Começo de noite com os Rasgo, banda que desconhecia até saber que iriam abrir para Slayer... E não é de estranhar que não os conhecesse, já que é uma banda recém-formada que, vá-se lá saber porquê, foi logo convidada para um evento desta magnitude. Escolha discutível, e por aqui me fico. Quanto à atuação em si, ainda para um Coliseu longe de estar cheio, foi razoável. Tentaram puxar pelo público, o que conseguiram plenamente, já que o entusiasmo dos presentes já era bastante grande. Relativamente à música em si, enfim...para banda recente soou um pouco a "mais do mesmo". Competentes mas sem ponta de originalidade.
Por volta das 22h15, chegou finalmente o momento dos Slayer subirem ao palco. Por essa altura, já o Coliseu estava repleto de gente. Não faço ideia se chegou a esgotar, mas estava cheio. Entrada demolidora com a sequência Repentless (o último álbum passou-me um bocado ao lado, mas esta malha é excelente!), Antichrist e Disciple que incendiaram por completo o Coliseu. Deu também para constatar duas coisas: o Araya estava com problemas na voz (que, muitas das vezes, foram muito bem colmatados pelo sing along em muitos refrões) e o som estava muito bom. A banda também se mostrou desde o início o rolo compressor do costume, especialmente o King e o Holt e se, aqui e ali pode dar a impressão de um certo modo em piloto automático, o que é certo é que a atitude e o empenho estão lá bem alto! Excetuando mais dois temas do novo álbum que foram tocados logo de seguida - When the Stillness Comes e You Against You - que, não sendo más, não se comparam aos clássicos, a setlist foi um cerdadeiro banquete dos grandes e inesquecíveis temas dos álbuns míticos da banda. Mandatory Suicide, Fight Till Death (excelente tema do Show no Mercy!), Dead Skin Mask, Hallowed Point, Die by the Sword, Black Magic foram um verdadeiro mimo e, com o som em condições, levando literalmente o Coliseu em autêntico delírio. Uma cena particularmente interessante foi quando, por alguns momentos, o palco ficou sem luz e o público iluminou o recinto com as luzes dos telemóveis. Para o final, ficou guardado o melhor que foi tocarem a Season in the Abyss, Hell Awaits, South of Heaven (dos meus temas preferidos deles), e as incontornáveis Raining Blood e Angel of Death que iam deitando, literalmente, o Coliseu abaixo. Concertão!

P.S.: aplausos para a medida de não poderem entrar isqueiros. Se é certo que alguns escaparam na revista, pois vi por lá pessoal a fumar, o que é certo é o que o ar estava mais respirável que em ocasiões anteriores.