempo que faltava para aquilo que sabem. Uma hora depois, ouviu-se uma rapariga tocar umas cançonetas de hard-rock formatado a mau gosto radiofónico e ninguém lhe ligou muito. "Parece que é filha do guitarrista ou do baixista ou lá o que é", informou um veterano ao grupo de amigos num dos bares do recinto. Sim, Lauren Harris, responsável pela primeira actuação da tarde, é filha de Steve Harris, baixista dos Iron Maiden - assim sendo, por contingência genética, perdoa-se a rapariga. Perdoam-se também os californianos Avenged Sevenfold, a banda que lhe sucedeu - parece que têm acompanhado os Maiden em digressão ou lá o que é. Perdoa-se, mas apenas porque a malta do metal funciona como clã e protege sempre os seus. Não fossem tão irritantemente banais e diríamos que, com as suas melodias de durões armados em sensíveis, com os seus riffs aprendidos num manual de clichés do rock e aquela vontade de ser os Linkin Park do metal, não fosse isso, dizíamos, e até os elogiávamos: Diríamos que os Avenged Sevengold são "queriduchos", que são um carinho para a geração MTV. Parece que vendem milhões nos Estados Unidos. Os nosso parabéns (mas fiquem por lá). Metal não é aquilo.
Metal, senhoras e senhores, foi o que veio a seguir: a caixa torácica a ameaçar rebentar perante o volume sonoro e os ouvidos a zumbir a cada cavalgada rítmica. Metal é um tipo em tronco nu a criar uma clareira em seu redor enquanto abana freneticamente o cabelo comprido que já não tem e os Slayer cantando sobre Chemical Warfare e gritando "Live by the sword, die by the sword". A banda americana, lenda viva do metal, actua com voracidade de blitzkrieg eléctrico e a sua passagem não deixa pedra sobre pedra. Tem imaginário gore, atitude punk e tensão apocalíptica: um concerto destes daria inspiração a George Romero para dez Noites dos Mortos Vivos.
Lendas, mas profissionais
A noite caíra sobre o Parque Tejo, o relógio acelerava para as 22h e, com o zumbido dos Slayer ainda a sentir-se, ei-los que chegam. O espectáculo, montado por lendas que são também profissionais, foi irrepreensível. As canções todas: 2 Minutes to Midnight, Number Of The Beast, Can I Play With Madness, Powerslave ou Run To The Hills. Os cenários mudando de canção para canção e Bruce Dickinson, durante o épico Rime Of The Ancient Mariner, trocando as calças de brilhantes e o oleado militar por um sobretudo de poeta maldito do século XIX.
Explosões em palco, interpretação sem falhas, magnífico teatro de fantasias: Eddie como esfinge do antigo Egipto e os três guitarristas da banda (Steve Murray, Adrian Smith e Janick Gers) a caminharem juntos até à frente do palco, partilhando um solo que o público entoou em bom volume. Ouvia-se Fear Of The Dark e sentia-se uma alegria imensa à nossa volta. Entretenimento puro: os Iron Maiden, reis do heavy metal, são mestres nisso.
Depois deles, o que restava? Nada, pensou a metade do público que abandonou o recinto após o concerto. Alguma coisa, reflectiram os resistentes. Viram os australianos Rose Tatoo, senhores de boogie-rock que entusiasmava uns AC/DC por nascer em bares de Melbourne, na década de 1970, e viram, depois, uma multidão de braços erguidos para receber os Tara Perdida que, uma vez mais, provaram ser um case study de popularidade. Já passava das duas da madrugada e as canções de Nada a Esconder, o último álbum da banda, mantinham a audiência em alegre e infernizado crowd-surfing. Chegava ao fim o dia em que o Super Bock Super Rock se transformou numa outra coisa: Super Iron Super Maiden.
Não fossem tão irritantemente banais e diríamos que, com as suas melodias de durões armados em sensíveis, com os seus riffs aprendidos num manual de clichés do rock e aquela vontade de ser os Linkin Park do metal, não fosse isso, dizíamos, e até os elogiávamos: Diríamos que os Avenged Sevengold são "queriduchos", que são um carinho para a geração MTV. Parece que vendem milhões nos Estados Unidos. Os nosso parabéns (mas fiquem por lá). Metal não é aquilo.
Entretenimento puro: os Iron Maiden, reis do heavy metal
Boriu Escreveu:Alguém aqui do Forum no fim de Maiden andou a cravar 20 centimos em todas as mesas da comida??? Que se chibe!!!!
