O elo mais fraco

[GoncaloBCunha]

Estive a rever o making of do Systematic Chaos, dos Dream Theater, e lembrei-me porque é que tenho uma relação de amor/ódio com a banda, dando-me a ideia de criar este tópico.

Basicamente, partilhem bandas em que haja nitidamente um membro mais fraco que os restantes elementos e que acabe por ter impacto na sonoridade global da banda. Coisas como aquele baixista que mal se ouve, não contam.

-Dream Theater: não é preciso ser um génio musical para perceber que o James LaBrie está uns furos bem abaixo do resto dos elementos da banda. Por vezes acho a voz dele absolutamente insuportável e tecnicamente deixa muito a desejar. Basta ver alguns vídeos de actuações ao vivo e...jazuz!!!! Sim, toda a gente sabe que a causa foi uma intoxicação alimentar...

-Metallica: Lars ulrich. Aqui acho que não é preciso explanar muito e o sentimento é geral. O homem, que até era minimamente competente no inicio da carreira, pura e simplesmente desleixou-se e desaprendeu de tocar bateria há décadas.

-Cannibal Corpse: num estilo musical em que as competências técnicas são absolutamente vitais, acho o Paul Mazurkiewicz demasiado "básico". Este vídeo é sintomático desta minha percepção:

[Blackadder]

Eu às vezes tenho o problema inverso, isto é, quando há um membro que tecnicamente é "um monstro" e isso se sobrepõe ao que a música pede. Acho que vou ser um bocadinho injusto, mas quando se fala de Ulcerate é comum a malta falar do baterista, que efectivamente toca que se farta. Mas eu acho que chega a distrair e ir um bocado além do que seria o ideal ali. Agora não me lembro de mais exemplos, mas é o que não falta.

E depois há coisas que provavelmente têm mais que ver com a metamorfose do meu gosto pessoal ao longo dos anos do que propriamente com a qualidade das bandas ou sensibilidade para saberem quando já demais. Exemplo: da última vez que peguei no Heartwork dos Carcass (admito que não estava muito para ali virado) achei que aquilo tinha alguns solos desnecessários; mas dou de barato que o solo de guitarra é um elemento que com o passar dos anos passou a ser cada vez mais dispensável para mim. Deu a volta, quando era miúdo era essencial, agora tendo a preferir que não haja solos, ou que os haja bem simples e breves, apesar de ouvir maioritariamente música que é (maioritariamente) instrumental.

[Psychoneurosis]

-Cannibal Corpse: num estilo musical em que as competências técnicas são absolutamente vitais, acho o Paul Mazurkiewicz demasiado "básico". Este vídeo é sintomático desta minha percepção:

Eu ainda hoje tenho sérias dúvidas que esse video esteja no tempo certo e real, aquelas mãos do Pat, não podem andar aquela velocidade...
Curiosamente há muita gente que tem a mesma opinião que tu em relação ao Paul, mas já vi videos dele e sempre gostei da forma dele tocar e até nem é muito comum fazer blastbeat como ele faz.

Os solos do Heartwork são soberbos.

[GoncaloBCunha]

E depois há coisas que provavelmente têm mais que ver com a metamorfose do meu gosto pessoal ao longo dos anos do que propriamente com a qualidade das bandas ou sensibilidade para saberem quando já demais. Exemplo: da última vez que peguei no Heartwork dos Carcass (admito que não estava muito para ali virado) achei que aquilo tinha alguns solos desnecessários; mas dou de barato que o solo de guitarra é um elemento que com o passar dos anos passou a ser cada vez mais dispensável para mim. Deu a volta, quando era miúdo era essencial, agora tendo a preferir que não haja solos, ou que os haja bem simples e breves, apesar de ouvir maioritariamente música que é (maioritariamente) instrumental.

Percebo-te perfeitamente. Os solos de guitarra, até uma determinada fase, eram absolutamente obrigatórios no metal/rock. Lembro-me da heresia que foi quando algumas bandas deixaram de os fazer. A mim pouca comichão me fez. Basicamente, se o contexto pedir um solo de guitarra, tudo bem. Por obrigação, dispenso.

Eu ainda hoje tenho sérias dúvidas que esse video esteja no tempo certo e real, aquelas mãos do Pat, não podem andar aquela velocidade...

Acho que está na velocidade correcta, por mais absurdo que pareça. É que só falta sair fumo da fretboard!

A título de curiosidade e para quem é fanboy do Ron Jarzombek como eu, este foi o vídeo que deu o gig ao Alex Webster nos Blotted Science.

[Psychoneurosis]

O "Demanufacture" é um dos meus albuns preferidos de Metal, e um album que acho clássico, e tem 0 solos!

[Psychoneurosis]

Acho que está na velocidade correcta, por mais absurdo que pareça. É que só falta sair fumo da fretboard!

