Literatura
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- cafcaf777
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Re: Literatura
The ‘Ramses’ series by Christian Jacq.
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Será death, brutal sua vertente? Thrash não é certamente e o rock não bate assim!
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Re: Literatura
Acabei de ler ontem os "cus de judas" do AL Antunes. É bom, mas curti mais o "memória de elefante", confesso
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Re: Literatura
Faltam-se 100 páginas para acabar de ler "A Manopla de Karasthan".
...people are what they do...not what seems they can do...
Magic The Gathering - Trocas e Vendas : viewtopic.php?f=4&t=26182&p=941233#p941233
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Re: Literatura
iniciei ontem "O Delfim" do JC Pires e hoje arranjei:

Desculpem o tamanho da pic

Desculpem o tamanho da pic

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Re: Literatura
Terminei "O Delfim" do JCP. Que livro simbólico e enigmático... damn it, gostava de ver o filme a ver se ficou bem adaptado.
A começar a ler hoje Günter Grass "A Passo de Caranguejo"
A começar a ler hoje Günter Grass "A Passo de Caranguejo"
- Grimner
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Re: Literatura
Converge Escreveu:Terminei "O Delfim" do JCP. Que livro simbólico e enigmático... damn it, gostava de ver o filme a ver se ficou bem adaptado.
A começar a ler hoje Günter Grass "A Passo de Caranguejo"
Com as palavras simbólico e enigmático, já me convenceste a pegar no livro. Já ando para ler Cardoso Pires há não sei quanto tempo, ando numa demanda de literatura portuguesa, especialmente depois do balde de água fria que para mim tem sido Saramago (yep, só agora o estou a ler, demasiado tempo a ler história dá nisto).
Eu já vi o raxx num papo seco
Hordes of Yore webpage
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Re: Literatura
O Cardoso Pires é de longe um dos melhores escritores do séc. passado. Podes começar pelo Delfim, mas se te quiseres rir um bocado experimenta o "Dinossauro Excelentíssimo", que é uma fábula a gozar com Salazar. 
Não gostas do Saramago?

Não gostas do Saramago?
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Re: Literatura
Ah, já me esquecia, não pegues no "E Agora, José", "Lavagante" pois são ambos ensaios por parte de JCP. Não dês prioridade também ao "De Profundis, valsa lenta", pois esse livro retrata apenas a grade doença que ele sofreu pouco antes de morrer.
- Grimner
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Re: Literatura
Converge Escreveu:O Cardoso Pires é de longe um dos melhores escritores do séc. passado. Podes começar pelo Delfim, mas se te quiseres rir um bocado experimenta o "Dinossauro Excelentíssimo", que é uma fábula a gozar com Salazar.
Não gostas do Saramago?
Não é tanto o não gostar, acho que o estilo que ele criou para si mesmo o prejudica mais que faz bem. Tem excelentes premissas para romances, e escreve sem duvida excepcionalmente bem, mas o estilo limita-o. A forma de ele escrever quase que se torna numa diarreia verbal, sem qualquer ritmo (especialmente nos diálogos, se em certas partes narrativas se explica ou justifica o «stream of consciousness», estruturar os diálogos daquela maneira é puro pretensiosismo), em que os bons momentos se perdem numa torrente de palavras. Criar o seu próprio estilo de escrita é admirável do ponto de vista de um exercício de escrita, mas torna-se pomposo e irritante quando se torna de tal forma o seu cunho que não consegue adaptá-lo, mesmo quando a narrativa assim o pediria. Se fosse um album de Metal, era o Panzer Division Marduk. Usa o corpsepaint com teimosia, e os livros são uma constante Blast beat, quando podiam beneficiar de um break aqui e ali.

O JCP, vou começar com os que tenho por aqui. Tenho o Delfim, a Balada da praia dos cães, e mais uns dois que agora não me apetece ir levantar-me a ver quais são. Mas tenho um ponto fraco para os simbolismos.
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Re: Literatura
Acabei de ler este:

e agora vou ler este:



