Metal Underground

Abre-se aqui o espaço para deixarem os vossos balanços do ano no formato que preferirem. Listas, observações, notícias que marcaram, concerto favorito, desejos para 2025 etc etc...

Olhando para trás, faltando ainda umas semanas para findar o ano, faço um balanço super positivo, mesmo no mundo caótico em que vivemos. Para onde nos viremos ficamos com a sensação de que as coisas no geral estão terríveis em todo o lado. Seja na instabilidade política, na corrupção agonizante e pelos vistos irremediável, nas guerras que se sucedem, na pandemia narcísica que prolifera nas redes sociais, no chamado "brain rot" que se apodera da cabeça das novas gerações, chegámos a um mundo entretido na mediocridade e radicalização. Requer-se quase um afastamento para dentro de uma bolha para manter a sanidade. Porém, quando vemos, por exemplo, as imagens que o telescópio James Webb nos oferece, percebemos que existe uma espécie de luz ao fundo do túnel. A solução não é uma "bolha", a alienação, mas saber escolher onde depositar a nossa atenção. Se há coisa que o caos favorece é a capacidade de aprendermos a nos focar no que realmente nos preenche e interessa. A música continua aos fim de 44 anos a proporcionar-me parte desse foco e nada melhor do que um ano excelente como 2024 para deixar-me com um sorriso de orelha a orelha.

À partida para o balanço do ano que comecei a fazer na semana passada, tinha uma lista inicial de 46 álbuns candidatos ao Top 20. "Ena que ano fabuloso!", pensei e na verdade foi mesmo um ano repleto de excelentes álbuns e canções. Na minha playlist de 2024 no Spotify onde vou acumulando canções que gosto, acabei com 121 músicas. Algumas obviamente com maior rotação que outras, como verão em baixo, mas um testamento à qualidade e quantidade de coisas boas que foram saíndo ao longe destes meses. No final, o lugar número 1 foi para Ulcerate, magnífico álbum que injustamente, a julgar pelo feedback online, será ofuscado pelos também excelentes álbuns de Blood Incantation e Opeth.

Um destaque especial para os Iron Maiden. A perda de Paul Di'anno e a reforma de Nicko McBrain. O regresso a Portugal em 2025 pode bem ser o canto do cisne por cá para um dos maiores nomes do heavy metal.

Um excelente 2025 para todos aqui no MU. Um dos cantinhos mais resilientes da Internet.


TOP 20:
1. Ulcerate | Cutting the Throat of God
2. Opeth | The Last Will and Testament
3. Spectral Voice | Sparagmos
4. Whispering Void | At The Sound Of The Heart
5. Blood Incantation | Absolute Elsewhere
6. Hauntologist | Hollow
7. Judas Priest | Invincible Shield
8. Labyrinthus Stellarum | Vortex Of The Worlds
9. Aara | Eiger
10.Kanonenfieber | Die Urkatastrophe
11.My Dying Bride | A Mortal Binding
12.Motherwood | A Fading Elegy
13.Chapel Of Disease | Echoes Of Light
14.Anciients | Beyond The Reach Of The Sun
15.Spectral Wound | Songs of Blood and Mire
16.Whoredom Rife | Den Vrede Makt
17.Totengott | Beyond the Veil
18.Candy | It's Inside You
19.Bloody Valkyria | Kingdom In Fire
20.Avernus | Grievances

Quase chegaram:
Akhlys | House of Black Geminus
Hamferð | Men Gu​ð​s Hond Er Sterk
Inconcessus Lux Lucis | Temples Colliding in Fire
Hemotoxin | When Time Becomes Loss
Fleshgod Apocalypse | Opera
Sørgelig | Φ​θ​ο​ρ​ά
Ataraxie | Le Déclin
Mork | Syv
Mayhemic | Toba
Thou | Umbilical

Nacionais:
1. Sinistro | Vértice
2. Gaerea | Coma
3. Everto Signum | Beastiary
4. Dolmen Gate | Gateways of Eternity
5. Tvmvlo | Portals of Terror

