Cinematógrafo II

[abyssum]

Essas duas horas e tal passaram sem me aperceber, nem tinha reparado no tempo, confesso.
E por falar em tempo... neste fim de semana também vi o último de Scorcese



Bom filme, bons desempenhos, explora acontecimentos reais MAS... porque carga de água tem mais de três horas e meia!?!?!
A história não o justifica! fui adormecendo pelo meio e não perdia propriamente o fio à meada... arrastou o raio do filme, que tinha potencial, desnecessariamente

Comigo foi o mesmo, a duração do filme foi excessiva.

[Zyklon]

Ainda não vi o filme ainda mas em alguns casos esse tempo acabava por fazer sentido...o que me aborrece é usar muito desse tempo com palha só para dar um toque cinéfilo á coisa...é um pouco como aqueles albuns que se ficassem com os "lendários" 45 minutos do passado fariam mais sentido que os 90.....

[aetheria]

Já eu gostei bastante e achei a duração a necessária, mas também sou um Scorsese fanboy...

Acho que fez perder ritmo e tensão dramática, e a história prestava-se a tê-la.
Por acaso vi em casa... e ainda bem.

Como fanboy, é o Scorcese que aparece no fim a ler na "radionovela"? (Adorei esse fecho radiofónico ao vivo!)

[Selvagem]

Acho que fez perder ritmo e tensão dramática, e a história prestava-se a tê-la.

Os últimos filmes dele, este, o irishman e o silêncio, têm sido mais longos e parados (um contraste brutal quando comparado por ex com um Wolf of Wall Street, departed ou goodfellas) mas achei que foi uma decisão artística deixar o filme '"ir acontecendo" e sinceramente nunca me senti aborrecido, ainda por cima com os 3 atores principais "on top of their game", as 3h e tal voaram a correr.

O silencio teve criticas semelhantes, era longo e parado e também adorei-o do inicio ao fim, e considero-o um dos melhores dele.

No fundo percebo as criticas, mas a mim não faz diferença. O que se perde em ritmo e tensão dramática ganha-se, a meu ver, em tempo para digerir a historia e apreciar os restantes aspectos da obra. E pelos exemplos que dei acima ele esta bastante confortável com ambas as abordagens.

Como fanboy, é o Scorcese que aparece no fim a ler na "radionovela"? (Adorei esse fecho radiofónico ao vivo!)

Yep, já não é a 1a vez que o faz.

[aetheria]

Acho que fez perder ritmo e tensão dramática, e a história prestava-se a tê-la.

Os últimos filmes dele, este, o irishman e o silêncio, têm sido mais longos e parados (um contraste brutal quando comparado põe ex com um Wolf of Wall Street, departed ou goodfellas) mas achei que foi uma decisão artística deixar o filme '"ir acontecendo" e sinceramente nunca me senti aborrecido, ainda por cima com os 3 atores principais "on top of their game", as 3h e tal voaram a correr.

O silencio teve criticas semelhantes, era longo e parado e também adorei-o do inicio ao fim, e considero-o um dos melhores dele.

No fundo percebo as criticas, mas a mim não faz diferença. O que se perde em ritmo e tensão dramática ganha-se, a meu ver, em tempo para digerir a historia e apreciar os restantes aspectos da obra. E pelos exemplos que dei acima ele esta bastante confortável com ambas as abordagens.

Como fanboy, é o Scorcese que aparece no fim a ler na "radionovela"? (Adorei esse fecho radiofónico ao vivo!)

Yep, já não é a 1a vez que o faz.

Pois, percebo, mas de facto, não me entusiasma esse arrastamento (e não é que eu seja a típica adepta dos filmes de ação). Lá está, não consegui acabar o Irishman, ia continuar a ver noutro dia e lá passou. O Silêncio ainda não vi, apesar da curiosidade... temi a violência, sou algo sensível à violência real.

[Selvagem]

Lá está, não consegui acabar o Irishman, ia continuar a ver noutro dia e lá passou. O Silêncio ainda não vi, apesar da curiosidade... temi a violência, sou algo sensível à violência real.