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Re: Literatura
Grimner Escreveu:Converge Escreveu:O Cardoso Pires é de longe um dos melhores escritores do séc. passado. Podes começar pelo Delfim, mas se te quiseres rir um bocado experimenta o "Dinossauro Excelentíssimo", que é uma fábula a gozar com Salazar.
Não gostas do Saramago?
Não é tanto o não gostar, acho que o estilo que ele criou para si mesmo o prejudica mais que faz bem. Tem excelentes premissas para romances, e escreve sem duvida excepcionalmente bem, mas o estilo limita-o. A forma de ele escrever quase que se torna numa diarreia verbal, sem qualquer ritmo (especialmente nos diálogos, se em certas partes narrativas se explica ou justifica o «stream of consciousness», estruturar os diálogos daquela maneira é puro pretensiosismo), em que os bons momentos se perdem numa torrente de palavras. Criar o seu próprio estilo de escrita é admirável do ponto de vista de um exercício de escrita, mas torna-se pomposo e irritante quando se torna de tal forma o seu cunho que não consegue adaptá-lo, mesmo quando a narrativa assim o pediria. Se fosse um album de Metal, era o Panzer Division Marduk. Usa o corpsepaint com teimosia, e os livros são uma constante Blast beat, quando podiam beneficiar de um break aqui e ali.
O JCP, vou começar com os que tenho por aqui. Tenho o Delfim, a Balada da praia dos cães, e mais uns dois que agora não me apetece ir levantar-me a ver quais são. Mas tenho um ponto fraco para os simbolismos.
O Saramago tem realmente um diálogos "engraçados". Acho que ele faz de propósito e repara que as personagens repetem sempre uma ideia à exaustão, tipo "apareça amanhã às 18 horas" /" sim, às de 18 de amanhã, e não de hoje, não estivesse o senhor a pensar que eu pensei nas 18 de hoje". Gostei dessa analogia a Marduk lol!
O Delfim... vais gostar, vais ver. Estou só à espera que a D. Quixote republique os outros livros da carreira dele, especialmente "O Anjo Ancorado" e o "Hóspede de Job". Lembra-te quase sempre de uma coisa na simbologia: JCP casca sempre em salazar e no "marialvismo" português. Costumo pensar que JCP é um Eça do séc. 20...
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Re: Literatura
Converge Escreveu:
O Saramago tem realmente um diálogos "engraçados". Acho que ele faz de propósito e repara que as personagens repetem sempre uma ideia à exaustão, tipo "apareça amanhã às 18 horas" /" sim, às de 18 de amanhã, e não de hoje, não estivesse o senhor a pensar que eu pensei nas 18 de hoje". Gostei dessa analogia a Marduk lol!
O Delfim... vais gostar, vais ver. Estou só à espera que a D. Quixote republique os outros livros da carreira dele, especialmente "O Anjo Ancorado" e o "Hóspede de Job". Lembra-te quase sempre de uma coisa na simbologia: JCP casca sempre em salazar e no "marialvismo" português. Costumo pensar que JCP é um Eça do séc. 20...
Para mim é evidente que é de propósito. A escrita dele é bastante deliberada, e goste-se ou não ele é um excelente escritor. Tudo aquilo é opção estética deliberada. Simplesmente não acho que seja feliz, e acaba por tirar beleza aos livros.
Já que falaste no Eça, o Eça é alguém que deixa as frases "respirar" por assim dizer, o Saramago tem momentos de brilhantismo, mas nem dá tempo de saborear que estamos nós a pensar nisso já ele está 5 frases à frente e nem mudou de parágrafo. Falta-lhe "dinâmica", por assim dizer.
E já tenho assente que vou gostar do Cardoso Pires, por aquilo que sei e me tem sido dito dele.
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Re: Literatura
Hmmm o Saramago, através da escrita que quebra as velhas regras da pontuação, imprime no diálogo e na narrativa uma espécie de leitura de "sufoco", quase não tens tempo para absorver tudo o que ele escreve. Talvez daí os diálogos possam soar algo esquisitos e mal conseguidos.
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Re: Literatura
Voltando ao JCP, fiz um ensaio sobre a sua escrita. Talvez te possa interessar (e a todos aqueles que não conhecem o JCP).
Esta é a versão "uncut", visto que depois a trabalhei melhor, mas não consigo encontrá-la aqui nos registos
"O Realista da Modernidade"
José Cardoso Pires será tido sempre em conta como um lutador pela Liberdade, um soldado que – tal como aqueles que arquitectaram o 25 de Abril com cravos – usava as palavras como forma de combate ao regime salazarista. “Soube construir uma obra de resistência ao “discurso competente” que a ditadura salazarista inventou para impor a sua verdade lacunar e autoritária, e tornar “legítima” a sua ficção oficial”, nas palavras de Izabel Margato.
É e foi comum a associação ao movimento neo-realista, através das suas obras, que apresentam críticas ao retrógrado e anti-progressista cariz do regime do Estado Novo, entranhadas em romances como “Cartilha do Marialva” ou “Jogos de Azar”. De facto, se Cardoso Pires aqui se insere no movimento neo-realista com uma exposição do podre da sociedade provido de uma esperança de um novo rumo para o país, é impossível não ver o fatalismo que obras como “O Hóspede de Job” ou “Anjo Ancorado” incorporam. (“dois romances acentuadamente pessimistas, destituídos de dimensão futurante, característica principal das narrativas do movimento [neo-realista]”, como frisa Eunice Cabral). “O Delfim”, a sua obra-prima, é vista como uma obra experimentalista em sintonia com a vanguarda europeia da altura, um discurso perspectivístico, distanciado, paródico sendo, então, impossível caracterizar o registo narrativo de tipo realista. De facto, O “Delfim” é o “primeiro romance português no qual confluem as principais linguagens estéticas norteadoras do futuro pós-modernismo português devido à mistura de géneros, à polifonia, à fragmentação narrativa e à meta-ficção”, afirma Izabel Margato.
A escrita de Cardoso Pires tem o poder de criar de imagens visuais na mente do leitor, uma espécie de projecção cinematográfica da sua escrita, não tivesse sido esta mais que uma vez adaptada ao cinema. A associação da narração/descrição enriquecida de simbologia cinematográfica vai irremediavelmente de encontro ao pós-modernismo, afastando cada vez mais a ideia de um neo-realista, embora tenha sido nessa escola que Cardoso Pires tenha crescido e buscado também influências. Segundo Torquato Sepúlveda, "Cardoso Pires sempre soube que escrevia num tempo em que o romance estava já desfeito e que o destino do escritor moderno seria o de juntar os cacos resultantes desta catástrofe" (Público, 27/10/98).
Cardoso Pires é assim uma figura singular que mescla com mestria a relação entre cinema, literatura e arte, numa escrita com a objectividade realista do jornalismo e o mágico da sétima arte. "...cada livro é uma busca da minha identificação com o País e comigo próprio.", nas palavras do próprio Cardoso Pires.
Esta é a versão "uncut", visto que depois a trabalhei melhor, mas não consigo encontrá-la aqui nos registos