Músicas:
Whispering Void - Vi Finnes
Ulcerate - The Dawn is Hollow
Hauntologist - Ozymandian
In Vain - Shadows Flap Their Black Wings
Spectral Voice - Be Cadaver
Avernus - Nemesis
Vananidr - In Silence Descend
Judas Priest - Panic Attack
Chapel of Disease - A Death Though no Loss
Nyktophobia - Voyager 1
Fleshgod Apocalypse - Matricide 8.21
My Dying Bride - The 2nd of Three Bells
Pallbearer - Where the Light Fades
Totengott - The Architect
Spectral Wound - The Horn Marauding
Anciients - Forbidden Sanctuary
Kanonenfieber - Panzerhenker
Opeth - A Story Never Told
Mayhemic - Valley of the Thundra
Cradle of Filth - Malignant Perfection
Aara - Die das wilde Wetter fängt
Mork - Holmgang

Artwork:
Candy - It's Inside You
Firtan - Contra Vermes
Avernus - Grievances
Chaos Invocation - Wherever We Roam
Witnesses - Joy
Lowen - Do Not Go To War With The Demons Of Mazandaran

Desilusões:
Dark Tranquillity - Endtime Signals
Darkthrone - It Beckons Us All......
The Foreshadowing - New Wave Order
Rotting Christ - Pro Xristrou

Um ano com muitos altos e baixos. Ouvi relativamente pouco metal este ano, comparando com outros anos, e mesmo dentro da minha lista do metal há muita diversidade. A outra lista é uma mistura de Jazz (solo, vocal jazz, trio/quartet/quintet, e experimental jazz), Pop e Rap.

Fiquei muito surpreendido com o regresso de Mitochondrion, que mereceu o primeiro lugar, Julie Christmas, e Nocturnus AD. A consistência de Ulcerate e Thou é algo que deve ser estudado. Quanto às omissões, só me lembro mesmo de um álbum que eu até queria gostar mas que não me deixou nenhuma impressão nem positiva nem negativa, o de Opeth. Sou grande fã de todos os álbuns até ao Watershed, e depois parece que entra por um lado e sai por outro... nem os growls ajudaram. O Devin Townsend tem de ir a um retiro espiritual a ver se ganha stamina porque isto de andar a debitar vários álbuns por ano está a tornar-se chato (se ao menos fossem bons).
No mundo mais pop, gostei bastante do álbum de Charli XCX e Sabrina Carpenter surpreendeu-me. Este ano houve pouco rap que realmente gostasse, mas o Kendrick Lamar lá lançou o GNX sem avisar ninguém para salvar o ano. É o melhor dele desde o TPAB, na minha opinião.
No Jazz, Esperanza Spalding juntou-se a Milton Nascimento e lançou talvez o melhor álbum de Jazz dos últimos 5 anos. Adorei. Amaro Freitas também lançou um álbum óptimo. E Ahmed, que não conhecia, deixou-me de queixo caído.

No geral, um ano mais virado para o lado non-metal, em relação a outros anos. Mas os álbuns de metal que foram para a lista são muito bons.

Ah, de agradecer ao Zyklon pela dica do álbum de Aethyrvorous. Sou sucker pelos Portal e tudo o que sai de Brisbane na Austrália parece que vem banhado de ouro, incluíndo a Bluey. Agora só falta um gig de Portal com o Curator mascarado de Muffin (para os pais que vêm Bluey, isto vai fazer sentido).

Lista de metal:
1. Mitochondrion - Vitriseptome
2. Blood Incantation - Absolute Elsewhere
3. Aethyrvorous - Akephalic Palingenesis
4. Julie Christmas - Ridiculous and Full of Blood
5. Ulcerate - Cutting the Throat of God
6. Thou - Umbilical
7. Poppy - Negative Spaces
8. Pallbearer - Mind Burns Alive
9. Chelsea Wolfe - She Reaches Out to She Reaches Out to She
10. Black Curse - Burning in Celestial Poison
11. Undeath - More Insane
12. Aborted - Vault of Horrors
13. Oranssi Pazuzu - Muuntautuja
14. Nocturnus AD - Unicursal
15. Ihsahn - S/T