Com 14 mil pessoas no recinto, um número de pessoas muito inferior ao de outras edições (basta recordar as 50 mil pessoas que "habitaram" o concerto dos Metallica em 2007), o dia começou morno com os concertos de Lauren Harris (filha do baixista dos Maiden) e dos Avenged Sevenfold.
Dispensando apresentações, com um som primoroso, muita dinâmica de palco e apresentação de clássicos como Mandatory Angel ou Dead Hell, os Slayer foram responsáveis por um dos concertos da noite, com muito mosh e crowd surfing.
O outro grande momento seria vivido já depois das 2h da manhã, pelos portugueses Tara Perdida. A banda de Alvalade, a jogar em casa, e com um público fiel que se manteve no recinto apesar do avançado da hora, disparou clássicos, temas bónus como o bastante requisitado Batata Frita Pala-pala e, sobretudo, temas do novo disco Nada A Esconder.
Antes deles, o regresso dos Iron Maiden a Portugal não os mostrou na boa forma de outrora, apesar da competência, da pirotecnia e do Eddie, sempre com muito estilo.
Já os Rose Tattoo não deixam saudades, sobretudo pelo som, absolutamente inaudível e ensurdecedor que apresentaram.
death in geres Escreveu:Fearrr Of The Darrrk!
Grande abraço para o Jotunhein e o Pintelho, companheiros de maratona! Que lá tiveram que me aturar!
lockjaw Escreveu:aqui esta:Com 14 mil pessoas no recinto, um número de pessoas muito inferior ao de outras edições (basta recordar as 50 mil pessoas que "habitaram" o concerto dos Metallica em 2007), o dia começou morno com os concertos de Lauren Harris (filha do baixista dos Maiden) e dos Avenged Sevenfold.
Dispensando apresentações, com um som primoroso, muita dinâmica de palco e apresentação de clássicos como Mandatory Angel ou Dead Hell, os Slayer foram responsáveis por um dos concertos da noite, com muito mosh e crowd surfing.
O outro grande momento seria vivido já depois das 2h da manhã, pelos portugueses Tara Perdida. A banda de Alvalade, a jogar em casa, e com um público fiel que se manteve no recinto apesar do avançado da hora, disparou clássicos, temas bónus como o bastante requisitado Batata Frita Pala-pala e, sobretudo, temas do novo disco Nada A Esconder.
Antes deles, o regresso dos Iron Maiden a Portugal não os mostrou na boa forma de outrora, apesar da competência, da pirotecnia e do Eddie, sempre com muito estilo.
Já os Rose Tattoo não deixam saudades, sobretudo pelo som, absolutamente inaudível e ensurdecedor que apresentaram.
Pintelho Escreveu:Boriu Escreveu:Alguém aqui do Forum no fim de Maiden andou a cravar 20 centimos em todas as mesas da comida??? Que se chibe!!!!
Eheh tb tava na comida e ele tb veio falar comigo...
... até perceber que era eu.
É um gajo cá de Braga que foi connosco na excursão VM, que passamos a apelidar de Bruce Dickinson da excursão, visto que o gajo ia a ouvir Maiden (como todos, no rádio da excursão) e imitava mt bem a voz do homem.
Grande, GRANDE festival. Penso que os meus comentários se reflectem em tantos outros que por aí estão escritos.
Pintelho Escreveu:lockjaw Escreveu:aqui esta:Com 14 mil pessoas no recinto, um número de pessoas muito inferior ao de outras edições (basta recordar as 50 mil pessoas que "habitaram" o concerto dos Metallica em 2007), o dia começou morno com os concertos de Lauren Harris (filha do baixista dos Maiden) e dos Avenged Sevenfold.
Dispensando apresentações, com um som primoroso, muita dinâmica de palco e apresentação de clássicos como Mandatory Angel ou Dead Hell, os Slayer foram responsáveis por um dos concertos da noite, com muito mosh e crowd surfing.
O outro grande momento seria vivido já depois das 2h da manhã, pelos portugueses Tara Perdida. A banda de Alvalade, a jogar em casa, e com um público fiel que se manteve no recinto apesar do avançado da hora, disparou clássicos, temas bónus como o bastante requisitado Batata Frita Pala-pala e, sobretudo, temas do novo disco Nada A Esconder.
Antes deles, o regresso dos Iron Maiden a Portugal não os mostrou na boa forma de outrora, apesar da competência, da pirotecnia e do Eddie, sempre com muito estilo.
Já os Rose Tattoo não deixam saudades, sobretudo pelo som, absolutamente inaudível e ensurdecedor que apresentaram.
SEM comentários! Quem? Qual? Quantos?
The Clansman Escreveu:
No fim tive que ir na mala de um clio até ao porto
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