O Silêncio é um importante registo de um evento histórico pouco divulgado. E estando os actores principais a representar portugueses e as nossas aventuras pelo Oriente, isso torna o filme ainda mais interessante..
Não acho o filme particularmente violento, pelo menos no sentido físico; psicologicamente sim, é pesado, principalmente se se for religioso. Eu sou ateu e achei o filme psicologicamente pesado e violento nesse sentido.
E a fotografia é um regalo para os olhos.

Pois, percebo, mas de facto, não me entusiasma esse arrastamento (e não é que eu seja a típica adepta dos filmes de ação).

Só por curiosidade, que achas do Mallick?

[José Sousa]

Bom filme, bons desempenhos, explora acontecimentos reais MAS... porque carga de água tem mais de três horas e meia!?!?!
A história não o justifica! fui adormecendo pelo meio e não perdia propriamente o fio à meada... arrastou o raio do filme, que tinha potencial, desnecessariamente

Acho que o vou ver ao estilo de uma mini-série de 3 episódios.

[aetheria]

O Silêncio é um importante registo de um evento histórico pouco divulgado. E estando os actores principais a representar portugueses e as nossas aventuras pelo Oriente, isso torna o filme ainda mais interessante..
Não acho o filme particularmente violento, pelo menos no sentido físico; psicologicamente sim, é pesado, principalmente se se for religioso. Eu sou ateu e achei o filme psicologicamente pesado e violento nesse sentido.
E a fotografia é um regalo para os olhos.

Bem, ainda o tentarei ver... mas receio sempre a violência, perturba-me bastante. Saber que foi real (e que é real, pois o ser humano continua violento) angustia-me e afeta-me durante dias. Mas gostava de ver também por ser uma história real, e quando exploram bem a fotografia fico encantada.

Só por curiosidade, que achas do Mallick?

Confesso que não conheço muito da sua cinematografia mas gostei muito muito do Tree of Life. Tocou-me. Aliás... terei de o rever.

[aetheria]

Bom filme, bons desempenhos, explora acontecimentos reais MAS... porque carga de água tem mais de três horas e meia!?!?!
A história não o justifica! fui adormecendo pelo meio e não perdia propriamente o fio à meada... arrastou o raio do filme, que tinha potencial, desnecessariamente

Acho que o vou ver ao estilo de uma mini-série de 3 episódios.

Bem pensado. Por vezes faço isso dá bem para uma mini-serie de 1h15m

[Selvagem]

Bem, ainda o tentarei ver... mas receio sempre a violência, perturba-me bastante. Saber que foi real (e que é real, pois o ser humano continua violento) angustia-me e afeta-me durante dias. Mas gostava de ver também por ser uma história real, e quando exploram bem a fotografia fico encantada.

A história propriamente dita do filme julgo que não é real, é baseada num romance; mas o contexto geral e os eventos que apresenta aconteceram (a divulgação do cristianismo no Japão e a consequente perseguição aos missionários).

Confesso que não conheço muito da sua cinematografia mas gostei muito muito do Tree of Life. Tocou-me. Aliás... terei de o rever.

Só perguntei porque os filmes dele são tipicamente sempre muito longos e lentos, mas muito belos e com um estilo muito próprio. A melhor descrição que já vi dos filmes dele foi serem o equivalente a ver um anuncio de perfumes durante 2h30
O Tree of Life é o mais conhecido dele, também gosto, mas os meus favoritos são o The Thin Red Line (sobre a guerra no Pacifico), o The New World (a história (real) da Pocahontas) e o A Hidden Life (sobre um austríaco a viver tranquilamente nas montanhas e que se recusa a combater pelos nazis).

[aetheria]

O Tree of Life é o mais conhecido dele, também gosto, mas os meus favoritos são o The Thin Red Line (sobre a guerra no Pacifico), o The New World (a história (real) da Pocahontas) e o A Hidden Life (sobre um austríaco a viver tranquilamente nas montanhas e que se recusa a combater pelos nazis).