Lista dos outros:
1. Esperanza Spalding - Milton + esperanza
2. Charli XCX - brat
3. أحمد [Ahmed] - Giant Beauty
4. Kendrick Lamar - GNX
5. Amaro Freitas - Y'Y
6. Nick Cave & The Bad Seeds - Wild God
7. Jack White - No Name
8. Tyler, The Creator - Chromakopia
9. Sabrina Carpenter - Short n’ Sweet
10. Billie Eilish - Hit Me Hard and Soft
11. The Messthetics and James Brandon Lewis - S/T
12. JPEGMAFIA - I LAY DOWN MY LIFE FOR YOU
13. Tord Gustavsen Trio - Seeing
14. Nala Sinephro - Endlessness
15. Arooj Aftab - Night Reign
16. Kamasi Washington - Fearless Movement
17. Laufey - Goddess
18. Brad Mehldau - After Bach II
19. Charles Lloyd - The Sky Will Still Be There Tomorrow
20. Godspeed You! Black Emperor - “NO TITLE AS OF 13 FEBRUARY 2024 28,340 DEAD”

Bons posts.

Foi um ano particularmente bom em termos de lançamentos, ainda falta ouvir muita coisa com atenção mas para já destaco (sem ordem): Mithocondrion, Alcest, Paysage d'Hiver, My Dying Bride, Poppy, Ulcerate..
Fora do metal, no inicio do ano rodou bastante o novo de Green Day e o ultimo de Lana del Rey (este é do ano passado mas só o ouvi este ano e também rodou bastante).

pafg Escreveu:Um excelente 2025 para todos aqui no MU. Um dos cantinhos mais resilientes da Internet.

Indeed indeed!
Igualmente. Gostei da reflexão inicial.

Quanto à lista, lá para o ano...

1-Knocked Loose-You Won’t Go Before You’re Supposed To


2-Blood Incantation-Absolute Elsewhere
3-Inter Arma-New Heaven
4-Oranssi Pazuzu-Muuntautuja
5-The Cure-Songs Of A Lost World
6-Thou-Umbilical
7-Civerous-Maze Envy
8-Neon Nightmare-Faded Dream
9-Ulcerate-Cutting the Throat of God
10-Chat Pile-Cool World
11-200 STAB WOUNDS-Manual Manic Procedures
12-Full of Hell-Coagulated Bliss
13-Chelsea Wolfe-She Reaches Out to She Reaches Out to She
14-Gatecreeper-Keep the Old Ways Alive and Kicking with Dark Superstition
15-Sinistro-Vértice
16-Nails-Every Bridge Burning
17-Uniform-American Standard
18-Opeth-The Last Will and Testament
19-Ulver-Liminal Animals
20-MDB-A Mortal Binding
21-Candy-It's Inside You
22-Zeal & Ardor-GREIF
23-Hunstmen-The Dry Land

Este post lembra-me que este ano andei alheado de quase tudo o que saíu novo, tirando meia dúzia de CDs. Aproveitar agora as férias do Natal para pôr algumas coisas em dia (quer CDs, quer leituras).

1 - Desolus - System Shock

Uma mistura de Kreator com Dark Angel e Sodom. Ao ouvir este álbum muitos dirão que tem vibes de Pleasure to Kill e não é para menos. Para mim um álbum visceral.



2 - Violent Definition - Progressive Obsoletion



3 - Disarray - Religious Disease



4 - Vexxum - Lost in Infinity



5 - Styggedom - Massedrap



6 - Toxic Carnage - Praying For Demise



7 - Hyperdontia - Harvest of Malevolence



8 - Demiser - Slave to the Scythe



9 - Kadavro - Procession of Evil



10 - Rogga Johansson - Otherworld



11 - Obscene - Agony & Wounds



12 Funeral Storm - Chthonic Invocations



13 - Lesson in Violence - No Need For Death




14 - Festergore - Constellation of Endless Blight



15- Overthrust - Infected By Myth



16 - Temple of Dread - God of the Godless



17 - Käptör - Speed & Pöwer



18 - Defeated Sanity - Chronicles of Lunacy



19 -Faüst - Death Galore



20 - Perisynti - Lihaksi tullut Perkele

O álbum na décima quinta posição conheci-o graças ao Zyklon, pois ele postou no tópico "2024 - O que estás a ouvir agora?", eu gostei da capa e quis ouvir. O Matusalem disse-me para eu ouvir o da décima terceira posição.