Acredito que sim, mas tenho sempre aquela coisa que não está.
Aquelas mãos, os movimentos, a rapidez, não é normal! ahahah

[xtr3me]

-Dream Theater: não é preciso ser um génio musical para perceber que o James LaBrie está uns furos bem abaixo do resto dos elementos da banda. Por vezes acho a voz dele absolutamente insuportável e tecnicamente deixa muito a desejar. Basta ver alguns vídeos de actuações ao vivo e...jazuz!!!! Sim, toda a gente sabe que a causa foi uma intoxicação alimentar...

Hoje em dia sou capaz de concordar mas, como diz a juventude hoje em dia ( ), prime LaBrie is goated.

[aetheria]

Percebo-te perfeitamente. Os solos de guitarra, até uma determinada fase, eram absolutamente obrigatórios no metal/rock. Lembro-me da heresia que foi quando algumas bandas deixaram de os fazer. A mim pouca comichão me fez. Basicamente, se o contexto pedir um solo de guitarra, tudo bem. Por obrigação, dispenso.

Estava habituada a eles, no passado, era assim mesmo. Entretanto foram, de facto, caindo em desuso, só perdurando em determinados subgéneros. Confesso que atualmente me aborrecem tremendamente (até sendo bons, o que também é uma heresia/palermice minha). Num grande solo dá-me sempre a sensação que estou a assistir a um momento de masturbação... :redeneck:

Quanto aos "elos mais fracos", sem nomear, mas pensando por alto, parece que a coisa recairá sempre mais sobre bateristas e vocalistas.
(por outro, os baixos são, muitas vezes, subvalorizados, mas isso é na composição e não no desempenho)

[abyssum]

Quando era mais novo adorava solos, depois passou a ser dispensável, continuo a gostar mas acho as composições mais importantes.
Na cena nacional sempre achei os vocalistas o elo mais fraco das bandas, o sotaque carregado e má dicção, e péssima voz. Nos últimos tempos as coisas têm melhorado.

[Vooder]

Relativamente aos solos discordo de vossas excªs. Quando bem feitos IMO são o pico de qualquer música.

Quanto ao elo mais fraco, por norma (há óbvias excepções) quem se destaca mais é o baterista e vocalista, para bem e para o mal.
No caso dos bateristas há quem diga que a qualidade de uma banda se vê pela qualidade do baterista, mas mesmo aí é relativo, porque há bandas que não têm a qualidade técnica como foco principal.

Já agora, sim, tb concordo que o Paul de CC é o elo mais fraco. Ele próprio admite que não consegue competir com outros bateristas de DM e que não consegue fazer blastbeats, porque convenhamos, ele não faz BB, mas ao mesmo é uma espécie de assinatura.

Em Carcass o Ken tb era o elo mais fraco, mas será mesmo? é que o baixo também não se ouvia assim tanto.... daí os bateristas estarem sempre mais expostos. Em Carcass sei é qual o elo mais forte.

[abyssum]

Relativamente aos solos discordo de vossas excªs. Quando bem feitos IMO são o pico de qualquer música.

Também acho o mesmo, e por vezes fazem a diferença, só que para mim já não são obrigatórios como achava quando era mais novo.

[xtr3me]

Relativamente aos solos discordo de vossas excªs. Quando bem feitos IMO são o pico de qualquer música.

Também acho o mesmo, e por vezes fazem a diferença, só que para mim já não são obrigatórios como achava quando era mais novo.

Também concordo que não são obrigratórios ... há muitos estilos para tocar sem ser metal

[Psychoneurosis]

O Paul de CC pode não ser um Sandoval, mas caramba o homem não é nenhum tosco...
E sinceramente a música de Cannibal Corpse não pede muito mais... Mas o gajo tem a sua assinatura na forma como toca.



Um que sempre achei meio tosco, mas a música também não pede muito mais é o Matthew Archer de Paradise Lost.
O Chris Witchhunter também é tosquito, mas o que seria aqueles albuns sem a sua "tosquidade".

[otnemeM]

-Dream Theater: não é preciso ser um génio musical para perceber que o James LaBrie está uns furos bem abaixo do resto dos elementos da banda. Por vezes acho a voz dele absolutamente insuportável e tecnicamente deixa muito a desejar. Basta ver alguns vídeos de actuações ao vivo e...jazuz!!!! Sim, toda a gente sabe que a causa foi uma intoxicação alimentar...

Hoje em dia sou capaz de concordar mas, como diz a juventude hoje em dia ( ), prime LaBrie is goated.

O problema com desdenhar LaBrie é que depois é preciso explicar o Unweaving The Rainbow (2003) e a solo dois anos depois no Elements of Persuasion. Ambos exemplos de que ele é capaz de ser excelente.

[otnemeM]

Relativamente aos solos discordo de vossas excªs. Quando bem feitos IMO são o pico de qualquer música.

Também acho o mesmo, e por vezes fazem a diferença, só que para mim já não são obrigatórios como achava quando era mais novo.

Isto lembra-me de quando me apercebi que a Necroshine não tinha solo de guitarra. Tinha ouvido a música imensas vezes e só reparei uma vez aleatoriamente.