Ah espera! vi o Hidden Life... ah, lá está, a maravilha da fotografia. E, sim,bate certo... longo, mas gostei sim. Vi em duas partes, tho estava com um amigo que desistiu, depois eu vi o resto sozinha. E penso que terei visto o The Thin Red Line, tem um elenco assombroso, mas não tenho muita lembrança, foi há muito e numa época de filhas pequenas e noites mal dormidas
Fiquei curiosa com o da Pocahontas, terei de espreitar esse.

Mas, lá está, o "arrastamento" nos dois filmes que referi lembrar bem não me incomodou, porque os acho poéticos, eminentemente poéticos. Este do Scorsese (e o mesmo com o Irishmen) tem um argumento de filme de "ação" e, depois, arrastam-se. Será isso que me faz torcer o nariz nestes casos.

[Selvagem]

Ah espera! vi o Hidden Life... ah, lá está, a maravilha da fotografia. E, sim,bate certo... longo, mas gostei sim. Vi em duas partes, tho estava com um amigo que desistiu, depois eu vi o resto sozinha. E penso que terei visto o The Thin Red Line, tem um elenco assombroso, mas não tenho muita lembrança, foi há muito e numa época de filhas pequenas e noites mal dormidas
Fiquei curiosa com o da Pocahontas, terei de espreitar esse.

Mas, lá está, o "arrastamento" nos dois filmes que referi lembrar bem não me incomodou, porque os acho poéticos, eminentemente poéticos. Este do Scorsese (e o mesmo com o Irishmen) tem um argumento de filme de "ação" e, depois, arrastam-se. Será isso que me faz torcer o nariz nestes casos.

O The Thin Red Line, A Barreira Invisível em PT, foi um bocado prejudicado por ter saído mais ou menos na mesma altura do Resgate do Soldado Ryan, mas não fica a dever nada a este, no fundo são dois filmes que exploram o mesmo tema de forma completamente diferente.

Aconselho então o The New World, principalmente o Extended Cut, se gostaste dos outros vais gostar desse também, é o meu favorito dele, é um filme incrivelmente poético e envolvente, com uma bela banda sonora do James Horner e cinematografia do grande mestre Emmanuel Lubezki.

[aetheria]

Aconselho então o The New World, principalmente o Extended Cut, se gostaste dos outros vais gostar desse também, é o meu favorito dele, é um filme incrivelmente poético e envolvente, com uma bela banda sonora do James Horner e cinematografia do grande mestre Emmanuel Lubezki.

Uiiii James Horner! Say no more! Desde o Willow (cuja banda sonora tive de comprar) que me conquistou, longínquos finais dos 80...

[Selvagem]

Uiiii James Horner! Same no more! Desde o Willow (cuja banda sonora tive de comprar) que me conquistou, longínquos finais dos 80...

Yep, é um dos meus compositores favoritos também. A música dele elevava os filmes a outro patamar. Partiu demasiado cedo infelizmente.

[abyssum]

Lá está, não consegui acabar o Irishman, ia continuar a ver noutro dia e lá passou. O Silêncio ainda não vi, apesar da curiosidade... temi a violência, sou algo sensível à violência real.

O Silêncio é um importante registo de um evento histórico pouco divulgado. E estando os actores principais a representar portugueses e as nossas aventuras pelo Oriente, isso torna o filme ainda mais interessante..
Não acho o filme particularmente violento, pelo menos no sentido físico; psicologicamente sim, é pesado, principalmente se se for religioso. Eu sou ateu e achei o filme psicologicamente pesado e violento nesse sentido.
E a fotografia é um regalo para os olhos.

O Silêncio não me aborreceu apesar da sua longa duração, não como este último, e o Irishman só consegui ver 1h ou nem isso.
O Silêncio vê-se bem, a história é mais interessante para nós portugueses, e a cinematografia é excelente.