A minha lista de 2024, cuja ordem se justifica pela data de lançamento e a presença por preferências pessoais, e não necessariamente (mas também) pela qualidade do trabalho.

Madder Mortem - Old Eyes, New Heart (que ouço enquanto preencho esta lista e que, sem dúvida, mais ouvi e gostei)
Hulder - Verses In Oath
Solbrud - IIII
Keres - Homo Homini Lupus
Suldusk - Anthesis
Motherwood - A Fading Elegy
Merrimack - Of Grace and Gravity
Hamferð - Men Guðs hond er sterk
Deception - Daenacteh
Misotheist - Vessels by Which the Devil is Made Flesh
Blaze od Perdition - Upharsin
Selbst - Despondency Chrod Progressions
Deicide - Banished By Sin
Naxen - Descending Into a Deeper Darkness
Kratti - Matka Kohti Kosmista
Dodsrit - Nocturnal Will
Malist - Of Scorched Earth
ZORZA - Hellven
Kvaen - The Formless Fires
Whoredom Rife - Den Vrede Makt
Seth - La France des Maudits
Spectral Wound - Songs of Blood and Mire
Dawn Treader - Bloom & Decay
Demiser - Slave to The Scythe
Vile Rites - Senescence
Isolert - Wounds of Desolation
Kanonenfieber - Die Urkatastrophe
TBDM - Servitude
Silhouette - Les Dires de l'Âme
Gaerea - Coma
Carnosus - Wormtales
Blasphemous - To Lay Siege and Conquer
Djevel - Natll Till Ende
Filii Nigrantium Infernalium - Pérfida Contração do Aço
Nachtmystium - Blight Privilege
Aara - Eiger

A minha lista de 2024, cuja ordem se justifica pela data de lançamento e a presença por preferências pessoais, e não necessariamente (mas também) pela qualidade do trabalho.

Madder Mortem - Old Eyes, New Heart (que ouço enquanto preencho esta lista e que, sem dúvida, mais ouvi e gostei)
Hulder - Verses In Oath
Solbrud - IIII
Keres - Homo Homini Lupus
Suldusk - Anthesis
Motherwood - A Fading Elegy
Merrimack - Of Grace and Gravity
Hamferð - Men Guðs hond er sterk
Deception - Daenacteh
Misotheist - Vessels by Which the Devil is Made Flesh
Blaze od Perdition - Upharsin
Selbst - Despondency Chrod Progressions
Deicide - Banished By Sin
Naxen - Descending Into a Deeper Darkness
Kratti - Matka Kohti Kosmista
Dodsrit - Nocturnal Will
Malist - Of Scorched Earth
ZORZA - Hellven
Kvaen - The Formless Fires
Whoredom Rife - Den Vrede Makt
Seth - La France des Maudits
Spectral Wound - Songs of Blood and Mire
Dawn Treader - Bloom & Decay
Demiser - Slave to The Scythe
Vile Rites - Senescence
Isolert - Wounds of Desolation
Kanonenfieber - Die Urkatastrophe
TBDM - Servitude
Silhouette - Les Dires de l'Âme
Gaerea - Coma
Carnosus - Wormtales
Blasphemous - To Lay Siege and Conquer
Djevel - Natll Till Ende
Filii Nigrantium Infernalium - Pérfida Contração do Aço
Nachtmystium - Blight Privilege
Aara - Eiger

Pouca coisa ouvi que saiu este ano. Metal e não metal misturados:

1 Tigran Hamasyan - The Bird Of A Thousand Voices
Surpresa do ano, recomendação do nosso colega Sassequece (ou lá como se escreve o seu nick! )

2 Sleepytime Gorilla Museum - Of The Last Human Being
Sempre na vanguarda da bizarria!

3 Leprous - Melodies Of Atonement
A competência a que sempre nos habituaram, embora ligeiramente abaixo do costume.

4 Madder Mortem - Old Eyes, New Heart
Mais um excelente álbum na extensa discografia desta banda Norueguesa.

5 Kamasi Washington - Fearless Movement
Outro álbum que, embora não atinja patamares anteriormente vistos, cumpriu o objectivo. Em Março lá estarei para o ver, se não adiar outra vez.