"O Realista da Modernidade"
José Cardoso Pires será tido sempre em conta como um lutador pela Liberdade, um soldado que – tal como aqueles que arquitectaram o 25 de Abril com cravos – usava as palavras como forma de combate ao regime salazarista. “Soube construir uma obra de resistência ao “discurso competente” que a ditadura salazarista inventou para impor a sua verdade lacunar e autoritária, e tornar “legítima” a sua ficção oficial”, nas palavras de Izabel Margato.
É e foi comum a associação ao movimento neo-realista, através das suas obras, que apresentam críticas ao retrógrado e anti-progressista cariz do regime do Estado Novo, entranhadas em romances como “Cartilha do Marialva” ou “Jogos de Azar”. De facto, se Cardoso Pires aqui se insere no movimento neo-realista com uma exposição do podre da sociedade provido de uma esperança de um novo rumo para o país, é impossível não ver o fatalismo que obras como “O Hóspede de Job” ou “Anjo Ancorado” incorporam. (“dois romances acentuadamente pessimistas, destituídos de dimensão futurante, característica principal das narrativas do movimento [neo-realista]”, como frisa Eunice Cabral). “O Delfim”, a sua obra-prima, é vista como uma obra experimentalista em sintonia com a vanguarda europeia da altura, um discurso perspectivístico, distanciado, paródico sendo, então, impossível caracterizar o registo narrativo de tipo realista. De facto, O “Delfim” é o “primeiro romance português no qual confluem as principais linguagens estéticas norteadoras do futuro pós-modernismo português devido à mistura de géneros, à polifonia, à fragmentação narrativa e à meta-ficção”, afirma Izabel Margato.
A escrita de Cardoso Pires tem o poder de criar de imagens visuais na mente do leitor, uma espécie de projecção cinematográfica da sua escrita, não tivesse sido esta mais que uma vez adaptada ao cinema. A associação da narração/descrição enriquecida de simbologia cinematográfica vai irremediavelmente de encontro ao pós-modernismo, afastando cada vez mais a ideia de um neo-realista, embora tenha sido nessa escola que Cardoso Pires tenha crescido e buscado também influências. Segundo Torquato Sepúlveda, "Cardoso Pires sempre soube que escrevia num tempo em que o romance estava já desfeito e que o destino do escritor moderno seria o de juntar os cacos resultantes desta catástrofe" (Público, 27/10/98).
Cardoso Pires é assim uma figura singular que mescla com mestria a relação entre cinema, literatura e arte, numa escrita com a objectividade realista do jornalismo e o mágico da sétima arte. "...cada livro é uma busca da minha identificação com o País e comigo próprio.", nas palavras do próprio Cardoso Pires.
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