Desilusões do ano:
6 Opeth - The Last Will And Testament
Ao contrário da maioria, o anúncio do retorno aos growls não me entusiasmou. Mas nem é esse o motivo da desilusão...o álbum, pura e simplesmente, não me conseguiu agarrar.

7 Devin Townsend - PowerNerd
Aqui não há muito a dizer. Geralmente, o Devin tem sempre uma música mais azeiteira a cada álbum que faz. Neste, parece que as juntou todas e lançou esta porcaria. É verdade que cresceu um pouco com as audições, mas continua a ser medíocre.

1. Astral Lore - s/t
2. Spectral Wound - Songs Of Blood And Mire
3. Cantique Lépreux - Le Bannissement
4. Time Lurker - Emprise
5. Nubivagant - The Blame Dagger
6. Midnight Odyssey - Closer To The Sky
7. Djevel - Natt Til Ende
8. Akhlys - House Of The Black Geminus
9. Koldbrann - Ingen Sk​å​nsel
10. Black Curse - Burning In Celestial Poison

GoncaloBCunha Escreveu:
Desilusões do ano:
6 Opeth - The Last Will And Testament
Ao contrário da maioria, o anúncio do retorno aos growls não me entusiasmou. Mas nem é esse o motivo da desilusão...o álbum, pura e simplesmente, não me conseguiu agarrar.

Ufa, estava a pensar que era o unico que tinha achado o album um mau album. A maior parte dos meus amigos metaleiros quiseram-me bater online só por dizer que era um album que não ia a lado algum.
(A malta quer growls? Toma lá as primeiras musicas, com growls. O Joey Tempest ia a passar na rua da gravadora? Ó Joey, sobe as escadas e anda cá gravar uma cena, eu canto e tu trauteias aí qualquer coisa por cima para ficar gravado e dizeres que estiveste "presente". Ópa, nós somos uma banda intelectual, vamos meter aqui uns pifaros à Jethro Tull, mas para parecermos muito intelectuais mas mesmo muito intelectuais convidamos o gajo do pífaro de Jethro Tull. Não tem nada a ver nem tem sentido com o resto da canção? Nao faz mal, toca mas é aí uma gaitada. Ah, mas espera, nós somos intelectuais mas tambem somos exóticos, metemos aqui uns sons ao calhas a lembrar musica chinesa e pimba, somos exóticos.)
Sinceramente não gostei do album, um album conceptual, o tema em si achei bastante interessante mas a execução achei paupérrima, pareceu-me que meteram muita coisa ao calhas e que não havia um fio condutor, não havia fluidez e no final fiquei com a sensação que o album nao foi a lado algum. Andou às voltas.
Desculpem o desabafo. Podem atirar agora as pedras.

Matusalem Escreveu:Sinceramente não gostei do album, um album conceptual, o tema em si achei bastante interessante mas a execução achei paupérrima, pareceu-me que meteram muita coisa ao calhas e que não havia um fio condutor, não havia fluidez e no final fiquei com a sensação que o album nao foi a lado algum. Andou às voltas.
Desculpem o desabafo. Podem atirar agora as pedras.

Pelo que fui lendo online, este não é um álbum consensual. Apesar de as opiniões positivas serem maioritárias, houve também muita gente com a mesma opinião que vocês.

Ainda não ouvi vezes suficientes para ter uma opinião clara. Mas não desgostei de todo, foi dos que gostei mais desta nova fase prog-rock. Penso que o álbum é um grower, mas preciso mais audições para captar todos os pormenores e ter melhor opinião.

Opeth é das minhas bandas preferidas, mas sempre tive dificuldades com a fase prog.
Sempre achei que de 95 a 2008, imo, Opeth foram a banda de metal mais completa, com uma discografia imaculada e perfeita em todos os aspectos: performances individuais, composição, ambiente, letras, etc. A nata do metal.

Quando saiu o Heritage tive grande desilusão. Forcei-me a gostar do álbum, ouvi imensas vezes. A coisa lá clicou ao fim de alguns anos e hoje considero um álbum muito bom, o meu favorito da fase prog-rock.

Mas por muito bons que sejam estes álbuns irei sempre preferir os pré heritage. E não tem nada a ver com growls ou peso das músicas. Adoro o Damnation e todas as ricas secções acústicas típicas daqueles primeiros 9 álbuns.

Tem a ver com o ambiente das musicas. A fase prog sacrificou o ambiente negro e soturno pelo virtuosismo técnico e experimentalismo.

Nada contra isso. Temos de respeitar o desejo criativo da banda. Mais vale fazer prog-rock com paixão que metal para agradar aos fãs. Isso já se notava um pouco no Watershed em que eles tocam metal mas já com prog-rock no subconsciente.
E existe muita gente que aprecia a fase prog, alguns até mais que a fase metal. Eles são excelentes músicos e estes trabalhos recentes são efectivamente bons no estilo em que se inserem.

O novo álbum não é nenhum regresso ás origens, continua a ser maioritariamente prog-rock, um pouco mais pesado e com growls porque a história conceptual do álbum pedia isso.
É é um trabalho bastante experimental, talvez até mais que o Heritage, e por isso talvez seja mais desafiante. O tempo o dirá.

Selvagem Escreveu:
Tem a ver com o ambiente das musicas.

Exactamente isto e é por isso que não gosto deste album, mas já explico à frente. Embora a fase prog-rock deles me diga pouco (e eu até que gosto de algum prog-rock principalmente dos 70s), reconheço a qualidade das musicas e dos albuns, o facto dos meus gostos pessoais serem outros nao invalida o reconhecimento de qualidade, apenas nao foram feitos para os meus ouvidos ou tive o azar de escutá-los quando o meu "mood" era outro, já aconteceu voltar a pegar em albuns que numa hora nao tinha paciência em escutá-los, mais tarde com outro humor entraram que nem ginjas.
Nao é o caso deste album, a mim parece-me que há coisas metidas a martelo só porque sim, sem muito critério, o album deveria ir num crescendo e os growls, a meu ver, deveriam ter entrado a meio do album, não no inicio, por exemplo. E há outras coisas pelo meio que nos distraiem em vez de complementarem a música. Várias vezes fui "atirado para fora" do album, apesar de o estar a escutar num ambiente tranquilo em casa sem nada que me distraísse, não sei se me faço entender. Para mim há falta de ambiente, só o experimentalismo e aleatoriamente tocar umas coisas sobre determinado tema. A melhor musica, para mim, até é a ultima - não por ser a ultima, claro - pois acho que espelha bem a tragédia da história, o resto é meh. Já fizeram BEM melhor, mesmo nesta segunda reencarnação progressiva.
Minha opinião, desculpai lá. ¯\_(ツ)_/¯

É uma critica bastante construtiva.
Da minha parte prefiro dar-lhe mais tempo para assentar, mas acho que este trabalho é bom.. é muito denso e precisa de várias audições para se revelar. Aconteceu-me o mesmo com o Heritage.

Essa critica das coisas metidas a martelo também tem sido feita ao Orchid e Morningrise, em que basicamente se diz que são um conjunto de riffs colados uns aos outros sem grande relação entre si. Até percebo, mas acho esses álbuns tão bons e com uma atmosfera tão cativante que esse problema não me incomoda nada.
Neste ultimo acho que essa abordagem resulta mais de tentarem fazer algo mais experimental e avant-gard. Mas como disse, tenho de ouvir melhor para ter uma opinião mais sólida.

Também gosto muito da última faixa.. é a menos pesada mas se calhar até é a que tem mais presente a aura sombria dos trabalhos antigos. E tem um excelente solo de guitarra também.